Quando há cinco anos iniciei este blog, os propósitos de então perduraram até hoje.
Contudo, devo confessar que por duas ou três vezes ponderei terminar a minha experiência na blogosfera, por diversas razões. Mas voltei sempre atrás porque, sendo um projecto individual partilhado com o meu querido ex-aluno, ex-colega e amigo Filipe, o importante sempre foi pensar, desenvolver e discutir ideias. O essencial é simplesmente isto. Provar a mim e aos outros que elaborar, divulgar e debater ideias é uma extraordinária capacidade humana que não convém descurar.
Quando tão dificilmente se fala de coisas para além do banal, onde o tempo das nossas agitadas vidas nos limita, parar para pensar parece-me saudável. Mesmo que não se entendam ou não concordem com as posições tomadas.
Em cinco anos tanto já se escreveu e muitos temas não puderam ser desenvolvidos. Por isso, neste dia de aniversário reafirmo os objectivos deste blog e os desejos de que partilhem as vossas ideias e participem no debate.
Partilhar o conteudo deste blog é um acto de liberdade e de fraternidade.
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When I started this blog, five years ago, the objectives then have travelled until today.
Although, I must confess, that for two or three times, for several reasons, I wished to end my blogosphere experience. But I've always put that idea behind because, as an individual project shared with my dear ex-pupil, ex-coleague and friend Filipe, the most important was to think, develop and discuss ideas. The essential is simply that. To prove to myself and others that to elaborate, to spread and debate ideas is an extraordinary human ability that cannot be ignored.
When our short time lives give us so little to talk about, it seems to me that to stop and think is a healthy habit. Even if we may not understand or agree with all positions.
In five years much has been written and so many thoughts went unregistred. So, at this day I reaffirm my objective and wishes for your thoughts and participation in the discussions.
To share the contents of this blog is an act of freedom and an act of fraternity.
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2009-05-31
O último jogo / The last game
Luis Figo
Um dos melhores jogadores de futebol do mundo.
Uma carreira fantástica culminou este domingo no Inter de Milão frente ao Atalanta.
One of the best football players in the world.
An amazing career ended this sunday in Inter against Atalanta.
Sporting 1989-1995
1 Taça de Portugal
Barcelona 1995-2000
2 Ligas
2 Copas del Rey
1 SuperCopa de España
1 UEFA Taça das Taças
1 SuperCopa UEFA
Real Madrid 2000-2005
2 Ligas
2 SuperCopas de España
1 UEFA Champions League
1 SuperCopa UEFA
1 Campeonato Mundial de Clubes
Inter 2005-2009
4 Serie A
1 Coppa Italia
3 Supercopa Italia
Portugal 1991-2006
127 jogos, 32 golos
Capitão e líder incontornável
Captain and unconditional leader
France Football Ballon d'Or 2000
FIFA 2nd Best World Player 2000
FIFA Best World Player 2001
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Pelos campos do mundo senha e signo
ele não desiste e nunca repete
e em cada rua é um menino
de camisola número sete.
Pelos campos do mundo seu nome é quem nos diz
ele corre e finta e dribla e com seus pés
pelos campos do mundo escreve o seu destino.
Por isso diz-se Figo e é um país
com ele o sonho é português.
Manuel Alegre
Junho 2004
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Fundação Luis Figo
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2009-05-24
The end of innocence and a new beginning
The end of innocence and a new beginning
In life we hold some things for granted, some things as sacred, and others as trustworthy. We demand and expect from others the same values and principles that hold ourselves as individuals, coleagues, parents, citizens. A democracy, as imperfect as it may be, still is nevertheless the best political system that has ensured freedom, justice, development and peace. And those who dedicate their work, life and ideas to politics and public office, have even more responsability to uphold and ensure all these beliefs.
