2007-07-02

Threat within


O longo e atribulado fim-de-semana no Reino Unido demonstra - ao público em geral - como o inimigo não dorme. Apesar de que esses "inimigos" serem muitas vezes parte integrante da sociedade. E não há que espantar quando se descobre que alguns deles são médicos, apesar da verdaderia função que lhes incumbe - salvar vidas, não terminá-as. O ressentimento ignóbil e atroz atravessa tudo tornando-se ideologia cada vez mais inteligente e sarcástica. Todos os movimentos terroristas europeus dos anos 60 e 70 eram liderados por intelectuais, bem cientes da sua posição, bem claro quanto aos seus objectivos, onde qualquer meio se justificava para atingi-los. Terror é medo, e o medo instala-se sejam os atentados cumpridos ou falhados, o medo mantém-se cruel quando a ameaça não tem rosto, mas esse rosto vive entre nós.

Gordon Brown é herdeiro (involuntário?) desta luta. Blair legou-lhe muitas coisas, mas a ameaça sobre Britain é a maior. O início do seu governo foi "baptizado" por uma estratégia, não de todo surpreendente, mas por si só revelador de quão perigoso vivemos sob terrorismo do séc.XXI. São duros reveses na estabilidade da sociedade, podem ser o (re)início de fatais pregos para a democracia em nome da segurança. E isso é uma das vitórias dos radicais. Mas o falhanço destes atentados é uma vitória nossa, e sê-lo-á enquanto a preserverança dos valores democráticos e humanos forem as guidelines da civilização.