Edição de Teresa Sobral Cunha
Relógio d'Água
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2010-12-25
2010-12-22
Se queremos um país novo
2010-12-10
2010-12-04
Madeira offshore
2010-11-27
Building museums and a fresh Arab identity
2010-11-24
A insuficiência da greve
O direito à manifestação é óbvio, contudo peca por escassa pela razão que é o país inteiro que, estando contra as medidas, está muito mais contra este governo e a situação nacional que este degradou.
Esta luta necessita de uma mobilização mais audível e transformadora. Não, não é uma revolução. Não no sentido tradicional. Será algo mais inteligente e inovador.
Por exemplo: recordam-se do povo nas ruas da Argentina em 2001? Durante dias a fios milhões bateram em tachos, panelas e tampas contra o descalabro que o governo provocou ao país, forçando a sua demissão e proporcionando uma mudança drástica mas inovadora com as políticas económicas do novo presidente Nestor Kirchner (falecido no início deste mês).
É algo do género que (alguns) irlandeses, civicamente conscientes têm manifestado, cansados de errâncias e mentiras por parte do seu governo que, finalmente cedeu às evidências e ao "bailout" europeu.
Está muito em causa neste momento. Portugal e os portugueses. O euro e a Europa. Um futuro evitável que se torna na pior inevitabilidade, tão previsível quanto incompreensível.
A luta, meus senhores, será depois intensa. A enfermidade que grassa as nossas democracias é porta aberta a transformações perigosas e eventualmente fatais. Seja pela regressão das nossas liberdades e garantias por um sistema descredibilizado, seja por mudanças drásticas e extremistas que ano após ano florescem pela Europa.
A ética, a justiça, a igualdade e a pluralidade, alicerces do verdadeiro paradigma da democracia estão submetidos a sorrateiro e constante ataque. Os valores de comunidade e responsabilidade diluem-se perante uma passividade colectiva, pois vulnerável na sua existência, impotente na sua exclusão.
O poder último estará nas mãos do povo. Seja no voto, seja na voz, seja na rua. Em cada um existem acções inovadoras ainda por explorar - massivo voto em branco, por exemplo.
Uma greve é uma luta. Mas é claramente insuficiente.
2010-11-10
Filme do Desassossego
2010-11-09
2010-11-07
Dexter posters
Ty Mattson é um designer norte-americano que, depois de criar por gozo, posters sobre "Lost", decidiu colocar a sua criatividade em quatro óptimos posters de "Dexter".
2010-11-06
2010-10-29
The Independent: Obama Turning point
2010-10-27
Trintões, Filhos dos Anos 70
Uma na Bravo, Outra na Ditadura é um documentário exemplar (conteudo, montagem, conceito) da autoria de Andre Valentim Almeida onde, nós filhos trintões dos anos 1970, nos revemos em absoluto em cada depoimento.
"Retrato", JP Simões
A minha geração, já se calou, já se perdeu, já amuou,
já se cansou, desapareceu, ou então casou, ou então mudou
ou então morreu: já se acabou.
A minha geração de hedonistas e de ateus, de anti-clubistas,
de anarquistas, deprimidos e de artistas e de autistas
estatelou-se docemente contra o céu.
A minha geração ironizou o coração, alimentou a confusão
brincou às mil revoluções amando gestos e protestos e canções,
pelo seu estilo controverso.
A minha geração, só se comove com excessos, com hecatombes,
com acessos de bruta cólera, de mortes, de misérias, de mentiras,
de reflexos da sua funda castração.
A minha geração é a herdeira do silêncio,
dos grandes paizinhos do céu,
da indecência, do abuso.
E um belo dia esqueceu tudo, fez-se à vida,
na cegueira do comércio
A minha geração é toda a minha solidão, é flor da ausência, sonho vão,
aparição, presságio, fogo de artifício, toda vício, toda boca
e pouca coisa na mão.
Vai minha geração, ergue a cabeça e solta os teus filhos no esplendor do lixo e do descuido,
Deixa-te ir enquanto o sabor acre da desistência vai corroendo a doçura da sua infância.
