2005-02-28

Arquitectura: MVRDV



Borneo Houses, Amesterdam
Gabinete de arquitectura holandesa MVRDV, sediada em Roterdão.

2005-02-25

Textos: vários

Comentários em blogs vistados:

http://abarrigadeumarquitecto.blogspot.com/2005/02/complicar-preciso.html
O ser português tem pormenores estranhos, auto-induzidos, auto-flageladores. Por muita força de vontade que haja um caminho de qualidade e exigência é atributo apenas de alguns. Nunca o suficiente para que o país avançe e saia do marasmo dos dias simples. Subscrevo tudo, embora, compreendendo as dificuldades e a realidade, tento não ser pessimista. Desistirei se esta derradeira oportunidade, escrutinada domingo passado, não der os resultados concretos necessários e exigidos. Até mesmo na mudança de atitude do povo.

http://abarrigadeumarquitecto.blogspot.com/2005/02/agenda-adiada.html
Cidade e urbanismo são dois aspectos cada vez mais fundamentais do modo de vida civilizacional que se aprofundará no séc.XXI. Pensar um e outro é um dos grandes desafios que importa com urgência iniciar a sério. Aliciante por envolver profissionais de diversas áreas, emocionante porque é definir como queremos que a sociedade viva bem consigo própria e com o ambiente onde se insere. Quando era puto dizia que queria ser arquitecto, mas tornei-me designer sem nunca perder a paixão pela arquitectura, e cada vez mais pelos aspectos do urbansimo e seus novos conceitos.

2005-02-23

Champions: per sempre


As minhas duas equipas defrontam-se hoje. Não é por causa do Mourinho, mas contibuiu - eu cresci em Chelsea. E o Barça tem uma mística que desde sempre me cativou, reforçado quando Figo lá jogou e das vezes que visitei esta cidade-maravilhosa.
Vai ser um jogão. Duas formas de futebol lindo, que por cá nunca se verá.
In the end... there can be only one.

Barcelona x Chelsea
UEFA Liga dos Campeões
oitavos-de-final, 1ª mã
o
19:45
Camp Nou
SportTV

Eleições: consequências

PSD
1. Pisga-te
Tal como previ, na sua ingenuidade e falta de sentido da realidade, foi preciso que após duas reuniões de partido e 48 horas depois Pedro Santana Lopes se decida, pasme-se, não se recandidatar. Atenção: não se demitiu. O Congresso Extraordinário marcado para Abril - só? - demonstra que ainda vamos ter de o gramar por mais tempo na condição de líder do PPD-PSL. E que, mesmo que fique caladinho (será mesmo possível?), até às Presidenciais o galo ainda cantará... O que fazer? Ignorá-lo. Para sempre.
2. Salvador
Marques Mendes. Sem dúvida.

CDS-PP
Ninguém quer o lugar. No fundo, todos querem que Paulo Portas continue. Também não estou a ver mais ninguém...

PS+Executivo

Fulano será, beltrano também, sicrano afinal não. A especulação de quem será ministro sempre me intrigou. Não parece quase conversa de vizinhas mal-dizentes?

BE
A rotação de deputados agora com 8 mandatos, não se justifica. Vai parecer que estão a colocar pessoal apenas para sacar benesses pró-reforma de deputado. Conquistaram gente suficiente para transmitir a mensagem.

Pequenos partidos

Todos subiram. Mesmo o PCTP-MRPP e o PNR: os maiores perigos para a democracia portuguesa.

2005-02-22

Chuva:


De novo, finalmente!

2005-02-21

Mudança: absoluta(?)

Esquerda absoluta
Um protesto tornado castigo absoluto. Uma vitória exigida com responsabilidade absoluta. A derrota estrondosa da direita revela bem onde estava a "raiz do mal". A subida esmagadora da esquerda é sinónimo do desejo de outra política para Portugal. No entanto, dentro destes resultados, BE e CDU acabam por não condicionar nada. Embora "genericamente" contente com os resultados, a maioria absoluta, inédita, do PS garante a estes total liberdade de actuação - haverá assim necessidade de "entendimentos de esquerda"?

