2007-07-11

The forgotten art of handwriting

Para quem como eu, sempre se pautou por trabalhar a letra e o prazer de, com uma caneta na mão, escrever, o uso do computador tem desvalorizado imenso esta habilidade.
Foi com muita curiosidade que li este excelente (mais um) texto de Robert Fisk, correspondente de guerra no Líbano, ao serviço do The Independent.

De facto, onde existirão hoje escritas elegantes e compostas, quando já nem cartas de amor resistem ao email? Lembramo-nos de ver as caligrafias de ilustres escritores, de escriturários, dos velhos professores e outras pessoas que cruzaram os nossos caminhos e invejávamos a refinada qualidade artística no acto de colocar palavras no papel.



Recordo-me do filme The Pillow Book de Peter Greenaway no qual a personagem principal Nagiko (Vivan Wu) inspirada na autora, Sei Shônagon, daquele famoso manuscrito medieval japonês, percorria o mundo à procura da escrita bela e extasiante - textos importantes nos alfabetos japonês, chinês, indiano eram escritos sobre o seu corpo num ritual erótico original, mas onde o alfabeto latino, em nada trabalhado como os outros, nunca lhe seduzira até encontrar Jerome (Ewan McGregor). A delicadeza e a profundidade dos nossos desejos mais íntimos, a descoberta da nossa identidade interior com a escrita como veículo, como Arte.