2009-12-31

Farewell 2009

2009-12-25

Happy Nickmas



Nickelodeon Christmas promo
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2009-12-23

Merry Xmas & Happy New Year

2009-12-21

Pela lama

Um site provisório, depois catorze sites comemorativos (!?), mais material gráfico a ser impresso, tudo somado numa quantia absurda de €180.000 para a Comemoração do Centenário da República. E ainda mais dez mil euros para a criação da identidade desta.
Quando soube há poucas semanas deste ultrajante negócio, o que primeiro veio à ideia é como é fácil usar o dinheiro do Estado, que é desde a primeira instância, o nosso dinheiro. O problema do valor do trabalho coloca-se na medida em que, como não existem tabelas no design, cobra-se usualmente por uma tabela interna que no entanto pode variar consoante o nível económico do cliente, mas pelo que se vê, se o cliente for o Estado então cobra-se mais ainda. Se Cristiano Ronaldo custou aquela massa toda ao Real Madrid e já ficamos tontos, sabemos no entanto que existirá retorno para o clube, bem o contrário do que sucede quando todo este montante é somente para um evento efémero.

O bom nome do design está a ser atirado à lama por causa de comportamentos bem pouco éticos (de todos os intervenientes), e todo o tipo de suspeição se levanta em particular por causa destes ajustes directos (prática legal quando o orçamentado é inferior a 206 mil euros). Presenciamos também aqui a atitudes contra o mercado, contra a livre concorrência, contra o mérito.
A confiança nas instituições e nas pessoas com cargos públicos volta a ser abalada, até mesmo o CPD, e a permanente descrença colectiva sustenta-se em episódios assim. Pode perfeitamente o trabalho ficar com qualidade (o Atelier Cayatte já o demonstrou por diversas vezes) mas não é esta a forma correcta de se fazer negócios, e muito menos com dinheiros públicos roçando a falta de transparência e o desprezo pelo bom senso. Porque no fim quem sai prejudicado é Portugal por mais "bonito" que se apresente com este ou outro trabalho de design. Todos os outros designers neste país esforçam-se todos os dias, a grande maioria fora de Lisboa e longe das grandes empresas, e o que não queremos é ter a sensação de viver numa república das bananas.

Noticía n'O Diabo

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Há cerca de três anos, uma instituição pública de ensino superior lançou um concurso para a renovação da sua identidade, competição na qual participei através de uma agência com quem trabalhava. Quando os resultados sairam houve uma outra agência que os contestou, ficando a saber-se se os requisitos exigidos aos participantes foram aceites e quais os orçamentos de cada um. Verificou-se que o vencedor havia falhado num requisito, ao contrário dos restantes que os cumpriam na totalidade, e que o valor do vencedor era de €49.900 creio. Todos os outros variavam de uns modestos €10.000 a €3.000. A qualidade do trabalho apresentado pelo vencedor foi o argumento principal, o que não foi posto em causa mas, a suspeição de se ter criado um concurso público (pela segunda vez) somente para atribuir a (pre)determinado vencedor ficou sempre no ar.
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2009-12-18

I want to hope



This may be the last day of the rest of our lives as we know it. From here on lies the chance or the failed opportunity to change the future path of the world. There are too many signs against us. There's still too much blindness among us. There is too much at stake for our planet: security, economy, survival. A common threat needs common action - countries, governments, companies, people. To avoid the dangers of a changing tomorrow, everybody must engage today.
I want to hope that it can start today, don't you?

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Copenhagen failure. Who to blame?
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2009-12-17

Fringe



Há muitos anos atrás, antes da transição do Milénio havia uma frase que nos ecoava como um desejo profundo, como um projecto de vida, como uma necessidade de entender. "I want to believe" era o leit motiv de Fox Mulder. E o nosso também, espectadores de culto de "The X Files" onde as mais estranhas criaturas coexistiam entre nós, acontecimentos bizarros com explicações científicas alternativas, mistérios vários no meio de teorias da conspiração governamentais.

Depois tivémos, também criado e produzido por Chris Carter, a curta série "Millennium". Promissora narrativa que explorava os contornos mais negros da existência, sempre interligada com as profecias do Apocalipse. Igualmente conspirativa, Frank Black dava-nos uma densidade perturbadora de uma realidade sobrenatural que podia mudar o planeta.