Vai minha geração, reage, diz que não é nada assim,
Que é um lamentável engano, erro tipográfico, estatística imprecisa, puro preconceito,
Que o teu único defeito é ter demasiadas qualidades e tropeçar nelas.
Vai minha geração, explica bem alto a toda a gente
Que és por demais inteligente, para sujar as mãos neste velho processo, triste traste de Deus.
De fingir que o nosso destino é ser um bocadinho melhor do que antes.
Vai minha geração, nasceste cansada, mimada, doente, por tudo e por nada, com medo de ser inventada
O que é que te falta, agora que não te falta nada?
Poderá uma pobre canção contribuir para a tua regeneração ou só te resta morrer desintegrada?
Mas minha geração,
Valeu a trapaça, até teve graça, tanta conversa, tanta utopia tonta, tanto copo, e a comida estava óptima! O que vamos fazer?
2010-10-26
2010-10-22
2010-10-20
Just My Type
"Just My Type is a book of stories about fonts. It examines how Helvetica and Comic Sans took over the world. It explains why we are still influenced by type choices made more than 500 years ago, and why the T in the Beatles logo is longer than the other letters. It profiles the great originators of type, from Baskerville to Zapf, as well as people like Neville Brody who threw out the rulebook. The book is about that pivotal moment when fonts left the world of Letraset and were loaded onto computers, and typefaces became something we realized we all have an opinion about. And beyond all this, the book reveals what may be the very best and worst fonts in the world – and what your choice of font says about you."
2010-10-18
Africa United
"Africa United" é um fascinante (e muito esperado) road-movie através de África, pleno de aventura, companheirismo, alegria, e esperança. Três crianças e um adolescente com destino ao Campeonato do Mundo na África do Sul.
2010-10-14
Where good ideas come from
2010-10-12
2010-10-11
2010-10-10
LEGO Build Anything
Build Anything from Studiocanoe on Vimeo.
"This is a short advert I made for Lego. It uses pieces from the stash my brother and I used to play with when we were younger, so perhaps it looks a bit dated compared with modern day Lego. Dated, but still great."
Music and Film by Temujin Doran
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Axe Full Control, Hombres con un pequeño problema
2010-10-04
2010-09-30
Diálogo sobre a triste evidência
V: Incompetência de uns para pagarmos todos.
I: Podes crer. É tão fácil governar este país. Pode-se fazer tudo, se faltar dinheiro, aumenta-se os impostos e volta-se a aumentar os impostos. Não há maneira de criminalizar esta gente. Responsabilidade política não chega.
V: À responsabilidade política não é imputável responsabilidade judicial.
I: Pois o problema é esse.
V: A desresponsabilização dos actos leva a qualquer tipo de governação. Incompetência equivale a muita coisa - mas politicamente corresponde também a falta de seriedade.
I: Todos lesam o Estado em milhões que provocam pobreza e dificuldades. E a consequência? Talvez não seja reeleito. O problema reside na base: este sistema ou dá uma volta de 180 graus ou daqui a 4 ou 5 anos estamos pior e com medidas piores.
V: E toda a gente sabe disso há 10 anos. É certo que gerir um Estado não é como gerir uma empresa - a brutalidade de escala assim nos engole - mas os princípios de gestão são os mesmos, e sendo o dinheiro de todos, mais rigor se obriga a ter, com bom senso e sentido de Estado.
I: É verdade, a complexidade e dimensão do Estado relativiza análises simplistas. Mas pode-se fazer uma comparação básica: se na nossa casa começarmos a recorrer ao crédito para ir ao supermercado e para comprar roupa, ou mudamos de vida ou acabamos na miséria. O Estado neste momento está assim, já necessita de financiamento para pagar os ordenados da função pública. Isto não pode acabar bem, só quem é muito burro não consegue ver isto.
V: Como milhares de famílias estão hoje aflitas, desde os EUA até cá. Actos inconscientes provocaram ilusões inconsequentes.
I: É mesmo. Vivemos no mundo das ilusões e são os Estados a fomentar essa ilusão, E não são estas medidas que vão resolver nada. É muito mais profundo do que aumentar o IVA até aos 50%.
