2005-07-29

Back to London



Nunca pensei que demorasse tanto tempo. O regresso à minha cidade-natal dá-se precisamente 25 anos depois, e foi com enorme entusiasmo que nos últimos meses - por fim - antecipei os dias próximos. Contudo, as semanas anteriores, como todos sabemos foram de algumas angústias e receios (situação aliás ainda instável). Será um regresso às origens, mas também - e acima de tudo - uma viagem cultural (vai ser uma barrigada de museus!), assim como, compreender/apreender in loco a realidade londrina e britânica, o seu modus vivendi e o clima pós-atentados. Tenho um plano de visitas que, não sei bem se conseguirei cumprir à risca, talvez tenha de alterar em cima da hora, mas vai ser muito interessante, divertido e gratificante.
Encontramo-nos de novo no fim de Agosto. Bye!

Loftcube

2005-07-27

Pura maldade

Nada mais os move que o ódio. Puro ódio. Assente na verdade que acreditam ser absoluta e, que nós vemos como tiranicamente obscura. O regime Taliban no Afeganistão foi o "maior" exemplo daquilo que julgam ser a sociedade ideal. E tanto acreditam nisso, como detestam o nosso meio de vida, a nossa liberdade, o nosso desenvolvimento, o nosso pensamento. Um e outro são o verdadeiro choque de civilizações no qual - analisando nós "ocidentais" - colocará nas trevas todo um povo uno e fiél a Allah, numa tirania de uma interpretação radical do Al-Corão.

Os excelentes textos de Oliver Roy ("Por que nos odeiam eles? Não é por causa do Iraque", Público 23.07.2005) e de Teresa de Sousa ("Não nos enganemos no inimigo", Público 19.07.2005) explicam muito bem as origens e os aspectos deste "fenómeno" criminoso global. Oliver Roy diz que "ao justificar os ataques terroristas com o Iraque, a Al-Qaeda procura popularidade ou, pelo menos, legitimidade entre os muçulmanos", aproveitando a ignorância das populações, exaltando as descriminações e as misérias, mas acrescenta, com razão que "muitas das declarações, acções e inacções dos grupos terroristas indicam que se trata, em grande parte, de mera propaganda e que o Iraque, o Afeganistão e a Palestina dificilmente serão a motivação que está por detrás da sua jihad global", pois onde está, de facto, a razão verdadeira para tanta fúria, quando o que provoca no instante - quer no Iraque, na Turquia ou no Egipto - é a morte de irmãos de fé, abalando estruturas várias destes países, negativizando o seu desenvolvimento. Ou seja, impedindo de os tornar naquilo que mais detestam e que é um conceito intrínseco do Ocidente: a liberdade e a democracia.

Os pretextos invocados pela Al-Qaeda caem por terra se analisarmos os ataques de Nova Iorque "combinado bastante tempo antes do início da segunda Intifada, de Setembro de 2000, numa altura de relativo optimismo em relação às negociações israelo-palestinianas", como refere Roy. Assim como os 100 mil mortos de atrozes ataques às populações da Argélia no início dos anos 90, que hoje já ninguem se recorda. Ou mesmo dois atentados no metro de Paris em 1995 que provocaram oito mortos e mais de 130 feridos. Nessa altura falava-se da GIA - Grupo Islâmico Armado - o primeiro grupo organizado de extremismo e terrorismo antes da Al-Qaeda. A invasão do Afegansitão e do Iraque aconteceram bem depois. Novamente Oliver Roy: "desde o início, os combatentes da Al-Qaeda eram jihadistas globais, e os seus campos de batalha preferidos situavam-se fora do Médio Oriente: Afeganistão, Bósnia, Tchetchénia e Caxemira" onde aproveitavam as guerras locais, "para eles, todos os conflitos faziam simplesmente parte de uma intromissão do Ocidente na 'umma' muçulmana, a comunidade de crentes em todo o mundo". Esta é uma das raízes do problema, onde a gritante e longa luta palestiniana surge como desculpa maior, pois "se os conflitos no Afeganistão, Iraque e Palestina estão no centro da radicalização, então porque não haverá entre os terroristas nenhum afegão, iraquiano ou palestiniano? Pelo contrário, os bombistas pertencem, na sua maioria, a países da península arábica, Norte de África, Egipto e Paquistão - ou então são naturais de países ocidentais, convertidos ao islão".

