2004-11-17

Blogs dixit

Nem tão alto subir, nem tão baixo descer!
Nesta terça-feira, pelas oito horas da manhã, quem fosse às bancas comprar os jornais, ou lê-los sem os comprar, ficava convencido de que Pedro Santana Lopes estava para durar pelo menos dez anos, os próximos dez anos.
O mesmo incauto cidadão que, entretanto, às oito da noite se sentasse em frente à sua televisão, caía das nuvens: o governo estivera para cair durante o fim de semana anterior.
Depois, durante a noite informativa, foram as picardias e os gritos de recriminações recíprocas nas hostes do Governo e dos seus apoiantes.
Na manhã de hoje, um jornal complacente oferecia a sua primeira página a um fotografia de Lopes e Portas em ademanes de almoço. Estavam ambos com o ar contrafeito de serem capazes de se comer um ao outro.
É isto que torna a política ridícula porque burlesca.
Este teatro trágico de alucinações tem precedentes vários.
Adolph Hitler também assumiu a Chancelaria alemã em 1933 e proclamou que inaugurava um «Reich de Mil Anos». É claro que durou doze. Para fugir à miséria da derrota, o «Führer» deu um tiro na cabeça.
O exemplo é mau, mas o exemplificado ainda é pior.

http://arevoltadaspalavras.blogspot.com/


Criar um novo partido
Pedro Santana Lopes está a fazer ao PSD o que Paulo Portas fez ao CDS: criar dentro de um partido, um novo partido o PP. É mais difícil fazê-lo no PSD, que tem um lastro muito especial e é um partido de grande dimensão, menos plástico a “refundações”, mas, se lhe for dado tempo e oportunidade, é o que ele tentará fazer. Não é aliás um projecto novo, já tem história no muito esquecido projecto de um “partido social-liberal”, pensado por Lopes e anunciado pelo Independente de Portas.
Os sinais estão bem à vista: a tendência para o partido unipessoal, à PP de Portas, com o culto de personalidade assente na “subjectividade” do líder, a interpretação messiânica do destino manifesto, a ênfase na “geração” como mecanismo de exclusão, a identidade nacionalista entre “Portugal” e o líder, a acentuação de um princípio de comando (“eu” foi a palavra mais forte do Congresso), a tentação populista do contacto directo entre o líder e o “povo” através daquilo que, com ignorância do significado das palavras, os fãs chamam, ou “inteligência emocional” ou “carisma”, e o exercício brutal do poder de estado ao serviço não de causas, mas de pessoas. A complacência com alguns políticos pouco honestos que passeavam pela sala, sempre sem mácula partidária, façam o que fizerem, a contrastar com a violência verbal contra os críticos. A perigosa enfatuação da palavra “líder”.

http://www.abrupto.blogspot.com/


A Legitimação
A moção de Pedro Santana Lopes ganhou por 496 votos a favor, 0 (zero) contra e 1 abstenção. Santana Lopes ganhou por 99,8% ! Ora José Sócrates só teve 81%. Sócrates que se cuide!!
No PCP, o próprio Jerónimo de Sousa, ficou certamente preocupado. "Conseguirei tão invejável score ?
- "Foi bom ter havido uma abstenção que eu não gosto de unanimismos" - observou o Pedro a uma jornalista da SIC que simpaticamente lhe aproximou o microfone da boca, num momento alto da carinhosa Grande Festa da Consagração.
Estão a perceber porque é que se considerava tolerável que Manuela Ferreira Leite fosse a Barcelos mas já se achava excessivo que pudesse votar? É que: bem, uma abstenção até faz jeito - para aquela coisa que ele disse - mas um voto contra já é demais para um congresso que não é um congresso qualquer mas um congresso sob o lema da "Verdade" e da "Confiança" onde devem estar todos amigos e a bater palmas ao Pedro.
Pessoas despeitadas como esse Francisco de Assis, do PS quando várias microfones lhe pediam uma opinião sobre tão entusiástico Gongresso - ainda no ar esvoaçava o frémito da exaltação e engrossava a fila para os beijinhos e abraços ao Pedro - não soube dizer mais nada que: "de Barcelos não saiu uma única ideia para o país".
Só a incompreensão pode ter ditado comentário tão retorcido porque toda a gente sabe que o congresso não era para isso. O congresso era para o Pedro falar do Pedro. E também para ver se o velho PSD se encaminha para o ambicionado "PPD".

http://puxapalavra.blogspot.com/

2004-11-15

Discurso positivo ou o regresso das utopias?