And for centuries, despite black sheep that may and have existed among us, the nobility of politics, the credibility of public service, has always kept its high standards. A formidable parliamentarian history such as ours is a question of honor and pride all over the country and the world. Britain's extraordinary virtues of democratic values and its political system have been regarded as an example.
When the recession came in hard as it did, the banks were a instituition we never hoped not to distrust. If you cannot trust the banks with our money, who can you then? Brick by brick, trust and disbelief came crumbling down.
And now, the upmost place we could call as our own house of principles and values, shows its true color. Descredit in politians has always been around, but in our collective innocence, we've hoped and voted for a better chance, a better way, a better change, a better democracy. All this MP expenses affair falls in to the ridiculous, the exaggeration, the abuse of priviliges, the disrespect of a supposed noble and credible and public position. It is a shame. How can anyone believe a word of an MP? How can some MPs have the nerve to say "we must not allow this to happen again"? How can the people from now on deliver its vote without wondering "when will I be fooled again?", or "they're just in it for the money"? This must not be the way to see and feel politics, nor the way some have indeed turned it into.
What we have seen is, as Gordon Brown so correctly said, Westminster, through this polite english manner has been a gentleman's club, that writes and manages its own rules and rights. This must end. All this scandal puts politics at stake and democracy at risk. Reform and change must come to the inside walls of the House. Reform and change must come to the inside walls of Whitehall (remember the email smears?). Reform and change must come to the inside walls of British politics.
There is no turning back. These past weeks and days, politicians are trying to make amends - some for the true sake of politics, others for their own.
Changes must be discussed. Changes must be done.
The good thing is that this new crisis brings the opportunity and the challenge to discuss the true meaning of politics and democracy. This is an amazing chance to rethink and gather many views. And into what we want as participants of the political process. Here lies a moment to write a new chapter for Britain's 21st century democracy.
Checks and balances must be truely concieved and put at order. Maybe it is time for a written Constitution.
And then a general election must be held as soon as possible. To evict the bad MPs, to sustain the good, to renew the Parliament, to restart a government.
To ensure and regain the ethics, values and the trust of politics and democracy as whole.
The Guardian has a special page here and a PDF supplement "A New Politics".
O fim da inocência e um novo começo
Na vida temos algumas coisas que consideramos garantidas, outras como sagradas, e outras como dignas de confiança. Exigimos e esperamos dos outros os mesmos valores e princípios que nós próprios enquanto indivíduos, colegas, pais, cidadãos nos regemos. A democracia, sendo imperfeita, é contudo o único e melhor sistema político que garante a justiça, o desenvolvimento e a paz. E aqueles que dedicam o seu trabalho, as suas ideias e a suas vidas ao serviço público, têm maior responsabilidade para defender e assegurar estas crenças.
Durante séculos, apesar de ovelhas ranhosas que vão surgindo, a nobreza da política e a credibilidade do serviço público, têm estado no Reino Unido sempre em elevados níveis. Uma história parlamentar formidável é uma questão de honra e de orgulho por todo o país e para o mundo. As extraordinárias virtudes e valores democráticos britânicos têm sido visto como um exemplo.
Quando a recessão caiu com toda a força, os bancos foram a instituição que não esperávamos desconfiar. Se não podemos confiar o nosso dinheiro aos bancos, a quem podemos? Pedra sobre pedra, a confiança e o descrédito foram caíndo.
E agora, o local que se podia chamar a Casa desses príncipios e valores demonstrou a sua verdadeira face. Sempre existiu descrédito nos políticos, mas creio que numa inocência colectiva, os britânicos, e aqueles que observam a realidade britânica, tinham no acto de votar a crença para melhores oportunidades, melhores modos, melhores mudanças, melhor democracia. Todo este escândalo à volta das despesas dos deputados cai tanto no exagero, no abuso dos seus poderes, como no ridículo e no desrespeito que um cargo público credibiliza. É uma vergonha. Como pode alguém acreditar agora na palavra de um deputado? Como podem alguns deputados ter o desplante de dizer "não podemos permitir que isto volte a acontecer"? Como poderá o eleitor a partir de agora impedir no seu pensamento que "vão enganar-me de novo", ou "eles só estão nisto pelo dinheiro"? Não deve ser este o modo como ver e sentir a política, ou tão pouco como alguns de facto o têm tornado.