Teresa de Sousa acrescenta pontos que considero essenciais para a compreensão do problema quando afirma que a estratégia dos terroristas "passa pela divisão e pelo enfraquecimento do mundo ocidental - os 'cruzados e os infiéis' com que intoxicam a opinião pública islâmica" e que "não tem nada a ver com a pobreza no mundo e com as injustiças da globalização". O que vai ao encontro do que Oliver Roy finaliza, constatando como interessante é "que nenhum dos terroristas islâmicos capturados até agora era activista de algum movimento antiguerra legítimo nem nunca esteve envolvido em qualquer organização política de apoio ao povo por quem reclama lutar". Pois estes jihadistas "não distribuem panfletos nem fazem peditórios para angariar fundos para hospitais e escolas. Nem têm uma estratégia racional para fazer pressão pelos interesses do povo palestiniano ou iraquiano".
Os objectivos do terrorismo islâmico são políticos, é óbvio: "os seus mentores têm uma ideologia e uma estratégia. Como tinham o totalitarismo soviético ou nazi. A sua ideologia é igualmente totalitária, com a particularidade de nascer do horror à modernidade e à civilização aberta e global, tal como hoje a conhecemos" afirma Teresa de Sousa acrescentando que a estratégia destes grupos "é derrubar os regimes do mundo islâmico que se opõem à sua interpretação política fundamentalista do Islão". Defende o que também eu já referi: "abrindo portas aos obscurantismo totalitário de que tivemos, também é bom lembrar, uma pálida imagem no Afeganistão dos Taliban. São eles que defendem a 'guerra das civilizações' e que estão dispostos a travá-la recorrendo a todos os meios".
E o futuro, o nosso futuro, para além das alterações climáticas, da crise económica e social, irá conviver com esta nova guerra - globalmente mortífera, terrificamente castradora da nossa liberdade e da nossa paz. "Vivemos um daqueles momentos de perturbação e de perplexidade em que as nossas certezas e as nossas mais profundas convicções são postas à prova" sintetiza com verdade Teresa de Sousa.

"Os terroristas sedeados no Ocidente não são a vanguarda militante da comunidade muçulmana, mas uma geração perdida, sem amarras às sociedades e culturas tradicionais, frustrada por uma sociedade ocidental que não satisfaz as suas expectativas. E a sua visão de uma umma global é um espelho e, ao mesmo tempo, uma forma de vingança contra a globalização que os transformou naquilo que são." Oliver Roy

Mas, insisto, o que os move? No íntimo, após analisarmmos estas questões fundamentalistas política e religiosamente, como podemos compreender o sacrifício inocente de dezenas de pessoas todas as semanas? Vejam este exemplo horrososo: um ataque na semana passada contra um Hummel do exército americano em Bagdad enquanto distribuía doces a crianças, provocou o brutal assassínio de 27 delas! Na lógica de lutas onde por vezes se afirma que a morte de uns será a liberdade de muitos, como pode o sacrifício de crianças justificar tamanha fúria guerreira? Apenas a maldade: o terror, o ódio e o desprezo pela humanidade. O Mal não descarta meios que possam justificar os fins. O que os move é a adrenalina malévola da luta diária, o "delicado" e sulforoso odor da pólvora e da morte, o gozo do perigo, a vingança de executar a sentença ao infiel, o prazer das 70 virgens à espera do "mártir" no Paraíso (isto então é que me faz "espécie": se são, entre diversos desvios "ocidentais", contra a depravação e a luxúria, é no Céu, local de pureza absoluta, que a concretizarão?).