V: Existe muito mais despesa do Estado para cortar, como em tantos institutos que existem. É frase feita que "o poder corrompe", eu acrescento que "o poder alucina". Para o Governo tudo sempre esteve e estará bem.
I: Se lembro. E a culpa ao contrário do que querem fazer crer não é só deste governo. Vem de há 15 ou 20 anos a esta parte. Os princípios são os mesmos. Somos de facto um país mais moderno que há 20 anos, mas com o dinheiro dos outros.
V: Que não consegue reproduzir a sua própria riqueza em quantidade suficiente.
I: Andamos a comprar roupa de marca a crédito para estarmos na moda.
V: Eu não.
I: Andamos - este país.
V: Nunca tive cartão de crédito, e roupas de marca compro nos saldos. É esta sensação de incompreensão de "eu n contribui para isto, mas tenho de pagar!?"
I: Sentes tu e toda a gente séria que trabalha com afinco e paga os seus impostos. Quase tudo o que está feito é na base da aparência. O modo de vida dos portugueses vai ser pago mais à frente e não temos capacidade para o fazer.
V: Não se entende. É quase sangue, suor e lágrimas e cada ano que passa é pior que o anterior.
I: É verdade. Estão sempre a pedir sacrifícios e paciência e já ninguém consegue perceber com que objectivo.
V: Uma vez li que como forma de luta seria não pagar os impostos - mas isso seria tão trágico como anarquista.
I: Parece aquelas casas que entram em obras com os moradores lá dentro e que pensam: isto é uma chatice, ficamos com a vida ao contrário, mas quando a obra acabar esta vai ser a casa que sempre sonhámos ter. O problema é esta "obra" não ter fim.
V: Continuo a pensar que uma forma de protesto - para além de sair às ruas, veja-se o caso dos franceses - seria incentivar e tornar real a ficção de José Saramago em Ensaio sobre a Lucidez - o voto maciço em branco.
I: Sim há muitos anos que defendo isso. Aliás sempre o pratiquei. Mas esta gente é tão sem vergonha que acho que nem assim tirariam conclusões. A sério, estou mesmo desiludido com este país. Com as supostas elites que são medíocres e com a generalidade das pessoas que são uns acomodados.
V: Sempre votei em quem acreditava merecer um voto útil. A desilusão com este país é um dos grandes males auto-infligidos. Verdade comunitária, a indignação leva-nos à resignação pelo facto de as alterações não acontecerem. Acabamos por desistir por ser mais fácil, porque difícil o suficiente é resistir na nossa luta diária para nos sustentarmos.
I: Mas observa: em todas as grandes convulsões históricas em quase todas as sociedades havia alguém ou alguns que tinham um objectivo (discutível na sua génese, em grande parte dos casos) mas que lideravam. Nada disso existe nos dias de hoje. A miséria chegou até aí.
V: Se te recordas dos últimos textos que escrevi sobre esta "governação" e "este" país, em A insustentável situação do ser, A estratégia da anestesia e Dias de Abril procuro demonstrar tudo isso.
I: Eu sei, eu li.
V: É um cliché, mas absoluta verdade - estamos mergulhados numa crise de ideias e de valores.
I: Eu diria que estamos fechados num copo virado ao contrário.
V: Essa é uma metáfora extraordinária. Muito bom.
I: Não vejo como voltar a pôr o copo direito. Não vejo mesmo.
V: Apetece fugir, mas não é sempre uma opção viável.
I: Não, não é.
2010-09-28
30
On this day, thirty years ago, a flight marked my departure. A physical one at least. Despite growing up in different circumstances I could never forget those early years, and have tried ever since to keep some kind of connection.
I often think "what if I never left?". Who and how would I be? Other friends, other loves, other experiences for sure. Would I be better or the same? Would I become a designer anyway? And what about the lives of those I would never encounter if I had remained in London? I don't look back with a sense of nostalgia or loss. Ok, maybe I do. But without denying or despising my life today, I can't help wondering how everything would be so much different. Only a parallel universe could answer my questions.
Neste dia, há trinta anos atrás, um vôo marcou a minha partida de Londres. Física pelo menos. Apesar de crescer sob circunstâncias muito diferentes, nunca poderia esquecer aqueles primeiros anos, e tenho mantido desde então alguma forma de contacto, de conexão.