O que vimos, como o primeiro-ministro Gordon Brown tão bem disse, que neste jeito inglês educado, Westminster tem sido um Clube de Cavalheiros que faz as suas próprias regras. Isto tem de acabar. Todo este escândalo coloca a política em risco e a democracia em causa. Reforma e mudança têm de chegar dentro das paredes de Westminster. Reforma e mudança têm de entrar dentro das paredes de Whitehall, a sede do governo (recordam-se dos emails de falsas acusações?). Reforma e mudança têm de estar dentro das paredes da política britânica.
Não há como voltar atrás. Nas últimas semanas e nestes dias mais recentes, os políticos têm feito esforços para corrigir as coisas - uns pelo bem da política, outros para seu próprio bem.
As mudanças devem ser debatidas. As mudanças devem ser implementadas.
O lado bom desta crise tornou-se numa oportunidade e num desafio para discutir o verdadeiro significado da política e da democracia. É uma óptima possiblidade para repensar e reunir muitas ideias e atrair cada vez mais participantes para o processo político. É um momento para todos poderem escrever um novo capítulo para a democracia do séc. XXI.
Freios e contrapesos (no inglês, checks and balances) devem ser concebidos e colocados em prática. Talvez seja o momento para uma Constituição escrita.
E depois, o mais breve possível, eleições gerais devem ter lugar. Para expulsar os maus deputados, premiar os bons, renovar o Parlamento, reiniciar o Governo.
Para assegurar e fazer regressar a ética, os valores e a confiança na política e na democracia como um todo.
The Guardian tem uma página especial e um PDF chamado "A New Politics".
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2009-05-22
Design and the elastic mind
MOMA design curator Paola Antonelli previews the groundbreaking show "Design and the Elastic Mind" -- full of products and designs that reflect the way we think now.
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2009-05-18
Fé ou idolatria?
Foto: José Pedro Tomaz | www.ionline.pt
Este fim-de-semana Lisboa assistiu a dois eventos religiosos. A imagem de Nossa Senhora de Fátima desceu à capital. E a comemoração dos 50 anos da estátua do Cristo-Rei. Milhares de pessoas em devoção num e noutro, e depois em conjunto.
Mas entre a fé e a idolatria, com a emoção exposta pela visão de objectos, não pareceu haver uma fronteira demasiado ténue? E não falo enquanto ateu ou tão pouco por desprezo quanto à religião. Tive uma educação religiosa bastante prolongada, e tenho interesse e gosto pelo conhecimento do acto religioso e das várias ideologias teológicas. Hoje afirmo-me como agnóstico, sem contudo negar o fascínio, pela figura de Jesus.
Uma emissão televisiva em directo de quase todos os canais de sinal aberto, transmitiu um retrato curioso de um país mergulhado numa veneração de contornos entre o kitsch e um quase "salazarismo".
Certo que a fé move montanhas, mas teria de mobilizar tantas estações de TV? Entendo que o catolicismo é imensa maioria em Portugal, mas a presença do Presidente da República justifica-se? O aniversário de um ícone religioso implica uma celebração tamanha? Alguém vai festejar os 135 da estátua de D.Afonso Henriques, em Guimarães?
Como profissional de comunicação entendo bem o poder dos símbolos e a relevância pública destas. Mas fiquei perplexo com estas manifestações, em que algumas pessoas se emocionavam pela experiência desta visão, e quase de menos por uma vivência continuada e ética da fé.
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2009-05-07
i
O novo diário é um jornal cheio de boas razões.
