2005-01-24

Política: suja

O aborto foi o tema com que terminou o frente-a-frente entre Portas e Louçã na SIC-Notícias, na quinta-feira passada. A troca de palavras mais tensa foi despoletada depois de Portas ter afirmado: "Há uma vida que tem o direito a nascer ou não, de acordo com o BE não tem, de acordo connosco tem." Louçã reagiu ao líder do CDS atirando-lhe: "Não me fale de vida, não tem direito a falar de vida", interrompeu. "Quem é o senhor para me dar ou não o direito de falar? O direito dá a Constituição e o povo que é democrata.", protestou Paulo Portas, enquanto Louçã, imparável, prosseguia: "O senhor não sabe o que é gerar uma vida. Não tem a mínima ideia do que isso é. Eu tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança. Sei o que é gerar uma vida."

Reacções:
Helena Matos
Graça Franco
Francisco Louçã

A minha em "Comentário"

2 comments:

  1. Discordando com a posição do CDS-PP sempre dogmático-demagógico-hipócrita, roçando por vezes argumentação inconcebível para quem defende o direito ao aborto, acredito que Francisco Louçã se tenha "passado" com as constantes diatribes verbais. O Francisco partiu a louça ao afirmar o que disse naquele debate. O pior é que era da Companhia das Índias: com esta atitude talvez tenha perdido votos importantes favorecendo o PS e mesmo o PP. Até pode ter razão, mas a frase torna-se insulto extra-política, enverendando pela vida privada do qual ninguem tem nada com isso, longe de ser dita em público. O debate político arrisca-se muitas vezes a entrar em caminhos sujos, e nos dias que correm a tentação por parte de intervenientes com muita garganta e afinal pouca cidadania deitam abaixo a pureza da política.

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  2. Pacheco Pereira, em artigo no Público:
    "Não é uma mera afirmação infeliz de Louçã. É um entre muitos exemplos da sua demagogia arrogante, semelhante em tudo à de Paulo Portas, no seu desprezo pela verdade, na sua habilidade oportunista e no seu reaccionarismo. Quem se surpreendeu não deve ter estado em Portugal nos últimos anos, desde que Louçã anima - como Portas insisto - o noticiário das frases assassinas."

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