2007-05-31

The Icons of England



Some people argue there is no such thing as a shared English culture. They say all those invasions by the Normans and Romans simply left us with a ‘hotch potch’ of other people’s cultures. Paradoxically, this melting pot is what makes England unique. And today’s multicultural communities make this mix even more vibrant and interesting.

Os diversos símbolos da identidade de um país. Uma forma de entender, assimilar e assumir a herança histórica e cultural da Inglaterra. Elementos que constroem uma Nation Brand a partir dos cidadãos estudantes.

Trienal de Arquitectura de Lisboa



Três anos de blog



Helvetica



Hoje no Público caderno P2, páginas 10 e 11
Ver aqui edição diária online em PDF

Helvetica film documentary aqui e aqui
MoMA 50 years of Helvetica
Helvetica Notebook by Veer

2007-05-30

2007-05-28

Extasiante e deliberado engano, abraça-me duas vezes

Os teus olhos,
exigindo ser bebidos
Os teus ombros
reclamando nenhum manto
Os teus seios
pressupondo tantos pomos
O teu ventre
recolhendo o relâmpago

David Mourão Ferreira

2007-05-25

New in the Playlist

Como fazia um tempinho que não cá colocava nada. Aqui vão mais 3 boas recomendações.


AIR
Pocket Symphony
- Para quem gostou da música "Alone in Kyoto" do álbum anterior vai, com certeza, gostar deste também


The Chemical Brothers
We are the night
- Não me parece melhor que o álbum anterior. Mas têm umas músicas boas como "Burst Generator" ou "We are the night" (apesar de um pouco repetitiva). Tem algumas adições de voz que estranhei um pouco, confesso. Provavelmente, ainda preciso de ouvir mais vezes este álbum para gostar mais dele.


The Cinematic Orchestra
Ma Fleur
- Surpreendeu-me este álbum. De uma sensibilidade incrível.

2007-05-24

Break up



2007-05-22

Boas capas: Alêtheia




2007-05-18

o estado do mundo | Plataforma2



Ver ou ouvir emissão Câmara Clara de 06 de Maio

2007-05-11

Goodbye for now



É conhecida a minha ligação a Inglaterra e ao habitual destaque que dou aos assuntos do Reino Unido. A saída hoje - e o discurso - de Tony Blair não poderia passar sem comentário. O New Labour criou de facto um New Britain, e este Prime-Minister foi o principal autor desta mudança. Mas qual o legado que Blair deixa para os britânicos e para o mundo? O discurso de despedida enumera diversos desses aspectos, ressalvando a questão de que "Britain is a leader" e que se tornou num país para o século XXI. Contudo, e tal como na sátira desenvolvida no telefilme do Channel4, o que fica é o Iraque. Tão injustamente como com toda a justiça. A intervenção com os EUA foi o seu maior erro — um enorme erro — e por conseguinte o maior erro do Ocidente cuja resolução ficará para as calendas gregas. Mas o Labour de Tony e a sua acção no Reino Unido não pode ficar manchada por isto, pois a transformação e a evolução foi imensa. Em dez anos passou-se de um país teimoso e isolacionista, para o mais aliciante de toda a Europa. Reformas na estrutura do Estado, paz na Irlanda do Norte, salário mínimo, mais de 100 novos hospitais, poderio da libra e aproximação à Europa, etc. Novos valores de confiança, empreendedorismo e multiculturalismo se instituíram. Os atentados de 2005 são resultado mais da globalização a que Al-Qaeda também aderiu, mas obviamente devido papel no guerra do Iraque. Tony Blair, prejudicou o seu enorme capital político — o maior defensor da reabilitação de África — pelo que o seu futuro até poderia passar, por exemplo, como um próximo Presidente da Comissão Europeia, porventura mais eficaz que a última presidência da UE pelo Reino Unido.
Estando do lado de fora, é mais fácil tecer comentários mais positivos. Contudo é inegável a importância do papel político e histórico, e isso independentemente de julgamentos vários, não deixará de existir.

O Reino Unido cresceu, mas diga-se que nada do que sucedeu não o poderia ter sido feito sem as políticas económicas de Gordon Brown, há 10 anos Ministro das Finanças e que se prepara para o suceder. Será a partir de 27 de Junho que se verá o quão longe poderá ir esta nova realidade Labour, que tanto pode ser positiva como o canto do cisne que dará lugar ao "Tory Blair" David Cameron.

2007-05-10

Tudo Bons Cartazes (CCCP propaganda)

1920-1937













2007-05-04

Politics is a mind game

Há um lado profundamente psicológico na política. É isso que me seduz. Mais do que a discussão prática de políticas específicas, seja da economia, da educação ou da saúde. Não dispenso contudo as relações diplomáticas, a Europa e o Mundo. É a força das ideologias, o combate na argumentação, os peculiares mind games entre adversários que me fascinam. Atraem-me os modos de argumentação, as reacções, os olhares e os gestos, as atitudes e os silêncios, até mesmo as traições. A nobre arte da política no seu sentido mais puro e original, que remonta aos adventos da Democracia Ateniense e do Senado Romano.