Estrutura inovadora, óptimo design, bons textos, excelentes parceiras (NewYorkTimes), boa dimensão. Revista "Nós" com ainda melhor design gráfico e conteudo temático original.
Uma lufada de ar fresco. O meu novo diário.
www.ionline.pt
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By
Victor Barreiras
Etiquetas:
Best Newspaper Frontpage of the Day,
Design-Editorial,
Media
2009-05-06
Rainforest SOS
The Prince of Wales Rainforests Project
"If we lose the battle against tropical deforestation,
we lose the battle against climate change"
The Prince of Wales launches global public awarness campaign to save rainforests.
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2009-05-04
Vasco Granja 1925-2009
Os desenhos animados obviamente que enquanto criança tiveram em mim enorme relevância. Mas todo o imenso historial da animação de qualidade que assisti, marcaram profundamente até hoje e hoje ainda (com a ajuda do meu filho), quer o meu imaginário, quer a minha imaginação.
Depois de durante os 1970s com excelentes produtos televisivos na BBC (Bagpuss, Camberwick Green, Trumpton Fire Brigade, Paddington Bear, Babar, The Magic Roundabout, Morph, Mr Benn, Roobarb, Bod, Noah and Nelly in SkylArk, Chorlton and the Wheelies) sem esquecer o Charlie Brown e o The Muppet Show, chegado a Portugal tornei-me membro da "geração Vasco Granja". Também era daqueles que ficava agarrado à RTP a ver os fantásticos programas de animação que ele divulgava.
Reduzir Vasco Granja à condição de "pai" da Pantera Cor-de-Rosa (que também via, claro) sempre foi para mim quase um ultraje. É desvalorizar todo o trabalho exemplar de divulgação didática e de entretenimento. O seu trabalho na RTP foi um magnífico serviço público.
Para sempre me ficarão na memória, e na minha imaginação criativa, as maravilhosas animações vindas do Canadá (da fantástica National Film Board of Canada), da Polónia ou Hungria (o urso Teddy) e da então Checoslováquia (a toupeira Krtek). E claro dos EUA: produzidos por Tex Avery (mais aqui), da Warner Brothers realizados por Friz Freleng para a Looney Tunes com o Bugs Bunny, Daffy Duck e amigos, e para a Merrie Melodies com Coyote & Road Runner, Speedy Gonzalez, o Sylvester e Tweety e, da Hanna-Barbera com o Tom & Jerry.
Depois de durante os 1970s com excelentes produtos televisivos na BBC (Bagpuss, Camberwick Green, Trumpton Fire Brigade, Paddington Bear, Babar, The Magic Roundabout, Morph, Mr Benn, Roobarb, Bod, Noah and Nelly in SkylArk, Chorlton and the Wheelies) sem esquecer o Charlie Brown e o The Muppet Show, chegado a Portugal tornei-me membro da "geração Vasco Granja". Também era daqueles que ficava agarrado à RTP a ver os fantásticos programas de animação que ele divulgava.
Reduzir Vasco Granja à condição de "pai" da Pantera Cor-de-Rosa (que também via, claro) sempre foi para mim quase um ultraje. É desvalorizar todo o trabalho exemplar de divulgação didática e de entretenimento. O seu trabalho na RTP foi um magnífico serviço público.
Para sempre me ficarão na memória, e na minha imaginação criativa, as maravilhosas animações vindas do Canadá (da fantástica National Film Board of Canada), da Polónia ou Hungria (o urso Teddy) e da então Checoslováquia (a toupeira Krtek). E claro dos EUA: produzidos por Tex Avery (mais aqui), da Warner Brothers realizados por Friz Freleng para a Looney Tunes com o Bugs Bunny, Daffy Duck e amigos, e para a Merrie Melodies com Coyote & Road Runner, Speedy Gonzalez, o Sylvester e Tweety e, da Hanna-Barbera com o Tom & Jerry.
2009-05-03
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