2005-01-31

Política: choque

Primeiro o choque-fiscal. Depois o choque-tecnológico e o choque-gestão. Agora o choque-de-valores. Tanto choque... Chocante a falta de ideias para nomes de programas. Acho que já estamos chocados o suficiente.

2005-01-30

Iraque: génesis democrático

Aguardado e preparado entre muito sangue, suor e lágrimas.
Um novo começo.

sunday: bloody sunday


Há 33 anos. Num domingo como hoje.


I can’t believe the news today
Oh, I can’t close my eyes and make it go away
How long...
How long must we sing this song?
How long? how long...

’cause tonight...we can be as one
Tonight...

Broken bottles under children’s feet
Bodies strewn across the dead end street
But I won’t heed the battle call
It puts my back up
Puts my back up against the wall

Sunday, bloody sunday
Sunday, bloody sunday
Sunday, bloody sunday (sunday bloody sunday...)
(allright lets go!)

And the battle’s just begun
There’s many lost, but tell me who has won
The trench is dug within our hearts
And mothers, children, brothers, sisters torn apart

Sunday, bloody sunday
Sunday, bloody sunday

How long...
How long must we sing this song?
How long? how long...

’cause tonight...we can be as one
Tonight...
Tonight...

Sunday, bloody sunday (tonight)
Tonight
Sunday, bloody sunday (tonight)
(come get some!)

Wipe the tears from your eyes
Wipe your tears away
Wipe your tears away
I wipe your tears away
(sunday, bloody sunday)
I wipe your blood shot eyes
(sunday, bloody sunday)

Sunday, bloody sunday (sunday, bloody sunday)
Sunday, bloody sunday (sunday, bloody sunday)
(here I come!)

And it’s true we are immune
When fact is fiction and tv reality
And today the millions cry
We eat and drink while tomorrow they die

The real battle yet begun (sunday, bloody sunday)
To claim the victory jesus won (sunday, bloody sunday)
On...

Sunday bloody sunday
Sunday bloody sunday...


U2

Links: Bloody Sunday Trust e Remembering Bloody Sunday .
O filme , excelente, em jeito de live-action/reportagem.

2005-01-27

Holocausto: 60 anos depois



A maldade mais pura caminhou no centro da Europa.
A libertação e a vida (que restaram) finalmente chegaram a Janeiro de 1945.

Info no Público aqui e aqui.

2005-01-26

Campanha: real





Onde um mundo de belezas infinitas ofusca a realidade de todos os dias, que nem por isso deixa de ser bela, eis uma atitude firme e original na recente
"Campanha por beleza real" da Dove , bem direccionada ao público comum e construída de forma sóbria e inteligente em todos os aspectos.




"Há já demasiado tempo que a beleza é definida por estereótipos limitados e sufocantes. Mulheres de todo o mundo disseram-nos que está na hora de mudar tudo isto. Nós concordamos. Porque acreditamos que a beleza real pode ter várias formas, tamanhos e idades. É por isso que iniciámos a Campanha por Beleza Real. E é por isso que esperamos que participe nela.

A Campanha Global Dove por Beleza Real tem por objectivo mudar o status quo e oferecer em seu lugar uma visão mais alargada, mais sã e mais democrática de beleza. Uma visão de beleza que todas mulheres possam alcançar e desfrutar todos os dias."

Bodycount: 296.791

The End of Days: um mês depois

Nunca mais
Caminharás nos caminhos naturais.
Nunca mais te poderás sentir
Invulnerável, real e densa -
Para sempre está perdido
O que mais do que tudo procuraste
A plenitude de cada presença.

E será sempre o mesmo sonho, a mesma ausência.


"Nunca mais"
Sophia de Mello Breyner Andresen

2005-01-24

Horizonte: abismo

Próximos de atingirmos o ponto de não retorno nas alterações - drásticas - das condições climatéricas no planeta, a urgência de medidas e planos concretos a serem tomadas pelos governos e indústrias cada vez mais se exige. Tudo aquilo que tem sido imaginado na literatura, no cinema, na TV, alicerçado em estudos científicos, torna-se cada vez mais real. Acreditam que as coisas podem mudar? Eu não.

