Caminho eternamente sobre estas margens,
entre a areia e a espuma.
O fluxo do mar apagará a impressão dos meus passos,
e o vento levará a espuma.
Mas o mar e a margem permanecerão
eternamente.
Kahlil Gibran
Areia e Espuma
Coisas de Ler
2002
Décadas de resistência, mas também de esperança. Esforços de guerra e de paz. Erros e virtudes. Yasser Arafat, tal como Moisés, não vê a Terra Prometida: a Palestina livre. A representação simbólica da luta pela liberdade de um povo aprisionado num guetto do tamanho de um país, não mais resistiu à fraqueza do corpo. Mas a força do espírito permanece, e o Dia da Liberdade chegará. Inchallah.
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Opiniões recolhidas noutros blogs:
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O PRÍNCIPE DO TERROR
novembro 10, 2004
Mesmo que Arafat não morra nos próximos dias o certo é que acabou politicamente. É importante referir, antes de se ler o que adiante se segue, que nunca gostei do líder da OLP. Posto isto, a questão que nesta hora gostaria de ver discutida era a de se saber porque Arafat sai de cena sem que a Palestina chegue a existir. Na minha opinião, a razão prende-se essencialmente com o facto de Arafat ter cometido o erro em nunca ter aceite a existência de Israel. É certo ter o líder Palestiniano lutado pela Palestina, mas não deixa de ser verdade que quis essencialmente o fim de Israel.
Quando, em 1948, foi criado o Estado Judaico, os povos árabes viviam (ou começavam a viver) uma época de forte sentimento nacionalista que mais tarde deu origem aos regimes de Nasser, Assad e Saddam. De acordo com esse nacionalismo crescente, a Palestina era terra árabe e o surgimento de Israel consistia num último acto colonizador do mundo ocidental. O ocidente saía do mundo árabe, mas deixava uma pedra, uma autêntica pedra no sapato.
Arafat, sempre acreditou ser possível acabar com Israel. Enganou-se. Tivesse ele lutado pela Palestina, como Ben Gurion lutou por Israel e seria agora um presidente respeitado. Preferiu o outro caminho. Quis ser terrorista, conseguindo aqui um feito extraordinário que foi o ser recebido por todos os chefes de Estado. Ninguém lhe negou abrigo. Ninguém lhe virou costas. Todos o ouviram e todos lhe deram várias oportunidades. Nunca as aproveitou. Foi recebido pelo Papa, na Casa Branca e nas principais cidades europeias. Foi aclamado pelo seu povo que nunca percebeu ter, por ele, sido constantemente enganado. Arafat foi um autêntico príncipe do terror.
Com ele a paz jamais seria possível. Sem ele será difícil, mas a esperança, essa, nunca se baseia em facilidades. E nestes dias, ela surgiu de novo.
P.S.: A confirmar-se Arafat como o 9.º governante mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em cerca de mil milhões de contos, não posso deixar de concluir que Arafat foi, além de um príncipe, um ladrão.