Existem diversas formas de falar. Outras ainda de pensar. Há vários tipos de discurso. Também convém, na argumentação de um falatório, ter a noção da realidade, do futuro, do ridículo. Ter como facto que palavras ditas têm (deveriam ter) consequências práticas. Compreender que os ouvidos pertencem a gente que pensa e avalia por si próprio. Entender que de promessas está o inferno cheio. Encarar um projecto de dimensão imensa que é dirigir um governo é muito mais que aparecer nos media pelas mais (inúteis) diversas razões. Que tudo o que se escreve sobre e contra o estado das coisas em Portugal deverá ser tido em conta. Que trabalhar para uma nação (e não pelas imagens pessoais daí consequentes) é muito mais árduo que se imagina, e muito mais grave os erros cometidos.
Por muita boa vontade que exista, o discurso que o Santana Lopes ontem proferiu no congresso do PSD, flutuam na ténue e perigosa fronteira entre positivismo e utopia, entre honestidade e populismo. É preciso muito cuidado com estas opções verbais e consequentes aplicações práticas - o Orçamento de Estado e (haverá?) plano estratégico para Portugal. O PM actua com um olho na bola de cristal e outro para os media e opinião públicas, navegando ao longo da costa, suficientemente longe para se salvar, demasiadamente perto da tempestade. O desejo de ser popular que nem José Castelo Branco cumpriu-se, e subindo na carreira política sem concluir o que começara, entronizado de bandeja como líder de partido e Primeiro-Ministro, acabará ele o que promete começar? Ou acabará de vez com o país? Positivismo ou utopia? Blue pill, or red pill?

Nota: Já viram logotipo mais ridículo para um partido? Anda-se para trás até aqui... Vou escrever uma análise sobre a identidade e iconografia dos partidos em Portugal.

Mais sobre o assunto:
"A retoma"
"O acossado", por Ana Sá Lopes
"O Enterro de Barcelos" por Vasco Pulido Valente

2004-11-11

O Último Dia



Caminho eternamente sobre estas margens,
entre a areia e a espuma.
O fluxo do mar apagará a impressão dos meus passos,
e o vento levará a espuma.
Mas o mar e a margem permanecerão
eternamente.


Kahlil Gibran
Areia e Espuma
Coisas de Ler
2002

Décadas de resistência, mas também de esperança. Esforços de guerra e de paz. Erros e virtudes. Yasser Arafat, tal como Moisés, não vê a Terra Prometida: a Palestina livre. A representação simbólica da luta pela liberdade de um povo aprisionado num guetto do tamanho de um país, não mais resistiu à fraqueza do corpo. Mas a força do espírito permanece, e o Dia da Liberdade chegará. Inchallah.
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2004-11-09

Primeiro dia



As divisões, quando sucedem, são-no por diversas razões. Os desentendimentos e as desconfianças também. Mas submeter durante quase três décadas uma cidade - e por conseguinte um povo em dois países - à sombra de um muro físico-ideológico é ir longe demais. A Guerra Fria produziu muitas situações dificeis, perigosas e bizarras; o Muro de Berlim era o símbolo máximo da divisão político-militar-ideológica do mundo. A opressão e repressão, a intriga e o isolacionismo, os dogmas e as mentiras do lado de lá da Cortina de Ferro acabaram por levar à implosão de um sistema politico-social.
Faz hoje 15 anos que os leste-berlinenses sentiram o lindo e doce sabor da liberdade, o ar puro que um muro derrubado deixou passar, uma alegria imensa própria das revoluções justas e verdadeiras.
Eu lembro-me, quase como se estivesse lá. Recordo a loucura dessa noite - e mesmo dos dias que a antecederam, e as semanas que se seguiram - agarrados às imagens da TV, aos jornais, tentando saber o máximo e sentir a contagiante e repentina felicidade que atravessa os corações de alemães de leste e de oeste.
A queda do Muro da Vergonha foi o último dia da Guerra Fria. O Primeiro dia de um novo tempo de paz e união para a Europa.