O britânico Jason Burke, autor do livro "Al-Qaeda, A História do Islamismo Radical" afirma que o líder da desta "continua a exercer uma ameaça mortal porque detém o terrível poder de inspirar palavras e ideias". Osama Bin Laden é o "Senador/Imperador Palpatine" da nossa realidade, cujo ódio alicia para as suas "gloriosas" trevas muitos "Darth Vader". E mesmo que, algum dia, ele morra, a sua ideologia - inteligentemente maléfica - continuará a vingar por aí, alimentando/aproveitando-se de ignorantes e fracos de espírito, pois eles amam a morte e nós amamos a vida, rigidamente alicerçada numa leitura retrógada dos textos sagrados.
Ou como afirmou François Heisbourg (presidente do Instituto International de Estudos Estratégicos, de Londres): "Eles atacam-nos pelo que nós somos, não por aquilo que fazemos". Esta é uma das motivações do mal: que incita ao ódio, que gera o terror, que provoca a morte.

2005-07-26

Jihad=Morte


[A partir de poster russo do ano 2000]

"A crueldade entre homens, indivíduos, grupos, etnias, religiões, raças é aterradora. O ser humano contém em si um ruído de monstros que liberta em todas as ocasiões favoráveis. O ódio desencadeia-se por um pequeno nada, por um esquecimento, pela sorte de outrem, por um favor que se julga perdido. O ódio abstracto por uma ideia ou uma religião transforma-se em ódio concreto por um indivíduo ou um grupo; o ódio demente desencadeia-se por um erro de percepção ou de interpretação. O egoísmo, o desprezo, a indiferença, a desatenção agravam por todo o lado e sem tréguas a crueldade do mundo humano."

Edgar Morin, in 'Os Meus Demónios'


Este é o rosto-padrão do ódio. Vemo-lo como o assassino do cineasta holandês condenado a prisão perpétua. Vemo-lo naqueles que no ano passado, em Beslan, violentamente sequestraram uma escola. Podemos ver naqueles que prepararam todos os ataques terroristas anteriores, mas que no momento do "martírio" se dissimulam cortando entre nós. Sentimo-lo no cheiro nauseabundo dos destroços e dos cadáveres no Iraque, no Egipto, na Turquia. Arrepiamo-nos com a sua "invisibilidade" após Madrid e Londres. Este é o rosto da Morte, não de Allah.

2005-07-25

Design: by NEC



Future Design by NEC
Telemóvel maleável

iBug. The best virus for Mac

2005-07-22

Win

"Deixarás de temer quando deixares de ter esperança", Séneca

Ninguém poderá garantir que não voltará a acontecer. Mas a certeza temos que a ficção de "24" é cada vez mais a realidade diária, nos EUA, no Reino Unido...
Os sucessivos actos de terror em Londres colocam-nos debaixo do jugo do medo, do perigo, da maldade. Viver assim, sem reagir, é sucumbir, é permitir que "eles" vençam e não nós.

"Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados", Edmund Burke

2005-07-20

Manifesto de Design Gráfico

1. O que é que nós,
Designers de Comunicação,
somos


• Seres humanos, antes de designers.
• Os designers são comunicadores visuais, criadores de mensagens.
• Somos criadores de éticas e estéticas.
• Somos pensadores, descodificadores de informação, imagem, identidade e comunicação como também transformadores de códigos visuais.
• Nós somos agentes de educação visual, imagens, palavra e ambiente.
• Nós somos dinamizadores, transformadores, leitores, investigadores, criadores e editores de códigos visuais e linguagens.
• Somos construtores, reconstrutores e desconstrutores.
• Nós lemos e interpretamos contextos e realidades, e enriquecemos a cultura.
• Nós somos profissionais necessários para trabalhar em projectos multi-disciplinares.
• Nós somos nem artistas nem artesãos.
• Nós não somos simples pessoas que fazem rascunhos ou publicistas.
• Não somos secretárias com Corel.


