2005-06-23

Blair for Europe - II

"The issue is not between a "free market" Europe and a social Europe, between those who want to retreat to a common market and those who believe in Europe as a political project. This is not just a misrepresentation. It is to intimidate those who want change in Europe by representing the desire for change as betrayal of the European ideal, to try to shut off serious debate about Europe's future by claiming that the very insistence on debate is to embrace the anti-Europe. (...) I believe in Europe as a political project. I believe in Europe with a strong and caring social dimension. I would never accept a Europe that was simply an economic market."
Discurso de Tony Blair, hoje no Parlamento Europeu

"To respond to the greatest crisis of popular confidence in the European project for 50 years by having a Franco-British row over money is like a couple reacting to the complete trashing of their house in a flash flood by bickering over who does the ironing. (...) So now it's back to Tony, the great communicator. What should he say to the European parliament? I think he should say that the great challenges to Europe do indeed lie outside our frontiers, not in the minutiae of our institutions."
Timothy Garton Ash, The Guardian

1 comment:

  1. Destaques do discurso em português:

    "O debate sobre a Europa não deve ser conduzido através de trocas de insultos ou em termos de personalidade. Deve ser uma troca franca e aberta de ideias.
    (...)
    Os ideais sobrevivem através da mudança. Morrem com a inércia perante os desafios.
    (...)
    Este não é o momento de acusar os que querem que a Europa mude de trair a Europa - é o momento de reconhecer que só com a mudança a Europa poderá recuperar a sua força, a sua relevância, o seu idealismo e, assim, o seu apoio entre as pessoas.
    (...)
    Quase 50 anos depois [do lançamento do projecto europeu] temos de renovar. Não há vergonha nisso. Todas as instituições têm de o fazer. Podemos fazê-lo. Mas apenas se reconciliarmos os ideais europeus em que acreditamos com o mundo moderno em que vivemos.
    (...)
    Se a Europa ceder ao eurocepticismo, se as nações europeias, perante este enorme desafio, decidirem fechar-se sobre si mesmas, esperando poder evitar a globalização, evitar ter de enfrentar as mudanças à nossa volta, refugiando-se nas actuais políticas, como se, ao repeti-las constantemente, pudéssemos, pelo simples acto de repetição, torná-las ainda mais relevantes, então arriscamo-nos a fracassar. E será um fracasso a uma grande escala, estratégica.
    (...)
    Acredito na Europa enquanto projecto político. (...) Nunca aceitaria uma Europa que fosse apenas um mercado económico.
    (...)
    Claro que precisamos de uma Europa social, mas tem de ser uma Europa social que funcione.
    (...)
    O sentido do nosso modelo social deverá ser reforçar a nossa capacidade para competir, ajudar os nossos cidadãos a lidar com a globalização, deixá-los assumir plenamente as suas oportunidades e evitar os seus riscos.
    (...)
    Depois dos desafios económicos e sociais, temos de enfrentar outro grupo de assuntos ligados - crime, segurança e imigração.
    (...)
    Olhem para os números dos nossos exércitos actuais e das nossas despesas [militares], para os gastos. Será que respondem realmente às necessidades estratégicas de hoje?
    (...)
    Uma Europa forte será um actor activo na política externa, um bom parceiro, claro, para os Estados Unidos, claro, mas também capaz de demonstrar a sua própria capacidade para moldar e impulsionar o mundo.

    Esta Europa - com a economia em plena modernização, a sua segurança reforçada por uma acção clara no interior das nossas fronteiras e fora - seria uma Europa confiante. Seria uma Europa suficientemente confiante para ver o alargamento não como uma ameaça - como se a adesão fosse um jogo de soma zero no qual os velhos membros perderiam enquanto os novos ganhariam -, mas uma extraordinária oportunidade, histórica, para construir um União maior e mais poderosa. Não tenhamos ilusões: se pararmos o alargamento ou calarmos as suas consequências naturais, isso não salvará, no final, um único emprego, não manterá uma única empresa em actividade, nem evitará uma única deslocalização. Poderá ser assim durante um tempo, mas não muito.
    (...)
    Os povos europeus estão a dirigir-se a nós. Estão a pôr-nos questões. Estão a querer a nossa liderança. Chegou a hora de lha darmos. (...)"

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