2005-02-15

Campanha: imagem gráfica

Esta pré-campanha e campanha eleitorais têm demonstrado a pobreza reinante do design gráfico usado na identidade dos partidos políticos. Eis a minha análise:

PPD-PSD
Logotipo sem qualquer significado aparente. Aquilo quer dizer o quê? A conquista do mundo pelo PPD? O mundo é como nós? Somos um partido maior que tudo? As setas fálicas do anterior logo tinham dado lugar com Barroso a uma elegante e estilizada seta laranja, num todo coerente e eficaz. Este logo que a malta do marketing trouxe em nada favorece ou consegue passar uma mensagem política. Estão lá umas setas, mas... Para mim, não funciona. Tal como os cartazes e as mensagens. Baseado na acusação ao PS e não na afirmação política-programática (que não tem...), o PPD-PSD mostra-nos grafismos próximos de um conceito pop-star, com cores fortes, mas demagógico - Santana e frases providenciais - e absolutamente efémero.

PS
Mau. Muito mau. Usam uma linguagem assente na mais básica das fontes PC: arial. Pobreza. Conjugação de lettering com imagem revela-se desequilibrada e ôca. O cartaz "Mudar. Está na hora" no qual colocam uma sombra-básica feita em Photoshop - o mais provável em CorelDraw, esse suprassumo da não-profissionalização em Design, rainha entre os miseráveis PCs - é atrozmente rude e ridícula. Cores insípidas e sem força nas tonalidades verde e vermelha.
O logotipo do punho ganha agora na recta final mais importãncia que aquela rosa fora de tempo. Mostrar-vos-ei, mais tarde os logos dos partidos socialistas europeus para verem a diferença.
Quanto à mensagem política: funciona melhor. Aqui vemos as ideias e os projectos propostos pelo PS, no entanto com texto a mais, podendo tornar-se confuso o texto adicional.

CDS/PP
A melhor e mais bem elaborada imagem visual de todos os partidos concorrentes. Com o uso da letra da moda - Din (na RTP, por exemplo) - toda a construção dos cartazes e flyers correspondem a uma linguagem coerente e afirmativa. O fino e bem elaborado recorte dos candidatos sobre o imaculado fundo branco. O azul da força e o sentido das palavras bem explorados politicamente e de extrema eficácia na transmissão da mensagem. A elegância e significação da competência e da estabilidade, visível principalmente na fotografias. Este é um trabalho, nitidamente, feito por bons profissionais do design e do marketing.

CDU
O uso continuado das tonalidades azuis como imagética da coligação PCP-PEV, é uma forma de "esconder" de alguma forma o vermelho clássico do comunismo. Esta fuga, não sei para onde, não creio que resulte naquilo que são os objectivos: "Mais votos na CDU". E mais nada. Onde está a restante mensagem política? Assim se vê a força do PC? Que força é essa amigo? (Sérgio Godinho)

BE
Assumindo sempre a força do negro e do vermelho, que cromaticamente resultam bem e situam o Bloco de Esquerda no espectro político mais à esquerda. Cartazes (agora) com uma mensagem simples e perceptível, construídos graficamente de forma irreverente - como o BE - e visualmente fortes e elucidativos dos propósitos do partido.

3 comments:

  1. muito interessante este apontamento. blog claramente recomendável. muitos parabéns. cumprimentos. [a seguir com atenção]

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  2. A segunda foto então... é completamente hipnotizante.

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  3. É no que dá fazer comentários com duas janelas abertas....
    O que eu queria dizer é que também achei muito interessante esta tua análise da campanha :-)

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