2009-05-24

The end of innocence and a new beginning



The end of innocence and a new beginning

In life we hold some things for granted, some things as sacred, and others as trustworthy. We demand and expect from others the same values and principles that hold ourselves as individuals, coleagues, parents, citizens. A democracy, as imperfect as it may be, still is nevertheless the best political system that has ensured freedom, justice, development and peace. And those who dedicate their work, life and ideas to politics and public office, have even more responsability to uphold and ensure all these beliefs.
And for centuries, despite black sheep that may and have existed among us, the nobility of politics, the credibility of public service, has always kept its high standards. A formidable parliamentarian history such as ours is a question of honor and pride all over the country and the world. Britain's extraordinary virtues of democratic values and its political system have been regarded as an example.
When the recession came in hard as it did, the banks were a instituition we never hoped not to distrust. If you cannot trust the banks with our money, who can you then? Brick by brick, trust and disbelief came crumbling down.

And now, the upmost place we could call as our own house of principles and values, shows its true color. Descredit in politians has always been around, but in our collective innocence, we've hoped and voted for a better chance, a better way, a better change, a better democracy. All this MP expenses affair falls in to the ridiculous, the exaggeration, the abuse of priviliges, the disrespect of a supposed noble and credible and public position. It is a shame. How can anyone believe a word of an MP? How can some MPs have the nerve to say "we must not allow this to happen again"? How can the people from now on deliver its vote without wondering "when will I be fooled again?", or "they're just in it for the money"? This must not be the way to see and feel politics, nor the way some have indeed turned it into.

What we have seen is, as Gordon Brown so correctly said, Westminster, through this polite english manner has been a gentleman's club, that writes and manages its own rules and rights. This must end. All this scandal puts politics at stake and democracy at risk. Reform and change must come to the inside walls of the House. Reform and change must come to the inside walls of Whitehall (remember the email smears?). Reform and change must come to the inside walls of British politics.
There is no turning back. These past weeks and days, politicians are trying to make amends - some for the true sake of politics, others for their own.
Changes must be discussed. Changes must be done.

The good thing is that this new crisis brings the opportunity and the challenge to discuss the true meaning of politics and democracy. This is an amazing chance to rethink and gather many views. And into what we want as participants of the political process. Here lies a moment to write a new chapter for Britain's 21st century democracy.
Checks and balances must be truely concieved and put at order. Maybe it is time for a written Constitution.

And then a general election must be held as soon as possible. To evict the bad MPs, to sustain the good, to renew the Parliament, to restart a government.
To ensure and regain the ethics, values and the trust of politics and democracy as whole.



The Guardian has a special page here and a PDF supplement "A New Politics".





O fim da inocência e um novo começo


Na vida temos algumas coisas que consideramos garantidas, outras como sagradas, e outras como dignas de confiança. Exigimos e esperamos dos outros os mesmos valores e princípios que nós próprios enquanto indivíduos, colegas, pais, cidadãos nos regemos. A democracia, sendo imperfeita, é contudo o único e melhor sistema político que garante a justiça, o desenvolvimento e a paz. E aqueles que dedicam o seu trabalho, as suas ideias e a suas vidas ao serviço público, têm maior responsabilidade para defender e assegurar estas crenças.
Durante séculos, apesar de ovelhas ranhosas que vão surgindo, a nobreza da política e a credibilidade do serviço público, têm estado no Reino Unido sempre em elevados níveis. Uma história parlamentar formidável é uma questão de honra e de orgulho por todo o país e para o mundo. As extraordinárias virtudes e valores democráticos britânicos têm sido visto como um exemplo.
Quando a recessão caiu com toda a força, os bancos foram a instituição que não esperávamos desconfiar. Se não podemos confiar o nosso dinheiro aos bancos, a quem podemos? Pedra sobre pedra, a confiança e o descrédito foram caíndo.

E agora, o local que se podia chamar a Casa desses príncipios e valores demonstrou a sua verdadeira face. Sempre existiu descrédito nos políticos, mas creio que numa inocência colectiva, os britânicos, e aqueles que observam a realidade britânica, tinham no acto de votar a crença para melhores oportunidades, melhores modos, melhores mudanças, melhor democracia. Todo este escândalo à volta das despesas dos deputados cai tanto no exagero, no abuso dos seus poderes, como no ridículo e no desrespeito que um cargo público credibiliza. É uma vergonha. Como pode alguém acreditar agora na palavra de um deputado? Como podem alguns deputados ter o desplante de dizer "não podemos permitir que isto volte a acontecer"? Como poderá o eleitor a partir de agora impedir no seu pensamento que "vão enganar-me de novo", ou "eles só estão nisto pelo dinheiro"? Não deve ser este o modo como ver e sentir a política, ou tão pouco como alguns de facto o têm tornado.

O que vimos, como o primeiro-ministro Gordon Brown tão bem disse, que neste jeito inglês educado, Westminster tem sido um Clube de Cavalheiros que faz as suas próprias regras. Isto tem de acabar. Todo este escândalo coloca a política em risco e a democracia em causa. Reforma e mudança têm de chegar dentro das paredes de Westminster. Reforma e mudança têm de entrar dentro das paredes de Whitehall, a sede do governo (recordam-se dos emails de falsas acusações?). Reforma e mudança têm de estar dentro das paredes da política britânica.
Não há como voltar atrás. Nas últimas semanas e nestes dias mais recentes, os políticos têm feito esforços para corrigir as coisas - uns pelo bem da política, outros para seu próprio bem.
As mudanças devem ser debatidas. As mudanças devem ser implementadas.

O lado bom desta crise tornou-se numa oportunidade e num desafio para discutir o verdadeiro significado da política e da democracia. É uma óptima possiblidade para repensar e reunir muitas ideias e atrair cada vez mais participantes para o processo político. É um momento para todos poderem escrever um novo capítulo para a democracia do séc. XXI.
Freios e contrapesos (no inglês, checks and balances) devem ser concebidos e colocados em prática. Talvez seja o momento para uma Constituição escrita.

E depois, o mais breve possível, eleições gerais devem ter lugar. Para expulsar os maus deputados, premiar os bons, renovar o Parlamento, reiniciar o Governo.
Para assegurar e fazer regressar a ética, os valores e a confiança na política e na democracia como um todo.



The Guardian tem uma página especial e um PDF chamado "A New Politics".
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