2. O que é que estudamos

• Nós estudamos utilizadores, consumidores, tendências, contextos e ambientes.
• Estudamos o poder da imagem e as suas componentes.
• Estudamos as diferenças nas declarações comunicativas.
• Nós estudamos e investigamos os sinais verbais e não verbais da semiótica e hermenêutica.


3. O que fazemos

• Nós conceitualizamos projectos e desenvolvemos ideias para gerar sensações e reacções, tendo em conta aspectos funcionais, comunicativos e de produção naquilo que fazemos.
• Nós criamos áreas de informação, lúdicas, persuasivas e educacionais.
• Nós enriquecemos a cultura e a linguagem propondo maneiras diferentes de olhar o mundo com níveis altos de inovação.
• Nós produzimos design para imagens estáticas e dinâmicas, em duas ou três dimensões, que nos permite intervir em vários meios de comunicação.
• Nós fazemos do Design uma fonte eficiente de comunicação.
• Nós criamos formas com conteúdos compreensíveis.


4. O que é que nós,
Designers de Comunicação,
podemos propor ao nosso país


• Gerar cultura visual.
• Nós queremos que o design seja um serviço democrático.
• Criar linguagens baseadas na identidade cultural e mostrá-las, com carácter, ao mundo.
• Existir como um grémio activo e dinâmico para a sociedade.
• Propor a semente da tranquilidade contra o caos.
• Conservar posições éticas e críticas ( e visões sobre o ambiente), ao que fazemos e nos é proposto. Em outras palavras, o design não deve ameaçar a dignidade e integridade humana.
• Enriquecer e harmonizar a paisagem visual numa maneira construtiva, para criar atitudes e reacções positivas.
• Cultura de comunicação onde existe coerência entre pensamento, sentimentos e acção.
• Pôr o design ao serviço do desenvolvimento humano, para sensibilizar e educar o utilizador e consumidor do produto, e ajudar a desmanchar modelos culturais e estereotipados, isto é, fazer do design uma ferramenta pedagógica.
• Criar qualidade de vida e consciência ambiental através do uso de materiais alternativos e não poluentes.
• Intervir no contexto social para o tornar mais simpático, humano, doméstico, habitável, tolerante e agradável.



Manifesto Medelin, de 26 de Abril de 2002, in Icograda
Traduzido e adaptado do Manifesto Medelin, de 26 de Abril de 2002, in Icograda
por Luís Inácio/Designio

2005-07-15

Arial x Helvetica

Este teste é deveras curioso e pertinente. De facto Arial é das piores invenções tipográficas massificadas, ofuscando e denegrindo a elegância da Helvetica.
E entrem neste divertido "mortal combat".

2005-07-13

Cada vez pior

O Relatório do Governador do Banco de Portugal ontem divulgado na AR mostrou-nos, preto no branco, o quão mal "ist0" anda. Nível de crescimento quase nulo, endividamento e irresponsabilidade generalizados, nova recessão à vista, em "pior situação perante a integração europeia e a globalização" e sem "dimensão nem massa crítica para competir em áreas mais tecnológicas, nem pode competir por custos". Mês após mês notícias e relatórios negativos ensombram o país. Na fatalidade do fado pessimista do ser português, "isto" só vem piorar as coisas. Não há motivação, vontade, energia que, somando ao anteriormente transcrito nunca possibilitará mudar. A desilusão no/do colectivo nacional é confrangedor. Não vejo solução porque não há vontade, não vejo saída porque não há imaginação. Todos os dias observo a realidade do mundo laboral/empresarial, as dificuldades globais inflitram-se nas individuais e as ideias que podem alterar o estado das coisas não são apreendidas. Onde os níveis de conhecimento e aprendizagem, em particular a Matemática, colocam-nos no fim da tabela internacional. Num círculo vicioso de negativismo e impassividade, em que se vai trabalhar para se manter ocupado e não para produzir mais-valias, onde 98% do tecido empresarial nacional é PME e, a falta de visão estratégica (tanta vez aqui e noutros sítios comentada) é atroz, um nível cultural/empresarial diminuto, afastamo-nos cada vez mais da Europa que nem uma Jangada de Pedra. "Isto" está cada vez pior. "Isto" é Portugal que continua por se cumprir.