2004-11-08

Black is Beautiful > 5




Beyoncé Knowles
Cantora e actriz

Black is Beautiful > 4




Halle Berry
Actriz

2004-11-04

A ressaca

Tal como hoje escreve Jacinto Lucas Pires n'A Capital (ler em comentário anexo), é assombrosa a vitória. É o conservadorismo, o medo, a "mudança" na continuidade que prevaleceu nos 51% de votantes em George W Bush. A recondução do presidente dos EUA é, como já referi anteriormente, totalmente do meu desagrado. No entanto, tal resultado não me é de espantar. Facilmente as máquinas de propaganda política fazem o seu trabalho, as mensagens que passam são aquelas que muitos preferem ouvir, as ideias são "elaboradas" para agradar, intensificar posições. O individualismo colectivo americano sobrepõs-se à cooperação, à boa amizade, quando os EUA têm todo o potencial para fazer o bem pelo mundo. Mas isso são conversas já discutidas.

A disputadíssima corrida eleitoral, mesmo que o resultado fosse inverso, punha qualquer candidato pressionado pelo campo oposto. Mas será que quem votou Kerry, se as coisas continuarem a não correr pelo melhor, continuarão a intervir civicamente, à parte os pedidos de unificação de uma nação que ficou crispada com as diferentes opiniões e ideias nesta luta presidencial? O que é certo é que a divisão política nunca foi tão grande.

Diz-se que um segundo mandato - sem a pressão de recandidatura (afinal governa-se para o povo ou para os resultados?) - será forçosamente diferente. Melhor política externa e interna; reformas sociais e económicas; atitudes cooperantes. Espero bem que sim. Mesmo que quem lá esteja não mereça a nossa confiança - Santana ex aequo - gostamos de pensar que farão o seu melhor para o melhor. Pensar que "quanto pior melhor" é não ser racional e ser egoísta. Claro que às vezes apetece dizer "eu avisei-te...", mas o pensamento positivo terá de prevalecer. Afinal, não devemos ser todos nós a tentar construir um mundo melhor?

2004-10-29

Europa

Hoje é um dos dias mais importantes da história da construção europeia. É assinado em Roma o Tratado Constitucional da União Europeia, um marco importantíssimo para o futuro do continente e dos seus cidadãos. Europeísta convicto, apoiante de um sistema híbrido de Federação de Nações, e não de união federal de estados ou associação de nações, a relevância deste passo em frente para a unidade, desenvolvimento e solidariedade pan-europeia é enorme. A construção europeia visa também reforçar os ideais de democracia, e valorizar a potencialidade da UE enquanto grupo político, económico e cultural.

No entanto, os cidadãos, que tal como os seus governantes apoiam a participação no projecto europeu, continuam um pouco a leste do que se passa em Bruxelas/Estrasburgo, quer no Parlamento Europeu, quer na Comissão Europeia, quer nas decisões dos Conselhos de Ministros. A culpa poderá atribuir-se aos próprios políticos, que nos seus paises se divertem com coisas banais, e não elucidam sobre a verdadeira missão europeia. Mas também da comunicação social, que não dá o devido destaque aos assuntos europeus. Quanto mais desenvolvida e rica uma sociedade, mais os cidadãos se afastam da política. Mas hoje, mais do que nunca, e com este Tratado Constitucional a condicionar o futuro da União, as decisões e estratégias vindas de Bruxelas reflectem-se sobre todos os seus estados-membros com mais intensidade.

Por isso é muito importante o debate e o esclarecimento sobre a Europa, ainda para mais que no próximo ano, nós portugueses vamos referendar o Tratado. O TC pode ter falhas, mas é muito mais vantajoso para todos que seja aprovado do que ser rejeitado. Isso seria um sério revés para o projecto europeu.

Contra Bush

Pode parecer muito, mas o futuro do mundo dos próximos anos estará em jogo na próxima terça-feira. Infelizmente, o destino de uma nação, é o destino do mundo, e nós, deste lado, olhamos a realidade política americana sem nela poder interferir. Não é que desejava ser americano, orgulho-me de ser europeu, mas a Presidência dos EUA tomou tais proporções nas orientações e aspectos planetários, que muita gente podia achar pertinente votar para as eleições. E se pudesse, optava pela decisão mais sábia, mais óbvia, mais segura: votando John Kerry, derrotando George W Bush.

