2006-05-05

music: MP3 players



The real iPod killer?
viliv P1
Bonito site, por acaso.

design: websites



Website com trabalhos de estudantes criativos para estudantes criativos.

2006-05-04

Índia





Fotos gentilmente cedidas por Joaquim Santos (viagem de Janeiro 2006)

2006-04-24

RIP BZD*



"Não basta começar bem, não adianta mediar bem; de pouco servem bons começos e melhores meios, se os fins não se mostram bem sucedidos.

(...) Uma vez começadas, as coisas não devem ser esquecidas nem deixadas antes de ser acabadas, pois é sinal de pouca prudência começar muitos actos e não acabar nenhum."

Mateo Alemán, in "Guzmán de Alfarache"


Numa agonia de meses por fim se deu o golpe final legal. Após diversas confusões e preocupações. Um sentimento de alívio misturado com frustração, desilusão e desperdício. E uma estranha aversão à cor laranja. Onde a experiência foi uma lição positiva e negativa.
Onde muito poderia ser feito, e mais se poderia ter ganho. Tal como na citação acima. Mas no fim, a perda foi maior.

there can be only one



A única que ostenta agora este nome.
Também com criatividade e comunicação, mas muito mais sedutora e original.
(link sobre a imagem)

2006-04-23

2006-04-18

The Economist

2006-04-11

Simpósio de Artes Gráficas







De 26 a 28 de Abril
Instituto Politécnico de Tomar
http://www.tag.estt.ipt.pt/artec/

2006-04-10

NewWebPick no.04



Já online, quarta edição.

2006-04-03

Spooks



Muito mais intenso e cruel que 24, esta série da BBC - que vejo desde o primeiro episódio no People&Arts - retrata o perigo e a vida dos agentes do MI5. Spooks (em português "Dupla Identidade") excelente série, que vai já na quarta temporada, o risco, os atentados e a luta contra o terrorismo em terras britânicas apresentados, demonstra o quão terrível é a violência dos nossos dias. Esta série, que começou em 2003, ganhou ainda mais força após os ataques de Londres do ano passado, e tem produzido histórias, sem o impacto global como em 24, mas extremamente intensos e profundamente sérios no contexto do Reino Unido. Aqui poderemos ver como os meandros do poder adulteram os objectivos - afinal as teorias da conspiração vendem sempre, mas não foi isso que desencadeou a nova guerra no Iraque? - a tenacidade e a coragem dos agentes do MI5 - onde várias personagens já faleceram -, e a intransigência e a audácia de indivíduos e grupos terroristas. Desde 11 Setembro 2001 até hoje foram evitados na Europa mais de uma vintena de atentados, e a ficção colocada nesta série, com argumentos baseados em factos reais, e abordagens sérias e concisas (afinal é da BBC...) dá claras hipóteses dos mesmos e a consciência do permanente perigo sobre a nossa sociedade actual.

Dupla Identidade (Spooks)
People & Arts
Terças, 21:30
[Repetição: 4ª 01:30, e 14:00, Sábados 18:30]

2006-04-01

Happy 30th anniversary Apple!

"The Macintosh is more than a computer. It's a way of life"
Steve Wozniak, co-fundador da Apple


April 1st, 1976-2006
30 years of tech-adventure

Para mim é-o desde 1994. É uma paixão, uma ferramenta de trabalho e de lazer únicos, absolutamente fiável e funcional.

2006-03-30

como o Diabo no corpo



Instalar o Windows no Mac!? Entendo a curiosidade e prova científica das capacidades do novo processador Intel - transição pelo qual não fui contra. Mas, para quê?

2006-03-23

Os excluídos

"Quem comete um erro é excluído; é fechado dentro de uma caixa. Quem está fora vê apenas a caixa. Mas quem está fechado, excluído, consegue ver cá para fora. Vê tudo, vê-nos a todos.
Em cada compartimento há dezenas de caixas. Milhares de caixas por todo o lado. A maior parte delas vazia. Outras têm lá dentro pessoas excluídas. Ninguém sabe quais as caixas que têm pessoas.
As caixas são tantas que ninguém lhes dá importância. Pode estar lá uma pessoa, até a que amas, mas nem olhas. Já não produzem efeito. Passas por elas centenas de vezes."

Gonçalo M. Tavares,
in "Jerusálem"

Sem acção, de nada vale a inteligência

"Os conhecimentos ouvem-se, mas para agir a capacidade de audição é praticamente desprezável. Porque agir é estar próximo das coisas e ouvir é estar afastado das coisas. Alguém que apenas ouve será considerado um intruso no mundo, a Natureza não se sentirá ameaçada. Quem ouve poderá acumular conhecimentos, mas essa acumulação não lutará com a Natureza. Esta resiste bem à inteligência, ao raciocínio e à memória do Homem: todas estas qualidades intelectuais são assuntos que dizem respeito exclusivamente ao mundo da cidade, e o que ameaça a Natureza são as acções: os momentos em que os humandos abandonam a audição, e mesmo a linguagem do discurso, e passam a querer falar com o tacto: o único que pode alterar as coisas. "

Gonçalo M. Tavares,
in "Um Homem: Klaus Klump"

Minhas tardes africanas



Via RDP Àfrica (online). Das 14 às 17. Às segundas "Oceano Índigo". Terça a sexta "Música sem Espinhas".
Pela diferença, pelo ecletismo, pela curiosidade, pela paixão.