Direita reduzida
A oposição de direita fica restrita a uma presença mínima, igualmente inédita. Quanto a mim, demasiado pequena. Pelo pluralismo e pela democraticidade importa que haja um contra-poder no Parlamento, não enquanto força de bloqueio, mas como garante fiscalizador das actividades do executivo.

Vê lá se desapareces, pá!
Quando, com ombriedade vimos Paulo Portas demitir-se, esperava-se o mesmo de Pedro Santana Lopes. Num discurso que tinha tanto de enfadonho como de inteligentemente salvando a pele afinal, o tipo apenas convoca um congresso. Não sabe o que fazer, e de novo pede conselho? Quer recandidatar-se ? Um gesto absurdo para quem implicou uma derrota eleitoral humilhante e merecida. Como escreve Pacheco Pereira no Abrupto: "Guerra civil é o que Santana Lopes deseja e para a qual se vai preparar com o gosto pela politiquice interna que o caracteriza." De facto, a única coisa que não mudou foi PSL. Esta melga não nos larga. Afinal, quando é o dia da execução?

Agora é trabalhar
O novo ciclo/projecto político que agora se inicia é de vital importância para o país. A mudança anunciada deve forçosamente ocorrer, eu quero acreditar que sim. José Sócrates não tem tempo a perder, nem espaço para atitudes que não sejam a de liderar um executivo e um programa que coloque Portugal no rumo que ele anuncia. Para isso é necessário empenho igualmente absoluto. O caminho é árduo e só com trabalho lá se chega. Estaremos todos de olho aberto, não haverá margem para erros ou desvios. A exigência vem tanto da esquerda como da direita.

O povo saíu à rua
Estas eleições eram cruciais, isso todos sabemos. Mas a forma como a mobilização do eleitorado ocorreu foi uma alegre surpresa. Eu próprio quando fui votar, escolhendo a hora do almoço, por achar que haveria menos gente, fiquei surpreendido por ver tanta gente aquela hora. Muito bom.

Branco nulo?
Mas, e a abstenção dos votos em branco? Das emissões da RTP e SIC, do que vi, ninguem falou sobre isto e o movimento. Afinal será inconsequente? No entanto o número de votos em branco duplicaram. Nas eleições de 2002 foram 54.999, Ontem contabilizaram-se 103.555 votos em branco. Ou seja, mais de cem mil pessoas protestaram democraticamente, é muita gente. Acima fica o resultado do BE (364.296), abaixo, muito longe (47.745) o PCTP-MRPP. É um sinal a não desprezar..

2005-02-18

Domingo: voto

O resultado de domingo afigura-se como as sondagens indicam. No entanto, essa noite e o dia seguinte têm ainda o seu quê de incógnita. Até pode ser que face a estas mesmas sondagens, alguma tendência de voto se modifique.

Eu voto, e apelo ao voto. Dentro da lei (o último dia de campanha) assim o faço. Eu voto BE, não por seguidismo, ou sequer por acreditar em tudo o que dizem (às vezes há radicalização a mais), ou pela simples irreverência. Acredito numa atitude e num modo diferente de fazer política, desejando uma maioria de Esquerda no Parlamento. Ainda não sei se acredito em maiorias absolutas. Concordo e aceito governos de coligação - tradição com resultados em tantos Estados europeus. Mas, acima de tudo desejo um executivo PS que cumpra o seu projecto com atitude firme e estabilizadora. E também quero a derrota do PPD-PSL e Santana fora da política.

A importância da participação de todos neste acto eleitoral (como em todos aliás, mas particularmente este) revela-se como um momento clarificador daquilo que pretendemos do novo executivo e da nova composição da AR. Resta esperar que sejamos correspondidos na proporção exacta das nossas expectativas e nas necessidades do país. Precisamos de uma estratégia de desenvolvimento, de um projecto eficaz e mobilizador com progresso e modernidade. O primeiro passo é nosso, com o voto no Domingo.