Por vezes pergunto-me "e se nunca tivesse ido embora?". Quem e como seria eu? Outros amigos, outros amores, outras experiências seguramente. Seria melhor ou igual? Tornar-me-ia designer à mesma? E aqueles que aqui se cruzaram comigo, como seriam as suas vidas? Não olho para trás com nostalgia ou sentimento de perca. Ok, talvez. Mas sem alguma vez negar ou desprezar a minha vida hoje, é inevitável imaginar como tudo seria tão diferente. Apenas um universo paralelo poderia responder às minhas questões.
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2010-09-24
Pink Nounou
"O fantástico não está fora do real,
mas no sítio do real que de tão visível não se vê"
Vergílio Ferreira
Pink Nounou é como uma floresta mágica. É um local fantástico onde o mundo dos sonhos toma o lugar que lhe cabe por direito. E está mesmo à nossa frente. Entramos para lá do caminho de tijolos amarelos e encontramos bonecos que nos encantam, fazendo-nos regressar à beleza da inocência, ao florir da felicidade, ao suave abraço das manhãs que antecedem o verão.
Pink Nounou é um maravilhoso universo criativo da designer Ana Fernandes, que muito me alegra ter como muito estimada amiga de longa data.
Entrem neste mundo novo, há muito mais para conhecer.
Pink Nounou is just like a magic forest. It's a fantastic land where the world of dreams takes its rightful place. And it stands right in front of us. We go beyond the yellow brick road and find these charming loving dolls that take us back to the beauty of innocence, to the blossom of happiness, into the gentle embrace of those mornings before summer.
Pink Nounou is a wonderful creative universe by designer Ana Fernandes, who I gladly have as a long dearing friend.
Walk into this new world, there's much more to come.
2010-09-20
2010-09-14
Rebranding Britain
upon UK's (new possible) brand.
A edição de Setembro da revista Monocle apresenta uma abordagem
interessante sobre um rebrand da marca Reino Unido.
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2010-09-10
Jaime Lerner
"Em entrevista ao jornalista Ricardo Alexandre, Jaime Lerner revela de que forma é que conseguiu transformar a cidade de Curitiba num caso de sucesso em apenas três anos, graças à forma como conseguiu mudar o planeamento urbano, rede de transportes e qualidade de vida da população.
2010-09-07
Objectified
2010-09-06
Broken world
Photo: Mohammad Sajjad/AP
This is a picture of a broken world, so powerful and so painfull. Its graphic monstrosity is yet another reminder of a reality that so many of us tend do forget, or even despise. These children from flodded Pakistan, first shown on The Guardian, are an offense to every thing one can hold as sacred. It brings everlasting questions of why and what for; how can one help, understand the meaning of things, cope or accept facts and events of continued amounts of unfairness, injustice, disregard, selfishness. Every drop of sorrow and outrage that anyone may feel is nothing - nothing - compared to what these and other victims face every day, worldwide, with hunger, disease, war, fear, without home and hope. We share the same world, but we still live worlds apart...
2010-08-30
Helvetica
Interviews with Erik Spiekermann, Matthew Carter, Wim Crouwel, Hermann Zapf, Neville Brody, Stefan Sagmeister, Michael Bierut, David Carson, Paula Scher, Tobias Frere-Jones, Experimental Jetset, Alfred Hoffmann, Bruno Steinert, Otmar Hoefer, and many more.
2010-08-27
MEC e o tédio à portuguesa
2010-08-25
The Illusionist
2010-08-20
2010-08-18
2010-08-02
2010-08-01
Afghan Women and the return of the Taliban
2010-07-30
António Feio 1955-2010
António Feio (11 anos) contracena com Rui de Carvalho, em "O Viajante sem Bagagem" de 1966
Adeus António, que de Feio apenas o nome tinhas, pois tudo o resto era belo.
2010-07-27
Cities for tomorrow
Being our cities living forms, their shaping has often changed them into non-friendly areas. Many of us feel and live the many mistakes made, shifting the true idea of community and balance. Cities should be for people, not just for cars and money. The way so many citizens badly live are bound to the way their towns and cities are wrongly built among bad planning and no strategy that brings inadequate solutions of housing and traffic, and therefore a society daily stressed in messy polluted urbanity with problematic social issues.
