Ressurgiu do vale dos mortos um ser maléfico que deixa um rasto de tom azul por onde passa. Ontem a vítima foi o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, e a própria TVI - que apesar do que os accionistas pretendem, também a estação fica beliscada.
Este acto proto-censório é verdadeiramente intolerável e inconcebível num governo de um estado de direito democrático. Estas suspeitas, que todos os quadrantes da sociedade e da política sentem, é de uma gravidade tal, que se torna absolutamente necessário o apuramento da verdade.
Numa incredulidade colectiva, o país assistiu a mais uma actuação arrogante, prepotente e descarada deste pseudo-governo, que cada vez mais caminha para o abismo, e com ele arrasta Portugal. Onde o regresso à luz se avizinha já quase como uma mitologia à espera de um Messias.
E no entanto, depois do que se viu com o barco do aborto, acaba por não ser tão espantoso...
Como Pacheco Pereira escreveu sobre este assunto: "Isto está pior do que se imaginava, e eu sempre o imaginei muito mal".
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Meu Caro Zarp,
ReplyDeleteSendo a primeira vez que retribuo um comentário a um blog, é com enorme prazer que o faço neste teu magnífico espaço de cultura centrífuga. Em face dos temas geralmente tratados - bem mais interessantes, diga-se -, relativos a arte e afins, tem sido para mim praticamente impossivel, devido à minha patente impreparação, dizer fosse o que fosse. Apenas me limitei sempre a contemplar (e a invejar)...
Hoje, porém, muito embora com um sempre admirável sentido estético - "Ressurgiu do vale dos mortos um ser maléfico que deixa um rasto de tom azul por onde passa." - o tema já me permite, sem outra intenção que não a de debater, corresponder-me contigo.
Não venho defender o Governo em geral, nem nenhum ministro em particular. No entanto, julgo que concordarás comigo que estas tuas glosas pós-modernas não devem ficar à prova do contraditório. Assim, sem responder directamente à tua clara posição anti-santanista e socrató-sebastianista, apenas penso que se deveriam considerar (por quem possa interessar-se) algumas questões ainda pouco levantadas: qual a agenda secreta do Prof. Marcelo?; um Estado de Direito Democrático deve entender a liberdade da comunicação social como um valor absoluto e intocável ou, comprovando-se que esta se move com intuitos anti-democráticos, deve o Estado intervir?; esta censura, a existir, foi política ou económica? (não, não sou o indivíduo que escrevia o muito mentiroso); valerá a pena prejudicar o trabalho que um governo tenta fazer a bem do país para que ele seja derrotado nas eleições? O trabalho da oposição, interna e de outros partidos, deve passar pelo famoso "quanto pior, melhor"?
Um abraço,
Garal Roveje
P.S. - Peço desculpa se o português não estiver correcto...
Caro Garal
ReplyDeleteAgradeço o princípio do contraditório, não vá eu também ser censurado por não ter ou permitir.
Ao contrário do que possas pensar, a minha posição socrató-sebastianista não existe. Assunto que em breve tratarei, o líder do PS "is not the one".
Quanto à questão prinicpal, o direito à liberdade de expressão foi posta em causa, pelos mais diversos motivos:
a) Política: este domingo foi a gota de água, há muito que o Prof.Marcelo dizia de sua justiça contra este governo. Mas ele já fazia estes comentários na TVI ainda o Eng.Guterres era PM. Aí não houve censuras...
Quanto ao princípio do contraditório invocado pelo ministro (pau-mandado) Rui Gomes da Silva, esquece-se que o acual PM, também sozinho, comentava política nacional, na SIC, e ele sempre foi o enfant terrible do PPD/PSD.
b) Económica: pelos vistos há negócios em vista entre TVI/Media Capital e Grupo PT. Accionistas temiam que posições "marcelistas" prejudicassem relações com o Governo/PT.
As posições e opções, quer do Governo, quer da Oposição, em nada têm contribuído para o bem do país. Apesar do meu gosto e interesse pela política, cada vez mais vontade tenho de me afastar de tudo isto. "Isto está pior do que se imaginava, e eu sempre o imaginei muito mal".
A agenda secreta do Prof.Marcelo é também ela especulativa. Derrubar o governo? Aspirar de novo a líder do PSD? Candidatar-se a PR com Santana eliminado politicamente? Tudo isto?
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ReplyDeleteOs comentários do Prof.Marcelo eram a única coisa que via na TVI. Nada mais naquele canal merece ser visonado. O meu leque de opções já estava reduzido a 2 canais e "meio" (RTP1, 2: e as notícas e alguns, pouquíssimos, filmes na SIC).
ReplyDeleteGaral Roveje said:
ReplyDeleteMeu bom Zarp,
Quem, como Marcelo Rebelo de Sousa, faz comentários políticos na tv há cerca de 4 anos, não pode ficar amuado e simplesmente bater com a porta só porque um dos seus visados decide responder e critica-o. Na verdade, não foi isso que aconteceu: em face das criticas do ministro, o comentador apenas disse que responderia no domingo no habitual comentário. Não foi, pois, por causa do que o ministro disse que ele deixou de colaborar com a TVI.
É preciso lembrara que o facto de ser ministro não lhe retira o direito de manifestar a sua opinião. O próprio Presidente da República criticou, com fundamentos muito semelhantes, o comentário do Professor há cerca de 3 anos atrás.
Falta saber, então, o que levou a que ele saísse. Isso só ele pode explicar...
PS - que as desventuras dos nossos políticos não te retirem o gosto pela política. Se tu e outros se afastam, acaba-se a política e vence a politiquice.