2005-10-10

Autárquicas

EMENDA
Afinal toda a candidatura PS era a mesma da gestão camarária actual, apenas o Presidente saíra. O cabeça-de-lista, está na autarquia desde 1994, sendo desde 1998 responsável por pelouros e projectos que mais positivamente tâm destacado a cidade. Embora com projectos cuja concretização/desenvolvimento não tenha obtido os melhores resultados, terá sido um castigo maior em virtude de ser da mesma cor do governo? Parece que a Junta de Freguesia (da cidade) já era CDU. Muita gente está descontente com o resultado.


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Para quem há um ano atrás partia com larga vantagem sobre Carmona, a derrota de Carrilho foi o reflexo de uma grande aposta desperdiçada - pela não convergência da esquerda - e perdida - pelas atitudes embirrentas, no mínimo, sempre do próprio candidato (o debate insultuoso na SIC-N fê-lo perder as eleições). Por muito bom que o projecto pudesse ser, a falta de confiança e a arrogância transmitidas foram um factor decisivo. As pessoas preferiram alguém simples, correcto e com provas dadas. A figura de proa das candidaturas é extremamente essencial. Há muito que se vota nas pessoas e, com isso, nenhuma surpresa em Oeiras, Gondomar e Felgueiras.
Mas, como fica a democracia se o sistema judicial permite, embora até provado em contrário se presume a inocência, que a ética e a moral republicanas sejam desprezadas? Poderá haver de facto trabalho feito em prole das populações - nalguns casos - mas não parece uma nítida luta pela manutenção do poder e, simultaneamente, um desafio às instituições políticas que estruturam o Estado de Direito Democrático?
Com isso estava curioso em relação a Amarante, para saber até que ponto a ignorânica/idiotice poderia fazer eleger alguém tão ignóbil como Avelino Ferreira Torres. Felizmente perdeu.

E estava também com esperança que em Leiria, o PSD de Isabel Damasceno perdesse. Esteve quase. Mas lá ficou pela terceira vez seguida... Há cinco anos que moro em Leiria e nada existe na cidade e seus limítrofes que sejam demonstração visível da actual gestão. Pelo contrário, a cidade não está mais desenvolvida, há mais betão, a cidade continua feia e desorganizada. O centro histórico (o bairro velho como carinhosamente o designo) continua abandonado, apesar do potencial e da beleza se degrada física, social e economicamente. O Polis, que de projecto ambicioso faria da cidade um local muito bom foi, a meio, interrompido. Jardim há só um, embora com muitas árvores de grande porte é mais pequeno que a área de jogo de um campo de futebol. O trânsito continua caótico. A cidade continua suja. O novo estádio é enorme e inútil. Positivo apenas o aumento de transportes públicos, que ninguém usa (pela falta de civismo e consciência comunitária).
Por seu lado, Marinha Grande que neste último mandato evoluiu de cidade sem jeito nenhum para uma cidade agradável, fruto da gestão PS e de um modesto mas eficaz projecto Polis. Mas o actual presidente não concorreu de novo, ao que se juntou toda a sua equipa. O desconhecimento da população da nova candidatura PS fez com que perdesse as eleições para a CDU. Nunca pensei que tal pudesse acontecer. Reelegeram alguém que já lá estivera e que pouco ou nada fizera pela cidade e pelo concelho, segundo me disseram.

Coisas estranhas aconteceram nestas eleições. O voto de confiança dos eleitores para as lideranças camarárias surge entre convicção justa e a confiança incompreensível, entre o populismo mobilizador e o deixa-andar, entre o caciquismo e projectos inviabilizados.



ADENDA
O novo (e segundo parque verde) da Marinha Grande parece que foi vetado pela Quercus e ao que dizem abriu por causa das eleições, e agora vai mesmo ser encerrado... Em tempos aquele espaço era um depósito de lixo da indúsria vidreira e o terreno apresenta "valores altíssimos no que diz respeito à presença de chumbo e arsénio, em quantidades consideradas nocivas para a saúde pública".

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