Obviously not every town or city is a problem, but the different levels of growth and policies has produced many questions of what and how the way we should live in the future.
Every year the world population is gathered more and more into urban communities. Trying to fix the problems existing today from this intense migration, new ideas of thinking and achieving better solutions for the creation of a new paradigm of living and working together in such a space is essential.
The dynamics of this large structure can be designed with projects that respect people and land, following principles of conceptual planning, equilibrium and fairness. In effect, with the purpose of designing for the common good, cities must be much more than places to sleep and work, they must be true places of life, of play, of nature. They can be energetic and biologically sustainable, and upon technological solutions already at reach. Cities can become spaces of interaction and human integration built with urban planning and policies that may be seen as utopian but are achievable with the right ideas and actions.
We must envision a society that can change and be changed, not for the sake of some sinister ideology but by the undeniable fact that as humans coexisting with one another and the nature around us, we have the power to enhance our quality of life, we have to ensure ways of preserving our memory and expanding to a brighter future, we can make a better and sustainable development for all. Creativity and strategic objectives can make us better citizens. The cities for tomorrow are already in planning.
See here, featured by Newsweek magazine, three remarkable visions imagined for New York and Los Angeles in 2030.
2010-07-26
War, what is it good for?
"Violence never brings permanent peace. It solves no social problem: it merely creates new and more complicated ones."
Martin Luther King Jr
No matter what, war has and always will be the worst of men. One can defend or question the morality of war, even its justice and legality. But in the end, one of the natures of the human condition cries out so loud by holding such actions with so intense violence, destruction and murder.
The vision of a common good with the loss of the few to save the many can in ways be regarded as acceptable as it is unacceptable. The true meaning of life has no respect in any corner of the world, for only power is the ultimate choice, only vengeance is the highest standard. While mankind persists, having the right or not, to engage into actions and reactions of war, the belief of an evolving species will always be left behind. War, terrorism, or any kind of violent offense against someone, is the upmost way of demonstrating how ugly we are, of how frightening we can act. War and violence will persist as long as evil lives within us.
The fight for war is in many cases the wrong answer. The fight for peace has to be always the right action. Easier said than done, the variables that lay before us are dreadfully challenging. The right to defend ourselves cannot help us avoiding the "difficult questions about the relationship between war and peace, and our effort to replace one with the other" as said by President Obama on receiving the Nobel Peace Prize, that I advise to read or watch for his vision of war and peace, the truths and nature of both, and the questions he unfolds trying to find ways to understand the need and the way to conduct war.
I raise these questions. Can wars be just? Can it be a means to achieve a just peace? How to fight with honor and respect? Is that possible? How to avoid the loss of people's lives and save broken societies that war brings upon them?
The undeniable truth is that the codes of war are frequently broken, because even in the best effort to avoid it, war is simply war. There is no such thing as a clean war, a simple war, a deathless war. In war we hate, in war we kill, in war we die. Mistakes are made, atrocities are committed, collateral damages happen. That is the terrible reality of war. Because wars between armies have always gave way to wars upon people, who suffer the most in their innocent or neutral side. War is the power over life and death.
The romanticized wars never happened. It is the ideology behind those conflicts that drive men into battle. The pursuit of objectives are most likely to find means that bend the notions of legality, ethics and sanity.
War is no video-game. It isn't an adrenaline addiction, rising when some feel the thrill of combat forgetting or disregarding the victim's horrifying pain in their struggle for survival.
This fight in Afghanistan has been going on for too long. It is history repeating. The XIXth century British army failed. The XXth century Soviet army failed. The XXIst century US and allied armies walk to failure. These Afghan War Logs provide us facts and proof of how bad and how wrong a war can be faught, on how political strategies are often misguided, on how war is ultimatley the final standing point of a killing machine that brings no results. The way to end this war must be put in practice. The concepts that the West upholds are falling every day with every soldier and every children wounded or dead.