2006-03-21

Muda de vida ou muda de poema

"Um poema não é uma coisa que se coloca sobre o teu dia como um condimento sobre o teu almoço. A vida de uma pessoa não tem material semelhante a nada que conheças. Existir é feito de peças impossíveis de copiar. E a poesia não entra nesse material único - a vida de uma pessoa - como o avião no ar ou o acidente do avião na terra dura. Um poema não é manso nem meigo, não é mau nem ilegal.
Os homens não se medem pelos poemas que leram, mas talvez fosse melhor. O que é a fita métrica comparada com algo intenso? Há poemas que explicam trinta graus de uma vida e poemas que são um ofício de demolição completa: o edifício é trocado por outro, como se um edifício fosse uma camisa. Muda de vida ou, claro, muda de poema."

Gonçalo M. Tavares,
in "A Perna Esquerda de Paris"

Poets Against War


Poets Against War continues the tradition of socially engaged poetry
by creating venues for poetry as a voice against war, tyranny and oppression.

Dia Mundial da Poesia

poema

Os pássaros de Londres
cantam todo o inverno
como se o frio fosse
o maior aconchego
nos parques arrancados
ao trânsito automóvel
nas ruas da neve negra
sob um céu sempre duro
os pássaros de Londres
falam de esplendor
com que se ergue o estio
e a lua se derrama
por praças tão sem cor
que parecem de pano
em jardins germinando
sob mantos de gelo
como se gelo fora
o linho mais bordado
ou em casas como aquela
onde Rimbaud comeu
e dormiu e estendeu
a vida desesperada
estreita faixa amarela
espécie de paralela
entre o tudo e o nada
os pássaros de Londres
quando termina o dia
e o sol consegue um pouco
abraçar a cidade
à luz razante e forte
que dura dois minutos
nas árvores que surgem
subitamente imensas
no ouro verde e negro
que é sua densidade
ou nos muros sem fim
dos bairros deserdados
onde não sabes não
se vida rogo amor
algum dia erguerão
do pavimento cínzeo
algum claro limite
os pássaros de Londres
cumprem o seu dever
de cidadãos britânicos
que nunca nunca viram
os céus mediterrânicos



Mário Cesariny
Poemas de Londres
Pena Capital
2ª edição
Assírio & Alvim
1999


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Casa


Tentei fugir da mancha mais escura
que existe no teu corpo, e desisti.
Era pior que a morte o que antevi:
era a dor de ficar sem sepultura.

Bebi entre os teus flancos a loucura
de não poder viver longe de ti:
és a sombra da casa onde nasci,
és a noite que à noite me procura.

Só por dentro de ti há corredores
e em quartos interiores o cheiro a fruta
que veste de frescura a escuridão. . .

Só por dentro de ti rebentam flores.
Só por dentro de ti a noite escuta
o que sem voz me sai do coração.



David Mourão Ferreira
Infinito Pessoal
(1959-1962)
Obra Poética
1948-1988
4.º Edição
Editorial Presença

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Há Dias

Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer :
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.



Eugénio de Andrade
in "Os lugares de Lume"

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Burnt Norton
V

As palavras movem-se, a música move-se
Apenas no tempo; mas o que apenas vive
Apenas pode morrer. As palavras, depois de ditas,
Alcançam o silêncio. Apenas pela forma, pelo molde,
Podem as palavras ou a música alcançar
O repouso, tal como uma jarra chinesa ainda
Se move perpetuamente no seu repouso.
Não o repouso do violino, enquanto a nota dura,
Não isso apenas, mas a coexistência,
Ou digamos que o fim precede o princípio,
E que o fim e o princípio estiveram sempre ali
Antes do princípio e depois do fim.
E tudo é sempre agora. As palavras deformam-se,
Estalam e quebram-se por vezes, sob o fardo,
Sob a tensão, escorregam, deslizam, perecem,
Definham com imprecisão, não se mantêm,
Não ficam em repouso. Vozes estridentes
Ralhando, troçando, ou apenas tagarelando,
Assaltam-nas sempre. O Verbo no deserto
É muito atacado por vozes de tentação,
A sombra que chora na dança funérea,
O clamoroso lamento da quimera desconsolada.

T.S. Elliot
Quatro Quartetos
Tradução de Maria Amélia Neto
3ª edição
EDIÇÕES ÁTICA
1983