Debates. Eu gosto de debates. Mas aqueles que são vivos e os intervenientes falam directamente um com o outro. Detesto o modelo americano onde apenas se fala na sua vez, impossibilitando a espontaniedade da interjeição e da contra-argumentação imediata. Daí que tenha seguido com interesse o debate entre Paulo Portas e José Ribeiro e Castro. Dentro do tal modelo americano, ambos conseguiram romper com o combinado. Frio, calculista e manipulador, com mestria, cinismo e irritância Portas colocou Ribeiro e Castro entre a espada e a parede. Portas é um oportunista-nato, o projecto de sigla PP significará sempre muito mais "Paulo Portas" do que "Partido Popular", mas é igualmente um político-nato e onde o palco mediático é uma arma-trampolim. Foi curioso visualizar as suas hipocrisias e as debilidades do adversário. O debate centrou-se, como em tantos, e ao fim ao cabo é disso mesmo que se trata, mais do que tentar provar que o outro está errado, mas em derrotar o oponente pela argúcia da palavra e provar a superioridade da sua personalidade. Aí podemos entrar no lado negro do acto da política, afinal tão eloquente como volátil, permeável aos golpes baixos. Mas a política não mais é do que um aspecto do carácter humano, na forma como se relaciona e se identifica com o outro, ou contra o outro.

As eleições presidenciais francesas tiveram uma importância tal que ultrapassou as todas as suas fronteiras, expandindo-se por toda a Europa o confronto de ideias e o futuro de um país-chave para a construção europeia. Segui de muito perto toda a campanha, seja na TV, nos jornais, na internet. Vi as emissões em directo da TV5 nas noites das eleições, com os comentários e análises, os depoimentos de vitória e de derrota. Vi, com enorme interesse o debate final entre Nicolas Sarkozy e Ségolène Royal. E este foi imensamente revelador. O invulgar modo gentleman e estadista de Sarkozy (já a pensar na vitória) em confronto com a combativa e idealista Ségolène. O retorno à discussão pura da política, na sua paixão, nas suas ideologias, no seu utopismo, na sua esperança, na sua vontade de mudar. Um elevado jogo de palavras, intenções e visões estiveram sobre a mesa. Mas pouco foi explorado quanto à política europeia para além do "problema" chamado Turquia. Os discursos da noite final foram eloquentes e curiosos na maneira como estes candidatos se relacionavam com os seus militantes e as suas ideias políticas. O sorriso constante da bela Ségo não pretendia esconder uma derrota, mas inspirar confiança e alegria, manter viva a chama dos ideais socialistas, particularmente para a campanha das legislativas de Junho. O ensemble de Sarkozy como Président de touts les français foi de force tranquile à Mitterrand, mas igualmente notório de um desejo finalmente cumprido. De notar o incrível poder de respeito e autoridade natural que Sarkozy possui: ao dar uma palavra de apreço a favor da candidata derrotada, parte do público começou a vaiar, ao que imediatamente o nouvel Président estendeu a mão em sinal de basta e um olhar negativo sobre esta reacção espontânea dos seus apoiantes. Resultado? Silêncio imediato e absoluto.

Política é manipulação sim. É um mind-game, verbal, gestual ou mesmo silencioso. O Prime-Minister Francis Uqhuart da magnífica série da BBC House of Cards era retrato disso mesmo, mas onde por vezes os meandros se podem tornar crueis, egoistas e despóticos até. É tudo uma revelação e um domínio das capacidades psicológicas, cognitivas e intuitivas do ser humano. Mas igualmente, e acima de tudo, como tantos democratas assumem que a mais nobre das artes, é das mais honrosas actividades de serviço público.

2007-05-03

Le débat



As presidenciais francesas permitiram o renascer da arte da política, a sedução do confronto de ideias, a clareza das ideologias, que acompanho com imenso fascínio. Toda a campanha foi uma mudança curiosa do modo de perspectivar ideias e projectos. Assim como, na noite da primeira volta, através da emissão da TV5.
O debate de ontem entre Sególène e Sarkozy - que acompanhei, novamente em directo via TV5 - foi muito enérgico e interessante, e que resumiu, e bem, toda esta viragem clara e objectiva, na política gaulesa. Há muito que umas eleições não eram tão importantes para a França, e pela primeira vez tão decisivas para o futuro da Europa.

2007-05-02

Reino (des)Unido-IV



300 anos de União

Completam-se três centenas de anos de um inovador projecto político. Mas existem hoje razões para festejar? Certamente que se podem celebrar diversos feitos e efeitos de um casamento exemplar, mas dada a conjuntura actual, onde milhares de soldados ingleses, escoceses, galeses e irlandeses combatem na mais sangrenta e ilegítima das guerras em nome de um governo britânico que mentiu ao povo e ao mundo para se envolver no atoleiro do Iraque, poucos se lembrarão desta data.
O The Guardian (08.02.2007) interrogava-se se a relação entre a Inglaterra e a Escócia poderia durar outros 300 anos.