2005-07-11

Srebrenica



Recordo-me bem daqueles dias atrozes que, durante 5 anos ensombraram a Europa. Com muita mágoa segui todos os eventos macabros ocorridos na Croácia e na Bósnia. A maldade percorria as colinas balcânicas provocando o caos, a destruição, a fuga, a violência física e psíquica, a tortura e a morte, ausentes das nossas terras europeias há já 50 anos. Ninguém na verdade supunha que as guerras civis/libertação da Eslovénia 1991, Croácia 1991-1994, e Bósnia 1992-1995 pudessem acontecer, e muito menos deste modo. Consequência mais violenta do fim do Muro de Berlim e da desgregação do Bloco de Leste, a implosão da Jugoslávia (esse sim previsível) permitiu a abertura de uma Caixa de Pandora que só foi fechada na Revolução de Outubro 2000 com a queda de Slobodan Milosevic.

O maior massacre cometido aconteceu há dez anos, na localidade bósnia de maioria muçulmana, onde todos os homens com mais de 14 anos foram mortos. Presume-se que tenham sido assassinados 8000 pessoas em dois, três dias, pelas forças armadas sérvias - os mais diabólicos/diabilizados do conflito - estando as forças da ONU absolutamente conscientes e impotentes face ao horror que estava a ter lugar. Mas este genocídio-final foi a gota de água que forçou o fim do conflito. Não mais deixámos de ver mercados e ruas cheias de gente estropiada e abatida a partir dos cercos sérvios nas colinas. Não mais assistimos à fuga de milhares de bósnios, croatas ou sérvios. Pudémos (tentar) esquecer das nossas memórias a inumanidade impressionante naquelas paragens. O novo sonho de uma Europa unida que surgiu com o fim da Cortina de Ferro, viu naqueles anos, na Ex-Jugoslávia, um sério revés para a sua unidade, força e vontade políticas.

Mas o fim da guerra não viu ainda todos os responsáveis presos e julgados: os "irmãos do diabo" Radovan Karadzic (Presidente da Republika Srpska) e Ratko Mladic (Comandante militar das Exército Sérvio Bósnio) continuam a monte, foragidos quem nem Bin Laden, mas obviamente protegidos ao mais alto nível.
Hoje choramos os mortos, celebramos a sua memória, e tal como após o Holocausto, juramos "Nunca mais". Até o próximo sentimento de incredulidade...

2005-07-08

The show must go on

We were living days of joy and hope, of peace and promise...

Pode não ter sido tão trágico como Madrid ou NYC, mas foi igualmente merecedor da nossa raiva e angústia. É também motivo maior para lutar pela liberdade e democracia, pela paz e pela justiça, pela tolerância e a coexistência. Conseguindo isto venceremos, escondendo-nos em medidas securitárias que restrinjam a nossa individualidade, vivendo no medo, aí vencem eles, os ataques seriam apenas uma introdução do clima de terror e ódio que tanto prezam. Amando nós a vida e eles a morte, como afirmam, nunca o caminho da "reconciliação" estará ao nosso alcance. Mas o combate ao terrorismo não pode entrar por vias como do Iraque, onde é um campo de ensaio gratuito e atroz. As medidas propostas para a Cimeira G8 podem iniciar uma nova etapa de vontade e cooperação, longo e difícil é certo, mas justo e pertinente, necessariamente levado a cabo com resolução e sentido de missão. Compete às gerações actuais salvar o mundo - hoje - amanhã será muito tarde. Mas a reunião está irremediavelmente "contaminada" pelo ataque de ontem. A realidade dos nossos dissimulados perigosos dias tem contornos em que a realidade inspira a ficção. E organizações como a Al-Qaeda, são tão maléficas como dos filmes de James Bond. Tivemos sorte de que este ataque não foi com armas químicas ou biológicas, mas até quando? É tão fácil colocar uma bomba no metro, num autocarro, num centro comercial... A inevitabilidade de um acto terrorista existe, o seu combate desde 9/11 já evitou mais de duas dezenas. Mas o "choque de civilizações" deve ser evitado a todo o custo. Represálias sobre aquele que nos é diferente colocará no mesmo saco inocentes e culpados. Apenas um grupo de ignóbeis radicais são responsáveis, que nada burros mas bastante
inteligentes prosseguem a sua idealização do ódio e da vingança. A luta continua...