Nota importante
Este é o derradeiro momento para Portugal. Se, como diz o economista Medina Carreira "estão a ser eleitos com base em programas irrealistas que obviamente não vão cumprir", se verificar, é a úlitma vez que serei enganado. A partir desse momento, outras atitudes deverão ser tomadas.

Campanha: final

Chega hoje ao fim uma campanha inédita e nada daquilo que todos pretendíamos. Em duas palavras: insuficientemente convincente. Ou seja, a discussão de ideias e projectos, de forma clara e concisa, mais uma vez, não ocorreu.

Mas onde esteve, de forma pública, a discussão sobre a Europa e o Mundo, a Justiça, e as polícias, a Estratégia Económica, Cultura? A Antena1 e a RTP1 fizeram uma série de debates à volta destes temas, com diversos participantes - políticos e não-políticos - mas não terão atingido o essencial da população.

Deu para vermos diferenças, promessas e objectivos entre os líderes e os partidos. Deu para ficarmos a detestar ainda mais alguns campos - no meu caso o PPD-PSL (volto a frisar que o PSD que conhecemos - reformador, estruturante, projectual - não esteve presente na campanha, não esteve com Santana). Deu para vermos a arrogância e a utopia de muitos. A estupidez e parvoíce. Mas também vimos, diga-se em abono da verdade, alguns que se pautaram pela justeza, o debate de ideias, ou a fuga ao facilitismo. Deu para posicionar o nosso voto, mas mais no sentido de contra-este-voto-aquele. Mesmo que muitos de nós, enquadrando-se em determinado campo político, soubesse à partida em quem votar.

Campanha: sondagens

As últimas sondagens apontam para vitória absoluta do PS e a derrota do centro-direita. A subida do BE e a manutenção da CDU. No entanto, os resultados de domingo ditarão e revelarão a composição próxima da Assembleia da República.
Curioso estou em relação à prestação dos partidos mais pequenos - PND, PCTP-MRPP, PH, PNR, etc. Qual será o real valor destes em urna num momento político tão desafiante?
Qual a expressão do eleitorado nestes partidos minoritários?
Assim como estou curioso para ver o número dos votos em branco.

Campanha: voto branco

O Movimento Um Rumo para Portugal apela ao voto em branco baseando a sua posição como um protesto cívico contra o sistema político actual e apontando ideias de renovação/revolução para a estrutura do mesmo. Em alguns pontos parecem-me interessantes, outros não sei. Curiosamente, há algumas semanas, antes de este movimento ser divulgado (e sem conhecer quem são os seus promotores) sugeri também o uso do voto em branco como protesto, no entanto, não para estas eleições. Mas estou curioso para saber qual o alcance obtido no domingo, ainda para mais com cartazes - "Não te abstenhas. Vota em branco" - espalhados nas maiores cidades do país, e um blog bastante concorrido. Pedro Magalhães, cientista político (também com blog: Margens de Erro), em entrevista à Pública diz que o uso do voto em branco, eventualmente como protesto neste caso, não tem expressão significativa, quer na contagem, quer na forma. Mas a ideia deste movimento é sempre atingir um número considerável, 20-30%, capaz de abalar o sistemas e os políticos.

Numa coisa eu acredito: é essencial mudar. Não no sentido "socrático", mas na forma de alterar a atitude e o modo, de fazer e pensar a política e a estruturação do nosso sistema político. E por conseguinte, na sociedade. Ou seja, concretizar uma ideia e um projecto de renovação, que na política sirva de exemplo claro e positivo, influenciador e condizente com a vontade do eleitorado. Não pretendo com isto defender uma sociedade utópica, uma autocracia. Sistemas democráticos como o americano ou o britâncico servem de exemplo. Até para a sociedade. Por isso a revisão da Constituição se torna essencial, tornando-a mais actual, mais correcta, mais simples.