The fight for freedom and justice is paramount when we engage against the Taliban, a clear and present danger to Afghan society, specialy to women. And against Al-Qaeda as a worldwide threat. But if we lose our integrity and our values, half of the enemy's struggle has already won. Iraq and Afghanistan are the living dead proof of that. What have these wars been good for?
2010-07-25
2010-07-22
Língua e Poder
Existe um lugar sem igual que se encontra entre cada um de nós. Ainda um pouco tímido no contacto, a alegria das reuniões são terra nova por explorar na sua plenitude. Conhecemos o outro que connosco partilha tanta coisa que até o podemos chamar irmão. Aos poucos vencemos a desconfiança incoerente e o receio retrógado. Juntamo-nos para negócios, visitamo-nos em ideias felizes, mas continuamos ainda longe de um aprofundamento concreto mais enriquecedor. Falta conhecermo-nos melhor, misturar entre falas e riso, trabalhar para vencer adversidades, entreajudar no câmbio de ideias.
Esse lugar é a Língua Portuguesa, comunidade plural que partilha uma singular história e cultura, espalhada por vários pontos do planeta. O que separa Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor-Leste é muito menos que tanto que os une: um conjunto de laços invulgares, únicos no mundo. Entre o Atlântico e o Índico os ventos levam vozes de uma identidade partilhada.
Já passou tempo suficiente e mudanças essenciais para não entender a aproximação como uma entidade unívoca ou neocolonialista. Todos atingiram graus de maturidade para compreender o reencontro. O transformador processo da Globalização tem no contexto geográfico desta diáspora linguística imensas vantagens de futuro e potencialidades estratégicas que urge colocar em prática. À comunhão de valores e ideias de civilização e progresso advém uma realidade a não mensoprezar que é o poder obtido por esta assembleia de povos na cooperação interpares por um lado, e numa visão mais vasta dentro do novo panorama mundial.
Os passos têm sido curtos mas, tendo por base estas premissas de herança histórica, idioma comum e uma visão compartilhada do desenvolvimento da democracia, nasce a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, a CPLP. É um feito de relevante importância face a congéneres semelhantes como a Commonwealth e a Francophonie.
2.
Este agrupamento lusófono tem capacidade para reforçar os vínculos para um futuro comum. Com isso, sendo um comprovado projecto político, a sua visão mais alargarda não tem sido suficientemente explorada. Demonstra por vezes inspidez, sem vislumbre palpável para a progressão dos povos, reunindo-se em meras cimeiras e encontros ministeriais sem resultados muito concretos, seja por alguma inoperância colectiva, seja por uma certa falta de vontade subliminar de concretizar o abraço. Os propósitos da CPLP, honrosos claro, estão aquém de uma maior audácia para uma aproximação cruzada em que os objectivos cooperação e concertação tenham visibilidade e consequência valorativa para uma concreta promoção e valorização da língua, da cultura, e dos países membros. A CPLP necessita de outros meios de actuação e um renovar de objectivos. A CPLP devia ser muito mais do que é. Deveria ser um projecto mais integrador aprofundando os seus âmbitos político, económico, social e cultural, sempre com base nos princípios que a formou, reforçando estas vertentes para estratégias comuns e essenciais para a construção de uma comunidade de futuro, assente nos valores ímpares da fraternidade e liberdade que os povos de expressão portuguesa comungam.
Esta comunidade, mais sedutora e mais participativa, poderia conjugar esforços e visões novas através de determinados passos, tais como:
- Uma melhor regulamentação (sem vistos) que simplifique a circulação de pessoas dentro do espaço CPLP ao estilo Commonwealth e UE. Isso possibilitaria relações mais dinâmicas, reforçando as conexões entre pessoas e empresas, constituíndo uma rampa para um melhor conhecimento uns dos outros e como tal, maior integração cultural e social.
- Constituição de mecanismos legais e económicos para que o actual mercado de bens e serviços possa ser intensificado. O espaço da CPLP é um mercado comum de imensas possibilidades e, entendendo-a como tal, existem potencialidades várias para as empresas poderem criar valor recíproco alargando e criando marcas dentro deste contexto lusófono. Por exemplo, conceptualizando como visão estratégica empresarial, a PT, esquecendo de vez a Vivo, juntamente com congéneres dos PALOP e Brasil poderia formar uma marca que operasse dentro deste espaço comum, berço para uma competitiva brand global.