De facto foi "Twin Peaks" fantástica e delirante criação de David Lynch que abriu caminho para poderosas narrativas televisivas onde o inexplicável circula entre nós. Onde sinais misteriosos nos conduzem a locais estranhos e perturbadores, até aos mais escabrosos esconderijos nas nossas mentes (como no filme "A Cela"), a capacidades e acontecimentos do paranormal tão míticas ou impossíveis de entender como paradoxalmente assimilados na cultura e existência humanas. Pois a sociedade humana sempre existiu entre simbologias e crenças e se regeu segundo parâmetros de razão e mística, factos e ciência, possibilidades e sonhos.


O ser humano na sua natureza intrínseca é um ser complexo, seja na forma psicológica, social e espiritual, e é isso que estas séries exploram bem. Os segredos, as incongruências, passados escondidos, na verdade as personagens têm muito mais a esconder que a revelar, e de cada vez que há um vislumbre nas suas verdadeiras intimidades, o voyeurismo nos compele a desejar saber mais, imaginar enredos extra para entendê-las e tornarmo-nos parte da narrativa, intrometendo e decifrando a(s) realidade(s) que episódio após episódio sofregamente, avidamente ingerimos. A adesão é tão igual como quem vê telenovelas - é impossível perder - a excepção é a qualidade e a densidade destes programas.

Esta atitude do espectador renasceu com "Lost". Todas as características mencionadas atrás existem aqui, e tanto nos prende a busca pela verdade (que ilha é aquela) como a evolução das personagens e o seu papel central na história. Nisto é particularmente brilhante Hugh Laurie interpretando o Dr Gregory House na série "House".



J.J. Abrams, criador de "Lost", lançou no outono de 2008 uma óptima súmula desta, juntando alguns ingredientes de "Alias" (também obra sua) e com notória inspiração de "The X-Files", a que chamou "Fringe".

Junte-se uma agente especial (Olivia Dunham como uma combinação de Sydney e Mulder) do FBI numa unidade (FBI Fringe Division) que investiga acontecimentos estranhos e pessoas bizarras, alguma dose de conspiração latente, predestinação, ciência alternativa (fringe) com instituições suspeitas, e temos um thriller onde a trama explora a ténue linha entre realidade e (aparente) ficção científica. A base pode não ser original, mas as histórias demonstram intensidade dramática e fluidez narrativa assentes sobre uma composição visual muito bem elaborada e grafismos inovadores em televisão (só visto anteriomente no genérico de "Panic Room") e um cast de actores extremamente bem escolhidos (quer pelas suas interpretações, quer pelas suas próprias imagens que expõem carácter adicional às suas personagens).



Se em "The X Files" o Governo dos EUA era um todo-poderoso e potencialmente perigoso detentor da "verdade", em "Fringe" assistimos à realidade dos nossos dias onde as empresas (aqui a Massive Dynamic) têm poderes eventualmente desmesurados, sendo muito mais difícil o seu controlo e o real entendimento das suas necessidades e interesses. "Fringe" explorou toda a primeira temporada essa suspeição com base em diversos eventos - estranhos, perigosos, criminais - cientificamente excitantes, misteriosamente inexplicáveis, nos domínios da nano-tecnologia, química, biologia, ciência quântica, da possibilidade de atingir universos paralelos e alternativos, intercalados com pequenos ícones (sapo, borboleta, etc) que nos abrem caminho a códigos secretos (como em "Lost"), com inteligência e densidade crescente até o último episódio cujas cenas finais são de absoluta imprevisibilidade e fascínio narrativo e de uma nova personagem finalmente em acção interpretada surpreendentemente por... Não posso dizer para quem não teve a oportunidade de assistir.


Mas é hoje à noite, de volta à RTP2 pelas 22H40, que podemos encontrar respostas a tantas dúvidas suscitadas, e entender o porquê de certos acontecimentos e atitudes. O mais certo é perdermo-nos de novo em novas e excitantes inquietações que nos fazem prender os olhos e a mente ao écran a cada episódio.



FRINGE

Segunda Temporada: Episódios 1 e 2

RTP2, quintas-feiras às 22:40

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2009-12-15

2009-12-14

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