2005-02-16

Quioto: protocolo

Finalmente. Um passo importante para combater a poluição e as alterações climáticas do globo entra hoje em vigor. Será cumprido? Mas o maior poluidor do mundo continua arrogantemente de fora. Veremos quais serão os seus planos para o sector.

Debate: final

Vergonhosamente com gravata de luto, PSL em nada adiantou, apenas piorou a sua performance. Sempre com cara de enfado, sempre a mandar bocas.

Sócrates nada mais adiantou. A falta de capacidade de novas formas sucintas de explicação... O que vale é que em entrevistas ao Público/RR/2: e ontem numa conferência transmitida pela TSF, percebi melhor sobre o Plano Tecnológico e outros "objectivos".

Portas e Louçã são almas gémeas opostas. O némesis um do outro, sendo os verdadeiros protagonistas do debate, mais audazes e esclarecidos/esclarecedores, politicamente firmes e espicaçantes.

Quem perdeu foi o simpático Jerónimo e a CDU.

2005-02-15

Campanha: imagem gráfica

Esta pré-campanha e campanha eleitorais têm demonstrado a pobreza reinante do design gráfico usado na identidade dos partidos políticos. Eis a minha análise:

PPD-PSD
Logotipo sem qualquer significado aparente. Aquilo quer dizer o quê? A conquista do mundo pelo PPD? O mundo é como nós? Somos um partido maior que tudo? As setas fálicas do anterior logo tinham dado lugar com Barroso a uma elegante e estilizada seta laranja, num todo coerente e eficaz. Este logo que a malta do marketing trouxe em nada favorece ou consegue passar uma mensagem política. Estão lá umas setas, mas... Para mim, não funciona. Tal como os cartazes e as mensagens. Baseado na acusação ao PS e não na afirmação política-programática (que não tem...), o PPD-PSD mostra-nos grafismos próximos de um conceito pop-star, com cores fortes, mas demagógico - Santana e frases providenciais - e absolutamente efémero.

PS
Mau. Muito mau. Usam uma linguagem assente na mais básica das fontes PC: arial. Pobreza. Conjugação de lettering com imagem revela-se desequilibrada e ôca. O cartaz "Mudar. Está na hora" no qual colocam uma sombra-básica feita em Photoshop - o mais provável em CorelDraw, esse suprassumo da não-profissionalização em Design, rainha entre os miseráveis PCs - é atrozmente rude e ridícula. Cores insípidas e sem força nas tonalidades verde e vermelha.
O logotipo do punho ganha agora na recta final mais importãncia que aquela rosa fora de tempo. Mostrar-vos-ei, mais tarde os logos dos partidos socialistas europeus para verem a diferença.
Quanto à mensagem política: funciona melhor. Aqui vemos as ideias e os projectos propostos pelo PS, no entanto com texto a mais, podendo tornar-se confuso o texto adicional.

CDS/PP
A melhor e mais bem elaborada imagem visual de todos os partidos concorrentes. Com o uso da letra da moda - Din (na RTP, por exemplo) - toda a construção dos cartazes e flyers correspondem a uma linguagem coerente e afirmativa. O fino e bem elaborado recorte dos candidatos sobre o imaculado fundo branco. O azul da força e o sentido das palavras bem explorados politicamente e de extrema eficácia na transmissão da mensagem. A elegância e significação da competência e da estabilidade, visível principalmente na fotografias. Este é um trabalho, nitidamente, feito por bons profissionais do design e do marketing.

CDU
O uso continuado das tonalidades azuis como imagética da coligação PCP-PEV, é uma forma de "esconder" de alguma forma o vermelho clássico do comunismo. Esta fuga, não sei para onde, não creio que resulte naquilo que são os objectivos: "Mais votos na CDU". E mais nada. Onde está a restante mensagem política? Assim se vê a força do PC? Que força é essa amigo? (Sérgio Godinho)

BE
Assumindo sempre a força do negro e do vermelho, que cromaticamente resultam bem e situam o Bloco de Esquerda no espectro político mais à esquerda. Cartazes (agora) com uma mensagem simples e perceptível, construídos graficamente de forma irreverente - como o BE - e visualmente fortes e elucidativos dos propósitos do partido.

