Histeria da vitória

É certo que há longos onze anos tal não acontecia. É certo que mais de metade da população é clubisticamente vermelha. É certo que a alegria é contagiante. Os meus parabéns. Mas a loucura vivida ontem até hoje de madrugada ultrapassa a minha compreensão. Numa época atípica, pouco estimulante, foi um alívio para todos que tenha chegado ao fim. Ver como pessoas idolatram o futebol de maneira doentia (também acontece nos outros clubes) com afirmações, gritos, gestos incontrolados, idiotas, infantis, é assistir a um lado primitivo - e digo-o (também) de forma científica - do ser humano. Espreitei, com curiosidade, à forma como as TVs fizeram as suas emissões, antes e depois dos jogos: exagerada, abusiva, rídícula. Especialmente a TVI, popularucha como sempre. A invasão do futebol, através das TVs, no serão de ontem - que creio que tenha continuado ao longo da madrugada na TVI - de pouco relevante a nível de informação, mas ricamente saturante quanto ao entretenimento - teve como único resultado o desligar, são e sereno, do aparelho. E o descanso chegou por fim às 22h.