Política: suja

O aborto foi o tema com que terminou o frente-a-frente entre Portas e Louçã na SIC-Notícias, na quinta-feira passada. A troca de palavras mais tensa foi despoletada depois de Portas ter afirmado: "Há uma vida que tem o direito a nascer ou não, de acordo com o BE não tem, de acordo connosco tem." Louçã reagiu ao líder do CDS atirando-lhe: "Não me fale de vida, não tem direito a falar de vida", interrompeu. "Quem é o senhor para me dar ou não o direito de falar? O direito dá a Constituição e o povo que é democrata.", protestou Paulo Portas, enquanto Louçã, imparável, prosseguia: "O senhor não sabe o que é gerar uma vida. Não tem a mínima ideia do que isso é. Eu tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança. Sei o que é gerar uma vida."

Reacções:
Helena Matos
Graça Franco
Francisco Louçã

A minha em "Comentário"

Política: Cultura

Crónica de Eduardo Prado Coelho

2005-01-21

Pax Americana: not in my name

Li todo o discurso da envestidura de George W Bush, e não gostei. A "pax americana" proclamada numa cerimónia (e outras festividades de valor astronómico, e inútil) - se calhar não há pobres nos EUA - é mensagem para enganar quem quer ser enganado, ou quem não pensa para além do seu umbigo americano. Diversas frases proferidas por Bush, como:

"This is not primarily the task of arms, though we will defend ourselves and our friends by force of arms when necessary. Freedom, by its nature, must be chosen and defended by citizens and sustained by the rule of law and the protection of minorities. And when the soul of a nation finally speaks, the institutions that arise may reflect customs and traditions very different from our own."

"America will not impose our own style of government on the unwilling. Our goal instead is to help others find their own voice, attain their own freedom and make their own way. (...)"

Estas são apenas algumas, e não me inspiram confiança para o futuro. É certo que EUA e Al-Qaeda são inimigos nº1 um do outro, a segurança dos estados e dos cidadãos deve ser preservada, mas ameaças permanentes não nos levarão a bom porto. Há quem diga que o mundo é a preto e branco, outros, muito cinzento, eu digo que é a cores.
O Presidente da Guerra tomou posse - não dos Estados Unidos da América.
Beware, Team America is ready for action!
Para além da doentia "segurança", "liberty" e "freedom" em quarenta parágrafos, apenas cinco são destinadas ao futuro do cidadão americano comum.

Poder de influência, sim. Poder pelo poder, não. A liberdade tão exclamada é um valor tão americano como europeu. O vigor da atitude democrática e inteligente deve sempre sobrepôr-se à força do poder hegemónico e unilateral.

Política: ridícula

Santana - tão Calimero e rídiculo - e seu séquito, trouxeram-nos mais uma joia para esta pré-campanha. Lançada há duas semanas, o novo hino do candidato é do mais piroso e narciscista que já vi. O culto da personalidade ao estilo totalitário com canções sobre o líder levam o conceito de rídiculo ainda mais longe.
Com letra do músico popular brasileiro, Gonzaguinha (quem?), vai aparecendo num filme projectado nos palcos dos comícios, funcionando como legenda das imagens de Santana com os filhos, na Câmara de Lisboa, no Conselho de Ministros e, claro, com Sá Carneiro.
Riam-se a bom rir. E depois chorem. Ou vice-versa...

Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
da própria candura
Guerreiros são pessoas
são fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
por dentro do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
que os tornem perfeitos
É triste ver meu homem
guerreiro menino
com a barra do seu tempo
São frases perdidas num mundo
por sobre seus ombros
Eu vejo que ele sangra
Eu vejo que ele berra
a dor que tem no peito
pois ama e ama
Um homem se humilha
se castram seus sonhos
Seu sonho é sua vida
e vida é trabalho
E sem o seu trabalho
o homem não tem honra
E sem a sua honra
e morre, se mata.

Política: do pior

"Falta ainda um penoso mês. Um mês desta patética campanha, em que o primeiro-ministro acha que passar os dias em inaugurações e nomeações de última hora é sinal de que está a trabalhar, e o líder da oposição acha que a alternativa é falar muito sem dizer nada. José Sócrates tem um mês - não para derrotar Santana Lopes, que se derrota a si próprio cada dia que passa, mas para convencer os eleitores de que vale mais votar no PS do que votar em branco. Entre o nada e o vazio sempre existe uma diferença."

"Pior é possível" , Miguel Sousa Tavares

2005-01-19

The End of Days: 225 mil


O Ministério da Saúde indonésio anunciou hoje que o maremoto de 26 de Dezembro fez pelo menos 166.320 mortos no país, o que eleva para mais de 225 mil o número total de vítimas mortais da catástrofe natural que atingiu o sudeste asiático no mês passado.
É arrepiante.