2005-02-14

Campanha: aproveitamento II

José Mourinho deu a conhecer, há tempos, sua orientação política de centro-direita. Nada contra. Do PPD-PSL convidaram-no a participar, ou contribuir para a campanha do partido. Nada contra também. Acontece que Mourinho prefere o low-profile abdicando de dar a cara por qualquer partido. Mourinho, com todo o mérito e justiça, tem recebido nas últimas semanas prémios como o Melhor Treinador do Mundo. O Governo vai homenageá-lo esta semana, a poucos dias das eleições. Não vens de uma maneira, vens de outra: o aproveitamento político das actividades desportivas, afinal, não tem fim.

Campanha: aproveitamento I

Desde a primeira hora, quando soube das intenções de PPD-PSL, CDS/PP e PS - de formas diferentes - suspender a campanha eleitoral, mesmo antes de saber das opiniões posteriormente divulgadas, considerei a morte de Lúcia como um aproveitamento eleitoral. Longe do pretendido pela falecida, em particular pelo PPD-PSL, este evoca demagogicamente os valores da vida e religiosos, intrínsecos a cada um.

2005-02-10

Designers: lista


Design at the Design Museum, de Londres.
Listagem e amostra de vários designers.

Pedrosas

Design e produção de mobiliário.
Marinha Grande, 2005

Identidade + assinatura
Comunicação






2005-02-07

Chuva:


Finalmente!

2005-02-06

King: Marley



Bob Marley faria hoje, se fosse vivo, 60 anos.
Africa Unite: 60th Birthday Celebration.

2005-02-04

Tacirel




Tacirel LM
Medicamento para coração
Lançamento de produto do Grupo Jaba

Trabalho realizado em parceria, para LOWE, Lisboa.
©2005




Conceito: PROTECÇÃO

#1. A mão sobre o coração, o conforto e a confiança. A defesa da substância activa contra a angina de peito, o efeito 24h/dia e a confiança permanente equivalem à protecção emocional de uma relação de amizade ou amor. As dores de angina de peito podem surgir acima dos 25 anos de idade, sendo mais frequente entre os 45 e 65 anos.

#2. A estrutura de defesa, o escudo protector da substância activa Trimetazidina.


Projecto executado
Identidade e slogan
Divulgação (Monografia, literatura, folheto, DM, encarte, anúncios, cinta, poster, stand)
Merchandising (autocolantes, T-Shirt, senha de café, bloco-notas, marcador)



Debate: esclarecido?

Análise
Uma primeira parte marcada pelos boatos e rumo da campanha: Sócrates bem (defendeu atacando), Santana mal (insiste, de forma inútil e reles, em temas que nesta fase são menos importantes).
Segunda parte: Santana melhor, Sócrates igual. Seguros ambos, confusos ambos. Emotivo nas palavras o gélido (e rígido) Sócrates , sonhador (e mexido) o emocional Santana. "Cinzentos" na indumentária (apenas diferente a cor das gravatas) - pouca diferenciação numa imagem global que afinal se pretende alternativa. Mas a luta pelo centro torna-os neutros, cinzentos. Assuntos falados da mesma forma que já conhecemos. Propostas de ambos acabavam por ser complementares e não alternativos (excepto desemprego/função pública e ambiente). Sócrates afundou-se na co-inceneração. Muitos outros assuntos importantes não levantados (como a produtividade/competitividade, saude, justiça, Europa, Mundo).
Comunicação final: Sócrates com as bandeiras socialistas q.b., acabou forte e determinado, tentando dar confiança e positividade (tipo-Santana...) mas não adiantou nada de novo; Santana, seguro (muito melhor porque olhou de frente para a câmara - para os espectadores), com laivos de sonhador, mas com as habituais falinhas-mansas sedutoras - mas enganadoras.