As eleições regionais
Marcadas para quinta-feira as eleições regionais poderão ser cruciais em determinados círculos eleitorais. E praticamente todos eles tenderão a provocar mossa no Partido Trabalhista que, por sua iniciativa, foi o autor de dois dos mais importantes documentos sobre os estatutos das nações que constituem o Reino Unido. O chamado Devolution Act de 1999 permitiu o regresso do Parlamento escocês e, instituição de uma Assembleia Galesa.

Com o referendo de 1998 que ratificou o Devolution Act, o sentimento nacionalista escocês foi crescendo e, segundo as últimas sondagens o SNP vai sempre na frente, relegando o Labour para segundas e, terceiras posições atrás dos Liberal Democrats.

Agualusa vence prémio


José Eduardo Agualusa vence britânico Independent Foreign Fiction Prize para melhor livro de autor estrangeiro, com a tradução para inglês de "O vendedor de passados".
Notícia também aqui.

2007-05-01

Reino (des)Unido-III



Grande Aliança


A 1 de Maio de 1707, há precisamente 300 anos o Reino de Inglaterra e o Reino da Escócia uniam-se sob o Tratado da União, como um estado novo e unitário com a designação Reino Unido da Grã-Bretanha.
O The Guardian dava destaque na sua edição de 8 de Fevereiro da seguinte forma: May 1 will mark the 300th anniversary of the Act of Union between Scotland and England. Yet there will be little celebration in either country. Does no one care any more - or are we witnessing the return of the auld enmity? Ian Jack reflects on Britishness, his experiences as a Scot in England and the rise in nationalism on both sides of the border.

Uma das grandes questões é por que razão a Escócia e a Inglaterra se uniram? O desejo de conquista do território de tradição celta pelos ingleses foi sempre grande. Diversas batalhas e controlos de poder ditaram historicamente a relação entre ambos os reinos, como já referido nos textos anteriores.

O estatuto político e nacional dos dois reinos modificou-se com um dos tratados mais originais e duradouros até hoje. Em 1707 os Parlamentos escocês e inglês decidiram fundir-se e o estatuto bi-estadual transforma-se num estado único com sede em Londres onde figuravam três nações - Inglaterra, Escócia e Gales (território anexado à Inglaterra desde 1535) formavam através do Tratado "Act of Union" o novo Reino Unido da Grã-Bretanha. Apesar da Irlanda pertencer por acréscimo a esta união, não possuía um regime autónomo pois, durante muitos séculos foi somente uma possessão inglesa.

Mas o facto de enquanto estado independente a Escócia, com as suas possessões na América via-se cada vez mais fragilizada face ao domínio e grandeza do Reino de Inglaterra. O lado prático dos interesses políticos e económicos viu a incorporação como a melhor saída para o futuro do país. O Tratado de 15 artigos estabelecia diversas condições e direitos - como o impedimento da linha sucessória de nobres católicos, o reconhecimento da Igreja Presbeteriana como a Igreja Oficial da Escócia, a transformação dos parlamentos escocês e inglês num único em Westminster (em Londres), pares do reino escoceses com assento na Câmara dos Lordes, transferências monetárias anuais para o território escocês, uma moeda e economias comuns. No entanto, a grande maioria da população nunca concordou com a perda da independência, e logo desde o início houve diversas manifestações violentas acusando os nobres escoceses de corruptos por venderam o país a Inglaterra por £20,000.

Mas foi a partir daqui que uma nova Escócia floresceu. O novel e poderoso Império Britânico surge num momento exacto e glorioso. A união permitiu a constituição de forças armadas poderosas, em grande parte devido ao contributo bravo dos regimentos escoceses. No entanto seria com o periodo do Iluminismo, que diversos indivíduos de enorme qualidade foram surgindo das terras altas no seio da nova massa intelectual londrina, de tal forma que se designa o periodo entre 1730 e 1800 como o Scottish Enlightment. Se em França temos Voltaire e Rosseau entre outros, na Escócia temos vários filósofos, pensadores e outras figuras importantes para o país e para o Reino Unido. Nomes como Francis Hutcheson, David Hume, Thomas Brown, Adam Ferguson, James Burnett, Joseph Black, Robert Adam, Robert Burns, Sir Walter Scott, Adam Smith, James Watt, John Walker, etc, contribuiriam também para a evolução da civilização Ocidental no seu todo. Assim tal como com o advento da Revolução Industrial, os parceiros Escócia e Inglaterra tornaram-se nos motores comerciais, económicos e intelectuais da Europa entre 1750 e 1850.

A existência da união tornou o Reino Unido na maior potência global da história do mundo.