- A elevação do Instituto Internacional da Língua Portuguesa para um patamar superior, constituída como instância principal defensora e reguladora do idioma. No respeito pelas características escritas e faladas de cada território, dotada com competências numa fusão das Academias de Letras dos países membros, tornando-a reconhecida universalmente como a casa-mãe da língua portuguesa.
- Uma concertação politíca para uma estratégia comum equilibrada, coerente e regular no que respeita à intervenção e participação dos países de língua portuguesa em organismos internacionais, em particular no Conselho de Segurança da ONU.
3.
Daí que a hipotética integração da Guiné Equatorial fere de morte os actuais e os acima propostos objectivos para a CPLP. Esta foi constituída, para além da comunhão da língua portuguesa, com os princípios básicos, inscritos nos estatutos, do "primado da paz, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social". Em nenhuma destas condições se encontra o regime deste país africano, nem tão pouco a ditadura de Teodoro Obiang pode invocar razões históricas cuja distância se perde para lá das brumas do tempo. A única razão concreta que a adesão deste ex-território colonial espanhol é crua e simplesmente o petróleo. Diversos membros da CPLP estão a passar por cima dos preceitos fundacionais da comunidade, desprezando valores éticos civilizacionais, farejando oportunisticamente um fornecedor mais barato procurando hipocritamente e ingenuamente multiplicar uma projecção económica que apenas favorece (in)determinados interesseiros. A CPLP demonstra uma profunda imaturidade e falta de consciência colectiva ao apreciar de antemão positivamente a inclusão da Guiné Equatorial no seu seio. Apenas Portugal não manifestou a sua opinião, o que, face às circunstâncias deste caso, não retira a sensação geral de uma incapacidade decisiva, quer na definição própria da sua individualidade, quer no aparente desnorte na defesa dos princípios da CPLP já invocados.
Nada contra o estatuto de membro associado desta Guiné ou de qualquer outro país. É evidente que uma comunidade necessita de parceiros económicos, mas a periclitante relação com um país destas características tende com perigosidade entre a necessidade e a hipocrisia. O reforço dos valores de boa governança e de respeito democrático e social têm de ser requisitos formais a adicionar aos estatutos da CPLP.
Se na reunião de Luanda, ao mais alto nível, os chefes de Estado e de Governo da CPLP aprovarem a adesão de pleno direito da Guiné Equatorial, o conceito fundamental perecerá diante todos, tentando os responsáveis esconder o embaraço num lavar de mãos inconsequente pois transformará uma ideia de progresso num ideal sem ética e de mero centro de negócios.
4.
A definição estratégica da língua portuguesa não poderá ser concretizada sem um conceito novo da ideia lusófona. Tirando partido do poder da língua nos mais diversos aspectos de uma comunidade de mais de 200 milhões de falantes de português, idealizar mais longe é um objectivo estratégico. Que parta do primado da união na diversidade, da emoção no contacto, da singularidade nos afectos, da herança no futuro, da pluralidade na força, da palavra no mundo. A defesa da língua é a projecção da sua soberania. É proporcionar os meios para a valorização da identidade, promover uma existência orgulhosa, viva e colorida da língua. A coabitação fraterna é a implementação da sua força e na luta para reduzir as assimetrias no desenvolvimento dos cuidados de saúde, da melhoria das condições das sociedades.
De tal forma que estes vectores constituem uma marca por explorar, um brand multinacional de exponencial vantagem competitiva, com capacidades para uma socialização moderna e uma multiplicação de valor. O riquíssimo património que nos une é uma mais valia de importância estratégica internacional. Desaproveitar os vastos recursos ao dispôr é desrespeitar todo o valor humano e histórico dos seus falantes.
Talvez por isso, esta comunidade dentro deste conceito mais lato devesse ter outro nome, mais atraente, funcionando como tradutor positivo desta ideia. Estou em sintonia com o que escreveu há alguns anos o escritor angolano José Eduardo Agualusa: "Os ingleses foram mais hábeis quando construiram a sua Commomwealth [Bemcomum]. É uma bela palavra. E não há nada como iniciar um projecto, qualquer projecto, a partir de uma bela palavra. Talvez valha a pena pensar noutra expressão. Algo como Irmandade. Fraternidade; ou melhor, como sugeriu recentemente o escritor timorense Luis Cardoso, durante a Festa da Lusofonia, em Lisboa: a Fraternidade da Fala."