The day after: always look at the bright side of life.

2005-07-07

Terror atingiu Londres

Claramente, a Al-Qaeda, novamente escolheu uma data precisa - abertura do G8 - para mais um bárbaro acto. Mais tarde ou mais cedo, Londres iria sofrer um ataque terrorista, por mais que outros tenham sido evitados nos últimos quatro anos. A minúcia e sofisticação prova que, por maior proteccção que haja, ninguém está imune. Vivemos num mundo perigoso e nada aponta para a sua melhoria. Hoje foi a minha cidade - a um mês da minha visita - que sofreu do extremismo ignóbil de falsos adoradores de Allah.

2005-07-06

Arquivo


Uma óptima livraria em Leiria. Livros, Moleskine, revistas, DVDs, café, galeria, óptimo ambiente, site interessante. Aberto até às 22h30.

70


Tenzin Gyatso, Sua Santidade o 14º Dalai Lama,
celebra hoje 70 anos de vida.

Hurray! London 2012 Olympics!

Tati x4


Esta segunda, com o Público (colecçção "inéditos"), edição AtalantaFilmes, foi colocado à venda um set de quatro DVDs do genial Jacques Tati: "O Meu Tio", "Há Festa na Aldeia", "As Férias do sr.Hulot" e "Playtime". Nem hesitei.

2005-07-05

Morabeza



Cabo Verde celebra hoje trinta anos de independência
. Território majestoso pela beleza das suas ilhas e das suas gentes, o arquipélago tem revelado um percurso invulgar e exemplar na realidade africana. Dentro das dificuldades inerentes à geografia e à lacuna de
diversas condições devido à falta de investimento enquanto colónia, este país-irmão, tentando a sua sorte na diáspora e lutando diariamente nas suas terras, em paz e estabilidade tem evoluído a sua condição com a prosperidade possível. Quando visitei a ilha de São Vicente há poucos anos atrás, estava consciente do que iria encontrar, vi a pobreza e as dificuldades, mas também vi diginidade e sorrisos.

Morabeza europeia. Todas as circunstâncias do estado actual do país levou a que se iniciasse um processo de negociação com a União Europeia, com vista ao estatuto de país-associado, ou mesmo Estado-membro. Insólito? As ilhas de Cabo Verde são dos territórios africanos mais "europeizados", a cultura local é uma súmula única de negro com branco ao longo de séculos. A relação com a Europa mantém-se, nos aspectos económicos e sociais - Portugal e a Holanda são os destinos principais da emigração cabo-verdiana. Por que não então ser o mais ultra-periférico dos territórios da UE? Madeira e Canárias são em África. Seria uma ponte entre três lados do Atlântico - Europa, África e América do Sul (via Brasil). Este conceito desafia os contornos actuais do que definimos como UE, e arriscaria a que até Timor ou a Guatemala pedissem a adesão. Longe de transformar Cabo Verde na estância africana de férias dos europeus, o feliz desenvolvimento do território pode muito bem passar por um estatuto mais estreito com a Europa.

Typedrawing


Muito divertido este site Typedrawing. Experimentem.
Este meu desenho, está aqui.

