2004-05-31

É a Europa, estúpido!

Já repararam como o nível de linguagem na política baixou nos últimos dias? Insultos e faltas de civismo que começaram a semana passada na Assembleia da República, e culminaram durante o fim-de-semana com candidatos e staff para as eleições europeias.
É intolerável que o discurso político seja hoje uma troca de galhardetes de palavreado insultuoso uns para os outros. Mas é-o também para nós, pois elegemo-los e eles parecem que estão na feira. Pessoas com formação e responsabilidade não podem comportar-se como um trolha.
E qual é a mensagem, fora os insultos, que passa nesta campanha eleitoral? Futebol, abaixo o governo, a oposição não presta. Mas nós vamos votar o quê afinal? Supostamente é para eleger portugueses para deputados europeus, de modo a representar os interesses de Portugal na Europa, e da Europa no mundo. A defesa dos direitos de cidadania e do modelo social europeu, a convergência estratégica, social e cultural entre os 25 que agora compõem a UE, a solidificação dos valores nacionais e de identidade europeia.
É disto que se trata.
Não é para mostrar cartões de cor alguma, nem para apitar as políticas do governo. Não é para de forma abusiva tornar uma vitória da selecção num "Força Portugal" para a coligação. Não é para guerrinhas de feira e comício. Uma campanha eleitoral é para elucidar os cidadãos.
Parafraseando a famosa frase "it's the economy. stupid!", igualando o tom ao que isto chegou (e que por aqui deve acabar) dirigida ao todos os políticos: É a Europa, estúpido!