2006-02-08

Democracia x Dogma V


Assiti ontem à noite a um interessante debate na SKYnews. Por causa da sentença ao clérigo muçulmano aqui mostrado na primeira página do Guardian, Abu Hamza al-Masr, personagem terrífica (tem uma prótese em garra metálica a substituir uma mão perdida algures) condenado num tribunal londrino a sete anos de cadeia por incitamento a assassinatos e ao ódio racial. Ora no debate tínhamos num lado um membro da congregação de Hamza, vestido como um religioso, de língua afiada e viperina, de conduta intelectual radical e anti-democrática, de idealismo dogmático e intolerante. Do outro, um cidadão, igual a qualquer um de nós, igualmente muçulmano, defensor dos ideais democráticos e da livre expressão, contra o radicalismo e defensor da setença proferida contra Hamza. O muçulmano radical insurgia-se contra tudo e todos, calando-se poucas vezes, tão cego naquilo que acreditava, vociferando que Allah isto e o Profeta aquilo; que o Al-Quran dizia que o primeiro ser humano na Terra foi muçulmano - Adão - logo nenhuma outra religião tinha direito a existir; que não obedecia às leis do Estado Britânico, apenas a Allah e ao Profeta. O muçulmano cidadão democraticamente calava-se - mas nem é só uma questão de democracia, é de boas maneiras primeiro - e na sua vez, interrompido diversas vezes, explanava a sua opinião, verdadeira, justa e livre, em palavras semelhantes às aqui e em tanto outros locais defendidas.


Alguns excertos dos discursos de Hamza:
"We ask Muslims to do that, to be capable to do that, to be capable to bleed the enemies of Allah anywhere, by any means."
"You can't do it by nuclear weapon, you do it by the kitchen knife, no other solution. You cannot do it by chemical weapons, you have to do it by mice poison."

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