A notícia aqui.

2: 24



Eis uma série que prende ao televisor, coisa rara hoje em dia. Em particular a segunda série, cujo tema foi de uma tamanha (objectiva) actualidade - ataque terrorista nuclear sobre solo dos EUA, e eminente guerra-resposta contra três países do Médio Oriente, baseado em provas erradas e com consequências imprevisíveis. Constituído por personagens, que mesmo pertencendo ao imaginário de muitos - o herói anti-herói, estoico e corajoso; o Presidente coerente e justo (e negro) - não deixam de ser verosímeis.

Uma das maiores originalidades da série é a sua estrutura espaço-tempo. Durante 24 semanas, 24 episódios de 60 minutos, ou seja, as 24 horas mais alucinantes numa hipotética situação de alto risco, com uma constante dinâmica na narrativa, quer seja pelos enquadramentos múltiplos, quer pelos desenlaces e volte-faces que ocorrem permanentemente. Nunca tanta adrenalina senti ao visionar uma série de TV. 24 tem vencido diversos galardões desde que foi lançado.

Hoje começa a 3ª série - nos EUA já vai na 4ª - começando a narrativa três anos passados e o agente Jack Bauer está agora no comando de uma divisão especial de operações em campo da Unidade Contra o Terrorismo, enfrentar agora uma nova ameaça: uma arma química. Para encontrar os responsáveis, Jack, vai contar com a ajuda de um novo e jovem parceiro. A filha Kim está agora a trabalhar com o pai na Unidade Contra o Terrorismo.

Com Kiefer Sutherland, Elisha Cuthbert, Dennis Haysbert, Carlos Bernard, James Badge Dale, Joaquim de Almeida
2: Quartas, 22:30
www.fox.com/24

2005-01-17

2: PopUp



A 2: possui programas de visionamento obrigatório. Um deles é o PopUp, iniciado em Janeiro de 2003, por altura do lançamento deste canal, e desde logo fiel espectador me tornei. Desde o grafismo elaborado das imagens (da autoria da Subfilmes) aos temas abordados, tem tudo o que um designer sente e quer ver. Melhor só mesmo com site próprio.

No site da 2: surge esta sinopse:
O Pop Up marcou a diferença no panorama audiovisual português na forma de abordar a cultura urbana. Ao longo de 2004, o Pop Up mostrou tendências, conceitos, espaços, objectos, pessoas. Deu a conhecer o que de inovador se faz nos vários domínios de expressão artística e urbana. Sem abdicar do conceito-base, pretendemos chegar ainda a mais pessoas. Assim, o Pop Up apresenta-se renovado nesta série de 2005 - com algumas mudanças gráficas e editoriais. Há uma maior aproximação à agenda cultural e aos temas estrangeiros. Quanto ao alinhamento, as rubricas de base deste magazine de cultura urbana são agora uma reportagem, uma conversa a dois, uma rubrica sobre música, uma sugestão de consumo cultural e um espaço reservado à imagem. "Fique bem. Fique atento à cultura urbana".

Domingos: 21h / Produção: Subfilmes

Titã: sons

Sounds of an alien world

2005-01-14

Huygens: sonda aterra em Titã


Foi esta tarde. Numa das luas (de Saturno) mais aliciantes do sistema.
Grande conquista da missão europeia Cassini-Huygens.

Mais informação (em português) aqui no Público.

Hipótese: protesto

Portugal caminhará ainda por trilhos rudes de cabras (leia-se políticos) que comem tudo à sua volta, se após as eleições de 20 de Fevereiro, o novo Executivo nada fizer pelo país. Qual o protesto então se de facto permanecermos neste percurso de fim de caravana? Talvez levar à letra o que Saramago escreveu em "Ensaio sobre a lucidez": nas legislativas seguintes num protesto democraticamente radical e absoluto, votar em branco, em nenhum, obrigando à mudança decisiva das mentalidades e métodos de actuação política.