A Administração Bush (que não venceu as eleições, mas o sistema eleitoral americano é invulgar ainda para mais com as suspeitosas fraudes na Florida) nestes últimos quatro anos destruiu tudo aquilo que a Administração Clinton construiu em oito anos. De um país próspero (nos últimos anos teve lucro!), aberto e colaborador, respeitado e positivamente influente (os Acordos de Paz Israel-Palestina em 1993), "Wrong" Bush transformou os EUA para uma nação deficitária, numa economia de interresses pessoais e de guerra, unilateral, incumpridor de tratados internacionais (Tribunal Penal Internacional, Protocolo de Quioto), odiado e desprezado, amedrontando o mundo com o seu poderio e ambição hegemónica político-económico-militar. Transformando uma democracia em proto-ditadura. É certo que terroristas há muito preparavam atentados vários tais como o 11 Setembro 2001, mas o ódio anti-americano sentido há muitas décadas, em particular entre fundamentalistas do Médio Oriente, agudizou-se com o actual governo nas suas mais diversas acções, colocando a Humanidade sob outra ameaça.

Recordam-se das centenas de manifestações que houve por todo o mundo antes da ilegal intervenção no Iraque? A contestação continua. A ilegalidade foi confirmada - não havia armas de destruição maciça, nem campos de protecção à Al-Qaeda - e o Iraque transformou-se num barril de pólvora cada vez mais explosivo. Agora sim, o território iraquiano (explorado e desprezado simultaneamente pelos americanos - afinal havia dúvidas?) é ponta-de-lança da intervenção da Al-Qaeda. As políticas americanas levaram a respostas horrendas por parte dos terroristas. O assassinato do homem-bom que era Sérgio Vieira de Mello pode-se atribuir a tudo isto. Madrid 11 Março 2004.
Clinton ia sendo exonerado por ter mentido à mulher e à Justiça sobre uma relação sexual. Bush mentiu à Humanidade inteira para desencadear uma guerra. E com isso provocou milhares de mortos inocentes, raptos e execuções terroristas, dinheiro desperdiçado, economia global em crise.

Mas quanto às políticas nacionais, apesar de muitos americanos não verem (para além de muitos fazerem uma imagem idílica - ignorante - da presença americana no mundo) o páis enfrenta dificuldades várias. O défice que subiu astronomicamente (por causa da guerra), os cortes nas políticas sociais da era Clinton (há cada vez mais pobres extremos), a submissão aos interesses económicos de empresas nacionais (algumas com ganhos significativos via guerra no Iraque) contra a qualidade social dos cidadãos e contra a natureza, a obsessão securitária e diminuição - subtil - dos direitos de liberdade e garantia dos cidadãos. O controlo e influência sobre os meios de comunicação social - em particular a visão governamental bastante difundida no primeiro mês da intervenção iraquiana. Estes erros pagam-se caro, e será no futuro que estas facturas serão apresentadas, mas ninguem se lembra disso. O ódio anti-americano agudizou-se, e criou tambem um generalizado ódio anti-Bush.

Se Bush ganhar, estas políticas continuarão. E opositores como Bin Laden terão motivos ainda maiores para destruir o nosso estilo de vida. Se não houver inteligência, as políticas ambientais ficarão de novo adiadas, e o planeta em maus lençóis - cada vez mais se vêem situações como no filme "O Dia depois de Amanhã"... O desinteresse pela pobreza, fome e guerra em África e na América Latina continuarão. Os interesses económicos continuarão a sobrepôr-se. O conflito israelo-palestiniano - origem de muitos conflitos regionais e deste ódio contra os americanos - permanecerá. Continuaremos sempre a viver no medo, em guerras localizadas com terríveis impactos mundiais, recessões que matam recuperações...

Kerry poderá não ser melhor que Bush, mas deste último sabemos que nada melhor virá. Por princípio o Partido Democrata (liberal) é menos pró-guerra que o Partido Republicano (conservdor), e se Kerry, baseado na sua experiência, virtudes e ideias, respeitando o ideário e conquistas de Bill Clinton, dias melhores virão. Esperemos que os americanos pensem como os europeus e restantes povos e votem maioritariamente em Kerry. Contra Bush.

2004-10-25

Blog links

Como sempre, vou descobrindo novos sites e novos blogs de vários assuntos e ideias. Mas estes três prendem diariamente a minha atenção. Constam da lista de links neste blog. Recomendo-os vivamente.

universos desfeitos
conversas escritas
a barriga de um arquitecto

2004-10-20

Que horizonte?