Conclusão
Quais os métodos? Quais as metas e objectivos? Quais as ideias diferenciadoras/alternativas para apostar Portugal no presente e no futuro? Sobre o modelo de debate - tipo americano - não creio que tivesse resultado, ou então far-se-iam mais um ou dois podendo aí abordar temas que neste não surgiram. Faltou improviso, reacção espontânea, interrupções/contra-argumentações/objecções: elementos naturais quando se conversa normalmente.
Confesso que esperava um Sócrates mais esclarecedor (embora com postura séria e determinada, realçou os objectivos positivos do seu programa, apostando na "mudança") e um Santana pior (colocou uma imagem mais bem estruturada, preparado, sem fugir à demagogia da "continuidade"). Mas ambos acabaram por empatar o jogo, cujo resultado pouco adiantará aos indecisos. Até eu continuo na mesma: quero que Santana perca, gostava que o PS ganhasse, mas a relação candidato a PM/partido concorrente permance deslocada, ambígua e incerta. Ainda não tenho inteira confiança em Sócrates, espero para ver. Mas Santana PM outra vez nem pensar!

2005-02-02

Política: blog links

Aconselho a todos, dos vários quadrantes políticos no qual se identificam, a consultar periodicamente os seguintes blogs:

sérios
abrupto
barnabé
bloguítica
causa-nossa
o observador

satíricos
contra santana
vá de retro, santanaz!

2005-02-01

poesia: Kahlil Gibran

Uma vez, enchi a minha mão de bruma

Uma vez, enchi a minha mão de bruma.
Quando a abri, a bruma era uma larva.
Voltei a fechar a mão, e então era um pássaro.
E fechei a abri novamente a mão,
e na sua palma encontrava-se um homem
de rosto triste, virado para o céu.
Mais uma vez fechei a mão,
e quando a abri já só havia bruma.
Mas escutei uma canção de uma doçura extrema.


O primeiro pensamento de Deus foi um anjo

O primeiro pensamento de Deus foi um anjo.
A primeira palavra de Deus foi um homem.

Éramos criaturas esvoaçantes,
errantes e desejosas de milhares de anos
antes que o mar e o vento da floresta
nos arrebatassem a palavra.
Hoje como poderemos exprimir
aquilo que em nós é imemorial,
unicamente com os ruídos do nosso passado?

A Esfinge só falou uma vez e disse:
"Um grão de areia é um deserto
e um deserto é um grão de areia,
e agora calemo-nos outra vez."
Eu ouvi a esfinge mas não a entendi.

Uma vez vi o rosto de uma mulher
e senti todos os seus filhos que ainda não tinham nascido
E uma mulher olhou para mim
e aí reconheceu todos os meus antepassados
mortos antes de ela ter nascido



Ainda ontem pensava que não era

Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trémulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.

Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita
de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"



Kahlil Gibran
"Areia e Espuma"
Coisas de Ler

Política: nojenta

As insinuações e os boatos passaram para o domínio político. As frases rídiculas e as acusações sórdidas são o que PSL-PPD oferece ao país. Demonstrativo da realidade salazarenta-machista-homofóbica que ainda grassa neste canto sem nexo. Sem ideias. Resto o vazio.

Em causa-nossa , texto de Vital Moreira:
"Com o seu inqualificável ataque pessoal a José Sócrates, visando a sua vida privada, Santana Lopes transpôs um limite normalmente inviolável no combate político de uma democracia civilizada, dando mostras da sua falta de escrúpulos, de pudor e de carácter. Um nojo! Onde Lopes toca as coisas fedem.
Quem pode calar a indignação?"


Ana Sá Lopes, no Público:
O fervor homofóbico é espantoso e quase irreal. Num comício de Lopes grita-se: "Bem hajam os homens que amam as mulheres!". E o primeiro-ministro candidato a novo mandato diz que "o outro candidato tem outros colos" e que "estes colos sabem bem".