Changes

Qualquer mudança de atitude vindo do G8 implica muito mais que perdoar dívidas e ajuda humanitária. Urge criar planos e estruturas que possam fazer desenvolver os países pobres - "ensina-o a pescar"; urge salvar o ar, as águas, as florestas, os animais; urge criar condições verdadeiramente fortes para sancionar as dezenas de Estados africanos corruptos e malfeitores que, mesmo sob a capa de democráticos, continuam a saquear as riquezas que (ainda) existem; urge reformar a ONU e o Conselho de Segurança.
Os "eternos" avisos-ameaça contra o Sudão por causa do Darfur, a loucura de Mugabe no Zimbabwe, o inferno da Libéria e Serra Leoa, o "reino" de José Eduardo dos Santos em Angola: todos exemplos onde mudanças não ocorrem por razões económicas que muitos países ricos aproveitam. A estes convém governos que lhes facilitem lucros fáceis, desconsiderando as populações e meio-ambientes locais.
Um continente que tudo tem, desde há séculos espoliado, mergulhou nos últimos 20 anos a níveis ainda mais pobres e de devastação infernal, quando o mundo está globalmente muito mais rico; mais de 60 por cento das pessoas infectadas com o vírus da sida vivam e morrem sem esperança em África; a malária mate numa semana mais crianças africanas do que o tsunami asiático em breves minutos.
Há excesso de produção alimentar que vai para o lixo! Não haverá maneira de o reencaminhar? A hipocrisia tem de acabar e esta semana a vontade política pode fazer a mudança. Mas, por mais que queira acreditar...

2005-07-04

Piccadilly English Pub



Proposta
©2005. Trabalho realizado em parceria.

estupidez sempre

Alberto João, cada vez mais intolerável e intolerante.

The last chance?



The following five formal objectives for the Comission for Africa were agreed at the first meeting in May 2004:
1. To generate new ideas and action for a strong and prosperous Africa, using the 2005 British presidencies of the G8 and the European Union as a platform;
2. To support the best of existing work on Africa, in particular the New Partnership for Africa's Development (NEPAD) and the African Union, and help ensure this work achieves its goals;
3. To help deliver implementation of existing international commitments towards Africa;
4. To offer a fresh and positive perspective for Africa and its diverse culture in the 21st century, which challenges unfair perceptions and helps deliver changes; and
5. To understand and help fulfil African aspirations for the future by listening to Africans





"…Africa is a wonderful, diverse continent with an extraordinary, energetic and resilient people. But it is also plagued with problems so serious that no continent could tackle them on its own (...)"
(....) Climate change is a global problem that needs addressing now for the sake of future generations. The science is well established and the dangers clear (…)”

UK Prime Minister Tony Blair

The Guardian: Q&A
The Independent: Gleneagles agenda

The Long Walk to Justice


Num mundo onde globalização tem "rimado" com gânancia e não com auxílio, toda a movimentação deste sábado no Live8 pretende que seja um forte e global grito de pressão para que os políticos compreendam por fim que podem ajudar a acabar com o actual estado das coisas. Numa era onde as utopias parecem ressurgir, quando os cada vez mais ricos "alimentam" os Cavaleiros do Apocalipse em vez de os combater, haverá - de facto - lugar à esperança? Díficil de vislumbrar, os objectivos para criar um mundo melhor, mais justo e em paz deverão continuar a merecer a atenção e o esforço de todos.
Esta é a semana da oportunidade. Reunidos na Escócia, com a liderança anual do G8 do Reino Unido, poderá Tony Blair personificar a mudança e a vontade desejadas?

2005-07-01

UK Presidency of the EU



"The design concept is 12 swans in flight (12 being the number of stars on the EU flag). Swans fly in formation using a system of leadership and co-operation to fly more efficiently; this is an imaginative and clever metaphor for the EU."

Logotipo da Presidência Britânica da União Europeia, que se inicia hoje.