Hipótese: louca

Com o desnorte que actualmente os políticos à direita e à esquerda demonstram, com as (des)governações que mais atrasados nos colocam, pelo declínio da honra e prazer genuínos da política, pela insatisfação e o descrédito pelas pessoas que procuram mais o seu lugar-tacho-reforma que o bem e o futuro do país, com tudo isto, juntando-se a ignorância dominante do povo português, caso fossem as eleições presidênciais agora, não seria uma candidatura de José Castelo Branco a PR - alicerçada nesse fenómeno enjoativo e oco que é ser-se famoso por razão nenhuma- um murro nos nossos estômagos, e em particular no dos políticos?
De tão ridícula que se possa imaginar - mas façamos um esforço, imaginemos por um bocadinho esta hipótese louca - muita mossa provocaria no sistema democrático nacional. Estão a vê-lo na rua, nos mercados e nas lotas? A reacção das pessoas? O empolamento que a TVI daria a um candidato saído da sua forma? Os debates intempestivos, incrédulos e reaccionários a esta candidatura? Os resultados que poderia obter? Obviamente que nesta insana hipótese, com adversários como Cavaco Silva a vitória não lhe cantaria, mas que seria mais um tsunami político seria. Demonstraria ainda mais o quão atrasados seríamos, até na cultura democrática.

PS - Prefiro sempre a candidatura - desafiante e divertida sim, mas inócua - de Manuel João Vieira dos EnaPá2000/Irmãos Catita.

2005-01-13

Política: Ferida aberta

Todo este assunto, do Ministro Sarmento em SãoTomé, no entanto, tem mais de caricato do que de surpresa. Senão vejamos: uma reunião num fim-de-semana; um avião fretado exclusivamente; uns 62mil euros de custos; um hotel Bom-Bom; um mergulho; um descanso; um acordo bilateral; um embaraço; um incómodo; uma demissão; um voto de confiança; uma conferência de imprensa; uma(in)confidência de negócio; um desconhecimento; uma trapalhada; uma vez mais.

Quando a ferida está aberta, sarar, difícil se torna: são os próprios que não sabem sará-la e outros que têm prazer em infectá-la.

2005-01-10

TecnoDesign: iWalk+iUnit

Design: Lexus



in "Minority Report".

Este é o tempo da selva mais obscura

Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam



"Este é o tempo"
Sophia de Mello Breyner

2005-01-06

The End of Days: a ressaca

Os primeiros dias desta catástrofe de proporções impressionantes, tão incrivelmente "global" como os atentados 9/11, horrorizou-me profundamente. Por diversas vezes não contive a emoção e chorei perdidamente, sofrendo pelas perdas irreparáveis dos sobreviventes, imaginando como seria perder o meu próprio filho: o fim do mundo e a entrada no inferno. Que dor tamanha, de dimensão imensa maior que o universo, maior que tudo. E quando os números aumentavam a um ritmo avassalador, e as imagens novas nos entravam TV dentro, a consciência do terror de um instante nunca visto desde o Dilúvio de Noé trespassavam os nossos corações.
Como Kofi Annan proclamou no dia seguinte, uma tragédia de proporções sem precedentes exige uma ajuda de proporções sem precedentes, e isso tem-se revelado verdadeiro.

Diz-se que os locais sagrados, por mais frágeis que eram em nada sofreram. Que isto foi um castigo divino, ou da natureza contra o desprezo e a malvadez dos homens. Será? Mas o mal continua a monte, sabe-se de crianças raptadas e violadas. Num dos locais mais pobres e difíceis do mundo sentirá Deus dor tamanha para os castigar? Mas Deus, Buda, Allah é amor, paz, vida. Gaia, espírito da Terra, actuou à revelia de seus superiores? Como é doloroso tentar compreender as razões. Estamos nós abandonados à nossa sorte e ao fado da nossa vulnerabilidade? Qual o caminho da redenção? Como modificar as mentalidades dos poderosos (bons e maus) de que o dia de hoje de nada servirá se amanhã tudo se desmoronar; que as suas acções pelo bem da Humanidade são o seu legado mais importante?

The End of Days: Onde estava Deus naquele dia?



Onde estava Deus naquele dia?
Deus castigou-nos? Os deuses abandonaram-nos? O karma negativo das nossas vidas é demasiado forte? O fim dos tempos está próximo?

The End of Days: 150.000

2005-01-05

The End of Days: Deus servidor do Demónio?



"Não será Deus que é o servidor do Demónio? Aparentemente é o Demónio, o Diabo que domina. Se Deus fosse o senhor do mundo, não haveria história. Tudo funcionaria da melhor forma, sem histórias"

Emil Cioran 1911-1995
"Entretiens"
Gallimard, 2004

2005-01-03

Ano Novo

1. Layout novo. Embora ainda não perfeito, aproxima-se mais do pretendido.
2. Mais design. Sempre.
3. Intervir. Claro.
4. Sobreviver. Que remédio.
5. Mudar. Muita coisa.