Consagrados num abraço natural dos países históricos onde o português é a língua materna, esta comunidade também poderia acolher territórios onde o idioma nascido há centenas de anos permance, como em Macau e na Índia. Sempre como condição obrigatória e exemplar dos seus membros possuirem relações claras e inequívocas de proximidade e comunhão linguística e histórica, intrínsecos valores democráticos e de respeito pelos direitos humanos.
Eu sugiro "Fraternidade, Comunidade da Língua Portuguesa".
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2010-07-21
The Iraq Inquiry
I've been following the Iraq Inquiry since the beginning in the end of 2009, and all evidence and statements made never cease the idea of a bad judgment, a wrong plan and a political mistake of global proportions to go forward along the USA in the illegal invasion of Iraq. Even if the highest senior leaders of Her Majesty's Government, such as Tony Blair and Gordon Brown, or Jack Straw and Alistair Campbell continue deluding us with rhetorical arguments, the fact is many others - military and intelligence officers, legal advisers, and so on - heard at this very inquiry, have presented different views, facts and figures that corroborate injustifiable reasons and options to go to war and a mislead campaign to win it. This is still what comes out as common feeling, enhanced by yesterdays' statements by former MI5 boss Baroness Eliza Manningham-Buller, and in particular the obvious backdraft effect of Britain's role in the Iraq offensive that led to the increased risk of terrorist attacks in the UK, with 16 avoided and one accomplished.
The big question here is what will overcome from these hearings on the final report. This inquiry is not a court, but will it be capable to assemble sustainable documented proof to charge the ones responsable and hold them accountable?
This, as always, is a political game, and it's a nasty one.
The Independent
Former MI5 chief demolishes Blair's defence of the Iraq war
The Guardian
Former MI5 chief delivers damning verdict on Iraq invasion
SkyNews interactive timeline of the Iraq Inquiry with many video reports of the hearings
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Tenho acompanhado o inquérito britânico sobre o Iraque (The Iraq Inquiry) desde o seu começo no fim de 2009, e pelos depoimentos apresentados nunca cessa a ideia que houve uma má interpretação, um plano errado e um erro político de proporções globais ao alinhar com os EUA na ilegal invasão deste país. Mesmo que os líderes e outros membros do governo britânico, Tony Blair e Gordon Brown, ou Jack Straw e Alistair Campbell nos continuem a iludir com argumentos de retórica, factos e visões várias têm sido apresentadas por militares, serviços de inteligência, advogados e juristas, corroborando a ideia de injustificadas razões e opções para a guerra e uma mal preparada campanha para a vencer. É isto que continua a transparecer ainda para mais com o depoimento de ontem por parte da ex-directora do MI5 a Baronesa Eliza Manningham-Buller, e em particular o óbvio efeito de resposta pelo papel do Reino Unido na invasão/ocupação do Iraque que aumentou os riscos de ataques terroristas em território britânico, com 16 evitados e um conseguido a 7 Julho de 2005.
A grande questão aqui é o que virá no relatório final após todos estes depoimentos. Este inquérito não é um tribunal, mas terá capacidade para reunir sustentáveis provas documentais para acusações legais?
Como sempre, é um jogo político, e pode ser bem mauzinho.
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2010-07-20
Save Japan Dolphins
Probably the most human creature of the world, the dolphin is a constant prey of japanese fishing. This slaughter is another bad example of the lack of respect that Japan has towards animal sea life.
Take awareness and help by visiting www.savejapandolphins.org and www.takepart.com/thecove
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Provavelmente a criatura mais humana do planeta, o golfinho é uma presa constante da pesca japonesa. Este morticínio é mais um mau exemplo da falta de respeito que o Japão tem para com a vida animal marinha.
Conheçam este problema e ajudem visitando www.savejapandolphins.org e www.takepart.com/thecove
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