Com um começo estonteante, num nível de violência inseperada, caminha - embora já visto em filmes anteriores - para trás no tempo, no qual nós espectadores vamos compreendendo melhor a narrativa, conhecendo a densidade e a evolução das personagens (inteligente como "Memento"), acabando num oposto de paz e de esperança que o fim - ou seja, o ínicio do filme - em nada deixa antever, e tão pouco nos deixa mais confortáveis. A condução narrativa da película faz perfeita justiça ao título, irreversível é o curso dos acontecimentos, seja na ficção, seja afinal na nossa realidade. Não existe o retorno onde possamos evitar o mal que nos surge. É também bastante inteligente a dimensão da fúria e da violência, que é de um paradoxo abissal - tão psicologicamente inexplicável numas situações, como aceitável noutras. Até onde poderemos ir quando perdemos a cabeça? Até quando conseguimos aguentar a dor que nos sufoca? No primitivismo básico da violência que reside em cada um de nós, haverá alguma vez esperança que o mal deixe de habitar a sociedade?
Na sinopse:
Parce que certains actes sont irreparables. Parce que l'homme est un animal. Parce que le desir de vengeance est une pulsion naturelle. Parce que la plupart de crimes restent impunis. Parce que la perte de l'étre aime detruit comme la foudre. Parce que que l'amour este source de vie. Parce que que toute histoire s'ecrit avec du sperme et du sang. Parce que que les premonitions ne changent pas le cours des choses. Parce que que le temps revele tout, le pire et le meilleur.
Produção francesa de 2002, galardoado em realização e história de Gaspar Noé
Com Monica Belluci, Vincent Cassel, Albert Dupontel nos principais papeis
Comunicação gráfica do filme está igualmente muito bem conseguido.
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