Chegámos a um periodo da nossa história no qual as incertezas dominam o nosso horizonte. À parte toda a evolução e desenvolvimento das nossas (ocidentais) sociedades, a sustentabilidade do planeta continua deveras instável e constantemente em perigo. Vem aí o fim dos tempos?

É o projecto Europeu que caminha desligado dos cidadãos. A interminável questão israelo-palestiniana, problema-solução de diversos conflitos e atritos. A ilegalidade da intervenção no Iraque. O ameaça constante da Al-Qaeda. A ineficaz e desrespeitada ONU. A eterna fome e guerras em África. As pobrezas e desiguladades na América Latina. A tragédia de Darfur continuamente trágica. A destruição das florestas húmidas. A proto-ditadura dissimulada de pseudo-democracia nos EUA, na Rússia, na China. O governo Santana/Portas que olha mais para o seu umbigo e para os media do que para as reais necessidades deste país. É (alguma, mas mais consumida) comunicação social que se debruça enjoativamente sobre futilidades e inutilidades e dramas humanos exaustivamente abordados.
Os interesses materiais, imediatos e pessoais, sobrepõem-se aos interesses colectivos dos cidadãos e da natureza. O desrespeito pelos valores da Revolução Francesa, o desprezo pela Carta das Nações Unidas, o esquecimento dos ideais do 25 Abril, são reflexo da mesquinhez individual e do poder que os líderes/administrações políticas e económicas possuem.

Dir-me-ão que ainda existem coisas belas no mundo, para não ser pessimista. Concordo inteiramente. O planeta é extraordinário. Já repararam na excelência do design, por exemplo, das frutas? As formas, as soluções, as cores? Pensem na banana, na laranja, no côco. Deliciem-se com as belezas das milhares de orquideas que existem, e da imponência dos embondeiros. O espanto que são os crocodilos, os elefantes, os falcões. A inteligência, ainda por explorar mais, dos golfinhos e das baleias. A variedade supra-maravilhosa das paisagens naturais como Uluru na Austrália, as quedas do Niagara, as estepes da Sibéria, o Serengueti, o Gerês. A valiossísima riqueza e legados históricos e artísticos dos nossos antepassados, tais como as civilizações Egípcia, Azteca, Polinésia, Chinesa, Europeia, Islâmica. A variedade da criação artística actual. As maravilhas do avanço (positivo) da ciência e da tecnologia.

Como vêem motivos não faltam. Mas a realidade actual doi. É o futuro do nosso mundo, nas suas espantosas diversidades que está em causa.
Que horizonte queremos? Que horizonte teremos?

2004-10-14

Soho Lounge Café



©2004. Trabalho realizado em parceria.

2004-10-07

Censura II

Comentários sobre a censura ao Prof.Marcelo Rebelo de Sousa

Público:
Editorial: "Ainda mal começou...", José Manuel Fernandes
"A resposta da fraqueza", Pacheco Pereira
"Contraditório", Eduardo Prado Coelho

Canal/Jornal de Negócios:
"O inimigo principal", Fernando Sobral

Diario Digital
"Marcelo e as 'ondas de paixão'", Clara Ferreira Alves

Expresso online
"Democracia a saque", José António Lima

Censura

Ressurgiu do vale dos mortos um ser maléfico que deixa um rasto de tom azul por onde passa. Ontem a vítima foi o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, e a própria TVI - que apesar do que os accionistas pretendem, também a estação fica beliscada.

Este acto proto-censório é verdadeiramente intolerável e inconcebível num governo de um estado de direito democrático. Estas suspeitas, que todos os quadrantes da sociedade e da política sentem, é de uma gravidade tal, que se torna absolutamente necessário o apuramento da verdade.

Numa incredulidade colectiva, o país assistiu a mais uma actuação arrogante, prepotente e descarada deste pseudo-governo, que cada vez mais caminha para o abismo, e com ele arrasta Portugal. Onde o regresso à luz se avizinha já quase como uma mitologia à espera de um Messias.
E no entanto, depois do que se viu com o barco do aborto, acaba por não ser tão espantoso...
Como Pacheco Pereira escreveu sobre este assunto: "Isto está pior do que se imaginava, e eu sempre o imaginei muito mal".