Nos ultimos dias assistimos à enumeração de desígnios nacionais e à renovação de outros. De novo. A falta de actuação e a inexistência de políticas funcionais sobre diversas matérias essenciais ao país continua. O que falta fazer pode tornar Portugal um país digno do conceito europeu: moderno, eficaz, funcional, justo. É absolutamente necessário elaborar e, acima de tudo, pôr em prática, estratégias de médio e longo prazo que visem a renovação política, económica e social, dos recursos e da adminstração e ordenamento territorial português. Todos os políticos e governos o falam, mas onde estão os resultados concretos das suas intervenções? Pensar tais planos e estratégias não deve cingir-se aos gabinetes ministeriais, deve aglomerar técnicos e responsáveis qualificados, das universidades, de institutos, da sociedade; em conjunto elaborar com eficácia e rigor - e temos agora uma nova oportunidade, que se revela quase derradeira, se queremos atingir os patamares dos nossos parceiros europeus no espaço mínimo de dez anos; senão mais longe e difícil o caminho se tornará.
ÁguaPoupar e redistribuir correctamente. Evitar a tranformação de quase metade do país num deserto (afinal, petróleo não existe por cá). Água é vida, e no futuro será motivo de guerras em certas regiões do mundo.
Energias alternativasApostar definitivamente na energia solar, continuar mais a éolica, desenvolver a das marés. Diminuindo a dependência e custo financeiro do petróleo. Modernizando e autonomizando tecnológica e energeticamente.
Educação e TecnologiaCriar um currículo estável e abrangente (fim das reformas com cada novo ministro da educação), um regime de estudos básicos e profissionalizantes, interligação efectiva universidades-institutos-mundo laboral, promovendo a investigação e integração no trabalho. O conhecimento técnico e teórico é primordial para a modernização do país, nos mais diversos factores (económico, social, cultural, tecnológico). Promover o ensino das artes, do desporto e de línguas estrangeiras desde o ensino básico. Fundamental a renovação do ensino do Português e da Matemática.
Ordenamento das florestasOrganização e limpeza, em coordenação com autarquias, bombeiros, exército, e programas de laboração especial para presos como trabalho para a comunidade.
Combate aos incêndiosPlanear atempadamente. Dotar os bombeiros de meios adequados, suficientes e modernos, abandonando a "técnica" dos alugueres, e reforçando a autonomia e a profissionalização.
Ordenamento do territórioRegionalização: deliberação de poderes e competências; cinco regiões contra 20 e tal divisões actuais. Natureza: melhor organização, melhor defesa, melhor fiscalização.
Reforma do EstadoEmbora a revisão da Constituição seja apenas em 2009, defendo a redução do número de deputados, a limitação do tempo de todos os mandatos políticos, códigos de conduta.
Ligações ferroviáriasPlanificação de uma rede extensiva e eficaz (integrada na nova rede europeia de transportes) e incentivador do transporte de mercadorias e pessoas através de comboio, reduzindo a dependência automóvel e custos de combustível. Na Europa este tipo de transporte representa apenas 12% contra 48% nos EUA.
Tudo isto custa dinheiro. Muito dinheiro. Mas pensar e criar prazos e vontade de cumprir estas metas é essencial. Se não, num futuro que se avizinha sombrio climaticamente e, política e economicamente instável em certas regiões do globo que a todos afecta, ultrapassar as dificuldades nas actuais condições pode ser muito, muito complicado.